EDSON CASTRO»» O autor do golo que eliminou o Alcochetense

Veja aqui o golaço ...

 

“COLOCAR UM SORRISO NA CARA DOS QUE GOSTAM DO CLUBE É ALGO QUE NÃO SE EXPLICA”  

 

 

O jogador mais experiente do plantel, com 36 anos, é da opinião que este terá sido o golo mais importante e mais comovente da sua carreira.

 

 

 

Edson Castro, médio ofensivo de 36 anos, natural de Almada, foi protagonista no passado domingo de uma situação que jamais será esquecida, foi o marcador do golo com que o Charneca de Caparica eliminou o Acochetense da Taça AF Setúbal.

 

A equipa da casa abriu o activo aos 50 minutos por intermédio de Jackson Souza mas o Alcochetense respondeu por Hugo Sousa que empatou sete minutos depois. O jogo prosseguiu mas como no final dos 90 minutos a igualdade persistia houve necessidade de se recorrer a prolongamento onde Edson Castro, aos 118 minutos, abriu o livro para preencher uma das páginas mais bonitas da sua história de jogador, marcando o golaço que afastou da competição o líder do campeonato distrital da 1.ª Divisão.

 

Num momento de inspiração colocou o Charneca de Caparica nas meias finais da Taça AF Setúbal. Quer descrever o lance que ditou a eliminação do Alcochetense?

O lance que origina o nosso segundo golo não é obra do acaso. Nasce de uma análise que já tinha sido feita por parte de vários elementos da nossa equipa, nomeadamente pela malta mais atacante. Tanto que na primeira parte existe um lance em que o Capitão, Fabinho, faz um golo idêntico mas é anulado por uma falta anterior. Houve sempre conversa sobre essa tentativa de remate de longe que acabou por acontecer, comigo, no minuto que foi. Mas poderia ter acontecido com qualquer outro colega de equipa. Tanto que o Bambo já tinha feito, o ano passado, em Alcochete, um golo do meio campo.

 

 

Ao longo da sua carreira de jogador marcou muitos golos. Este está no lote dos mais importantes?

Sim, este está, por ser o golo que foi, no campo que foi, na fase da competição que foi, no minuto que foi. Digamos que se calhar foi o mais importante e mais comovente. A idade já é outra também e existem aqui vários fatores. Aos 36 anos consegui colocar um sorriso na cara de todos que gostam deste pequeno [mas grande] clube, é algo que não se explica, sente-se.

 

 

Foi um golo muito festejado ...

Lógico que sim. Quem não ficaria, né? Todos os golos são para ser festejados, mas este foi fantástico. Depois de ver o vídeo, e ver a euforia que foi, fiquei sem palavras. Este festejo não foi só pelo golo do Edson, foi o festejo de um grupo, de um clube, e de uma vila que há muito tempo merece alegrias no futebol, neste contexto.

 

 

As meias finais realizam-se apenas no dia 1 de Maio mas já se sabe que vai defrontar o Montijo, mais um adversário forte. Acredita que o Charneca pode chegar à final?

O Charneca de Caparica já esteve numa final da taça e esta época já derrotou o Montijo, é uma eliminatória é 50/50. Quem acreditava que o Charneca eliminava o Alcochetense que é líder do campeonato, só nós no nosso balneário se calhar, e aconteceu. Vai ser um jogo difícil, claro que sim, mas nós temos, e já mostrámos, os nossos argumentos. Mas até lá temos muita pedra para partir no campeonato.

 

E, em termos de campeonato, o lugar que ocupa neste momento (10.º) está aquém do desejado?

Sim, estamos muito aquém mesmo. Há dias em conversa com o capitão Fabinho estivemos a fazer contas a pontos “dados” (por facilitarmos, errarmos, falharmos...) foram cerca de 15/20 pontos. Com esses 20 pontos onde estaríamos? Lá em cima. Mas futebol são números, eficácia. Produtividade não dá pontos. O que nos falta para andarmos lá em cima, é isso mesmo, eficácia. Atingindo essa eficácia, a sua pergunta seria outra, com todo o respeito.

 

 

Quais são as perspectivas para o resto da competição?

Não podemos fugir ao tema, o objetivo neste momento é alcançar a manutenção, como é óbvio. Depois, a partir daí, continuar o nosso caminho como sempre foi até hoje e continuar a trabalhar num grupo jovem mas com muita qualidade. O resultado será sempre fruto do nosso trabalho, fazer crescer o clube e tentar ser exemplo para os mais novos. O futuro, a Deus pertence, vamos ver.

 

Há algo mais que queira dizer?

A título pessoal, gostava de expor uma ideia. Porque não pensar e tentar mudar o futebol sénior para o sábado à tarde. Os clubes teriam algumas vantagens e haveria mais qualidade a nível de jogadores porque a “gente mais velha” não pode ao domingo porque é dia de família. Os juniores jogarem ao sábado ou domingo é indiferente porque são os pais que os levam (deixam os miúdos na hora da convocatória, vão almoçar e vêm ver o jogo). Havendo mais experiência até a seleção da associação iria ter mais qualidade e não ficar sempre pela fase de grupos, como tem acontecido.