JORGE PRAZERES»» Deixa o futebol feminino do Amora

Inflexão de ideias na origem da decisão ...

 

CLUBE E TREINADOR TINHAM O MESMO DESEJO MAS DEPOIS NÃO HOUVE CONSENSO

 

 

Jorge Prazeres conta o que se passou para ter saído do Fabril, das razões que o levaram a deixar o Real e explica porque não continua no futebol feminino do Amora

 

 

 

Jorge Prazeres tem uma vasta experiência como treinador de futebol mas no seu percurso nunca tinha uma época desportiva tão longa e preenchida como esta, com dois projetos na Liga 3 e um na Liga BPI naquela que foi a sua primeira incursão pelo futebol feminino.

 

Desportivo Fabril, Real Sport Clube e Amora foram os clubes que treinou na época passada. Foi uma época de muito trabalho?

De facto foi uma época desportiva atribulada. O projeto do Fabril, foi algo a que me dediquei de corpo e alma, montando com grande dificuldade um plantel de grande qualidade técnica e especialmente humana, com recursos financeiros muito exíguos. Estávamos a fazer um ótimo campeonato, com uma qualidade de jogo apreciável, tendo a equipa sido elogiada por muitos colegas. Infelizmente o presidente do clube à data, entendeu inscrever um miúdo da formação sem o meu aval, algo que tinha de aceitar pela hierarquia, mas não se dando por satisfeito e obrigou a que fosse inserido compulsivamente numa convocatória. Obviamente não pude aceitar essa ingerência e saí. Felizmente os pontos que amealhamos até a nossa saída foram decisivos na manutenção do clube no Campeonato de Portugal, tendo em conta que a nossa média de pontos realizada foi muito superior ao que o mister António Pereira obteve.

 

E a sua passagem por Massamá?

Poucos dias depois surgiu o Real Sport Clube, instituição a quem devo muitas coisas na minha vida profissional e desportiva. Não consegui dizer que não e fui tentar salvar o clube. Infelizmente os problemas eram de grande monta, de tal forma, que foi absolutamente impossível reverter o estado da equipa, após uma sangria imensa do plantel e a incapacidade de contratar atletas com experiência e capacidade imediata de aportarem capacidade de ganhar jogos. Toda a estrutura percebeu que era o fim do caminho e com ela a minha saída.

 

E depois uma incursão pelo futebol feminino?

Como não há duas sem três surgiu a oportunidade de treinar no Feminino, algo que não escondo, ansiava há muito tempo, influenciado pela vivência da minha filha. Foi uma experiência fantástica, que para ser perfeita deveria ter culminado com a subida à liga BPI. Entrámos com 7 pontos de atraso e chegámos a um momento em que só dependíamos de nós para atingir esse objetivo. Lamentavelmente não fui competente num momento de um jogo decisivo, e a equipa de arbitragem que apitou essa partida espoliou-nos a subida directa no último segundo, anulado  um golo limpo. Nos play-offs, a minha equipa fez dois jogos excecionais, faltado apenas um pontinha de sorte e eficácia na finalização!

Ficou a experiência e a minha própria evolução, num mundo que é profundamente distinto do masculino, muito dependente da FPF, que neste processo de crescimento, vai montando um puzzle de encontro às suas expectativas desportivas e de conteúdos de televisão.





Vai continuar no comando da equipa?

Esse era o meu desejo e também do clube. Foram iniciados todos os procedimentos para uma remodelação completa da estrutura humana e logística. Infelizmente devido a problemas internos, que obviamente não vou trazer à praça pública, houve uma inflexão da forma e essencialmente na velocidade desta mudança. Entendi que não seria a pessoa ideal para fazer esta travessia e ganho de balanço.



Perspectivas para o futuro?

O futuro a Deus pertence. Para já sou um treinador desempregado!