Pages

sexta-feira, 28 de março de 2025

RACING POWER »» Em perspectiva está a entrada de novos investidores

Entrevista ao presidente Nuno Painço ...

 



“PORQUE A FORMAÇÃO É IMPORTANTE PARA NÓS TEREMOS DE CRIAR UMA SAD PARA O FUTEBOL SÉNIOR”



 

Para desenvolver e dar mais força aos escalões jovens a direcção do clube é da opinião que deve ficar apenas com a formação a seu cargo.

 


 


O Racing Power é um clube com provas dadas no futebol sénior. O projeto passa por fazer o mesmo também nos escalões de formação?

Há quatro anos, quando começamos o projeto Racing Power, tivemos obrigatoriamente de começar pelo telhado. Este trabalho começou um ano antes no Paio Pires FC com a criação do plantel sénior. O Paio Pires apenas nos cedia o nome e as instalações, tudo o resto era suportado financeiramente pela Rpower Energy Drink, na pessoa do seu CEO o Eng. Ismael Duarte. Sabendo aquilo que queríamos a nível sénior e já com uma base de jogadoras que transitaram de um projeto para o outro, o primeiro objetivo era sermos campeões nacionais da 3.ª divisão logo no primeiro ano, como veio a acontecer. Só aí, fez sentido começar a pensar também no desenvolvimento da formação, que aconteceu no segundo ano da nossa existência. Começar do zero nesta área não era tarefa fácil porque existiam no distrito de Setúbal vários clubes com excelente trabalho realizado. Tínhamos de ser inteligentes neste processo para conseguirmos apresentar algo distinto e diferenciador. A primeira medida foi a de não sobrecarregarmos os pais com encargos financeiros; ou seja, terem de pagar para colocar as suas filhas a praticar futebol, ou terem que pagar os equipamentos. Depois, a segunda medida foi criar o nosso ADN e cultivar a identidade de formar a ganhar, facto que tem levado a que as atletas jovens queiram cada vez mais juntar-se a este projeto, que não é apenas um passatempo. Temos uma mentalidade competitiva e saudável, tendo em vista não só no crescimento a nível desportivo, mas também o seu futuro enquanto mulheres na sociedade. É assim que queremos começar a formar atletas de alta competição e mulheres de destaque na sociedade portuguesa.




A equipa sub-17 foi campeã distrital e as sub-19 estão bem colocadas para subirem à 1.ª Divisão Nacional. É com esse objetivo que estão a trabalhar?

Nem poderia ser de outra maneira. No Racing, seja a nível profissional ou na formação, existem objetivos bem definidos.  Relativamente às sub-17, onde conseguimos reunir uma geração de ouro, o objetivo era revalidar o título conquistado na época passada. Foi conseguido com muito mérito: 100 golos marcados no somatório das duas fases e apenas um golo sofrido, com 14 vitórias e um empate, em 15 jogos. E agora temos a Taça Nacional Sub-17 para disputar. Nas sub-19 a aposta é subir à Liga Elite; ou seja, ao primeiro escalão. Estamos no bom caminho, vamos em primeiro lugar na nossa série, mas ainda nada está conquistado, não podemos esquecer-nos que a época passada morremos na praia aos 89 minutos, não subimos apenas por um golo.


Há várias jogadoras que têm sido chamadas às seleções, isso é sinal de que há qualidade no plantel ...

É verdade, tem acontecido, é um orgulho quando vemos refletido o trabalho na chamada das atletas às seleções nacionais ou regionais. As atletas do plantel sénior dão o exemplo, com a Carolina Mendes a ser presença assídua na seleção A; a Mafalda Barboz e a Ana Oliveira também na seleção sub-23. Mas na formação a Joana Pinheiro, a Carolina Coelho, a Rita Bento, a Stela Cruz e a Diana Almeida já são presença habitual nas seleções jovens. E temos mais umas quantas jovens que estão a ser observadas.



O que se pode saber mais sobre a mudança do clube para Setúbal e os benefícios que podem trazer?

Temos de estar onde nos sentimos bem, onde somos acarinhados e onde vejam o nosso projeto como diferenciador para o futebol feminino. Somos o único clube, de Setúbal ao Algarve, que tem uma equipa sénior a disputar o principal campeonato nacional. Fomos bastante acarinhados pelo executivo de Setúbal e vimos quanto nos queriam nesta cidade, algo que nunca sentimos por parte da edilidade do Seixal. Agora o objetivo é criar raízes numa cidade histórica, que vive o futebol como poucas neste País, e que se identifiquem com o nosso projeto. Não pedimos aos vitorianos que esqueçam o seu Vitória, porque isso é impossível, mas que venham ao Vale da Rosa apoiar-nos também. Vamos fazer da cidade de Setúbal a cidade do futebol feminino.




Por fim, uma pequena abordagem à equipa sénior. A época tem vindo a decorrer de acordo com o que foi planeado?

Não começamos bem esta época, temos de o assumir, fruto de uma má preparação. Enquanto presidente tenho de assumir responsabilidades e não fugir do que correu menos bem e podia ter sido feito de outra maneira. Vínhamos de um terceiro lugar na Liga BPI, fomos à final da Taça e às meias-finais da Taça da Liga e por isso esperava-se mais. Mas, com as mudanças que foram implementadas com a época em curso, incluindo a entrada de uma nova equipa técnica, liderada pelo mister Manolo Cano, a confiança tem voltado aos poucos e os resultados estão à vista. Gostaria também de realçar a entrada da mental coach, Maria Vasquez, que tem feito um trabalho extraordinário, trabalhando muito perto das atletas, percebendo as suas necessidades, e com isso permitindo que a equipa técnica tenha as atletas em perfeitas condições físicas e mentais. Estamos, de resto, muito satisfeitos com todos os elementos que integram o staff de apoio, desde o diretor-geral Ismael Nuno, à team manager Catarina Lopes, passando pela fisioterapeuta Catarina Ferreira, que diariamente estão com o plantel e fazem com que nada falte. A nível da formação, diga-se, que estou eu e o vice-presidente Pedro Sebastião como responsáveis, acompanhando diariamente os dois escalões e estando sempre em sintonia com o diretor-geral para o futebol o Ismael Nuno, procurando sempre dar uma mensagem de tranquilidade para os pais que sentem e percebem que a formação é muito importante para nós. Para fechar, apenas dizer que num futuro que desejamos próximo, com a entrada de mais alguns investidores, teremos de criar uma SAD para o futebol sénior, ficarmos apenas com a formação no clube e com isso ganhar novos meios para desenvolver os escalões de base.

Sem comentários:

Enviar um comentário