FUTEBOL DE PRAIA»» Treinador do Alfarim em entrevista - JORNAL DE DESPORTO

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terça-feira, 13 de agosto de 2024

FUTEBOL DE PRAIA»» Treinador do Alfarim em entrevista

Ricardo Dias não esquece as dificuldades sentidas no início ...  


 

“MESMO COM UM PONTO À 4.ª JORNADA HAVIA UM JOGADOR QUE DIZIA: ACREDITEM, VAMOS SUBIR”

 



O técnico do Alfarim diz que a sua equipa podia ter vencido a final mas reconhece que o Ericeirense mereceu a conquista do título porque trabalhou muito para isso


 


O Grupo Desportivo de Alfarim está de parabéns pelo seu regresso à Divisão de Elite, o patamar mais alto do Futebol de Praia, no nosso país.



A subida de divisão foi obtida no jogo das meias-finais, após a vitória obtida sobre o Caxinas Poça Barca, por 7-4. Na final, que era aguardada com grande expectativa pelas gentes de Alfarim que queriam ver a sua equipa levantar o troféu, a equipa bateu-se muito bem mas não foi feliz porque o Ericeirense foi mais eficaz no desempate por penaltis.



Mas, para fazer uma breve resenha daquilo que foi a prestação do Alfarim na competição, convidámos o treinador, Ricardo Dias que confessou ter ficado triste pelo facto de não ter sido campeão.

 

O Alfarim não começou muito bem o campeonato mas depois recompôs-se e garantiu o acesso às meias-finais. Certamente não foi fácil lá chegar?  


 

Foi muito difícil mesmo. O começo foi muito mau para o potencial da nossa equipa que todos os anos tem disputado a fase final, exceptuando é claro os anos que estivemos na divisão de elite. Por razões pessoais, a nossa pré-época começou com 15 dias de atraso; ou seja, apenas duas semanas antes do início do campeonato. Para além disso, dos 17 jogadores que o plantel dispunha, o capitão Paulo Vítor lesionou-se na primeira jornada ce só voltou na quinta com o Estoril, o Elson também não conseguiu dar o seu contributo à equipa e o Dani Marcelino, o Justo, o Galvão, o Martim, o Isnard e o Fernando só se conseguiram juntar mais tarde.


 


Foram muitas condicionantes?

É verdade. Na primeira jornada perdemos dois pontos com o Estoril porque consentimos o empate mesmo no fim. Porque se tratava de uma jornada dupla, no dia seguinte só tínhamos sete jogadores, estivemos a vencer a belíssima equipa do Chelas por 5-3 no último período mas acabámos por perder por nítida falta de pernas. Na terceira jornada perdemos com o Vitória FC [que tem alguns dos melhores executantes nacionais] nas grandes penalidades, depois de termos estado a vencer por 4-2 também no último período. O jogo da quarta jornada realizada em Sesimbra com o São Domingos não teve muita história, pois para além dos jogadores que ainda não tínhamos, não podemos contar também com o Ivo, que foi o melhor marcador do Campeonato Nacional, e com o Teixeira que estava com uma gastroenterite. Estivemos muito perto de levar o jogo para prolongamento mas acabámos por perder por 3-2. A partir daí as coisas foram totalmente diferentes.


 

A vitória sobre o Caxinas levou o Alfarim de regresso à Divisão de Elite. Foi este o objectivo traçado no início da época?

Este ano, o objetivo inicial não era esse. Sabíamos que a zona sul do nosso campeonato estava muito forte mas, com este grupo que joga junto há muitos anos e onde impera a amizade, mesmo com um ponto à quarta jornada havia um jogador da nossa equipa que dizia: "acreditem, vamos subir".


 



O jogo da final com o Ericeirense foi equilibrado e muito emotivo mas o resultado pendeu para o lado do adversário. Com que sentimento ficaste pelo facto de o Alfarim não ter conseguido ser campeão?

Fiquei triste, tal como os nossos jogadores. Podíamos ter vencido, na minha opinião fomos claramente superiores no terceiro período e no prolongamento onde estivemos muito perto de marcar. No entanto, quero deixar uma palavra ao Ericeirense que trabalhou muito a época inteira e também mereceu o troféu. Encontramo-nos quatro vezes esta época; vencemos a primeira a 20 segundos do fim, perdemos a segunda na Eurochalenge a 1 minuto do fim e perdemos nas grandes penalidades há 15 dias, na Ericeira, e hoje (domingo). Estes quatro encontros foram jogados a um ritmo elevadíssimo e com grande qualidade, respeito e fair play da parte das equipas.

 



Qual a análise global que fazes ao trabalho desenvolvido?

A análise global ao trabalho desenvolvido só pode ser considerada extremamente positiva.

 


Há algo mais que queiras salientar?

Dizer que a Zona Sul do Campeonato Nacional estava muito forte esta época, com o Chelas, o Vitória FC, São Domingos FC e Estoril a apresentarem excelentes equipas e a relegarem também as boas equipas do Sótão “B” e Tavira para o distrital. Trabalhou-se muito e bem na zona sul deste campeonato.

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