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terça-feira, 4 de junho de 2024

PINHALNOVENSE»» Duarte Moreira está de saída

 

 Apesar do bom trabalho realizado ...  

 

“NÃO ME FOI APRESENTADO QUALQUER PROJECTO PORQUE O CLUBE VAI PARA ELEIÇÕES”

 


 

Treinador esteve reunido com a direcção que não toma qualquer decisão até à realização do acto eleitoral. Perante esta situação Duarte Moreira optou pela saída.

 

 


O Clube Desportivo Pinhalnovense, sob o comando de Duarte Moreira, fez uma época bastante positiva no Campeonato Distrital da 2.ª Divisão que culminou com a obtenção do quarto lugar mas a ligação entre as duas partes chegou ao fim, por razões que o próprio conta aos nossos leitores.    

 

 

Por aquilo que se sabe não vai continuar como treinador do Pinhalnovense. Quer explicar as razões?

Estive reunido com a direção do clube e não me foi apresentado qualquer projeto para o futuro, bem pelo contrário, fiquei perplexo com a falta de estratégia nesta matéria. O que me foi explicado é que vão existir eleições no Pinhalnovense na última semana de junho e que até lá nada será decidido sobre o futebol sénior. Estando em total desacordo com esta situação, não tinha outra alternativa que não fosse colocar o meu lugar á disposição, mesmo assim nada foi feito por parte da direção para evitar este cenário, desta forma e com muita pena minha decidi deixar o clube.


 

Que balanço faz do trabalho realizado?

O balanço é sem dúvida muito positivo, foram duas épocas onde conseguimos resgatar e restaurar a mística, os valores, a identidade e a cultura pela vitória deste clube, sem deixar de lado a importância e o hábito do treino. Todo o trabalho foi alicerçado no nós e não no eu, a importância do coletivo esteve sempre em primeiro lugar e dessa forma conseguimos criar um balneário forte cimentado numa cultura de trabalho e exigência. A ideia sempre foi a criação de uma equipa competitiva e simultaneamente fazermos crescer os nossos jogadores a todos os níveis. Quanto a  resultados desportivos tivemos a subida de divisão com os sub-19 na época passada, mas mais que isso, tivemos também um impressionante aproveitamento de 74%, apoiado em 71% de vitórias e 183 golos marcados em 58 jogos. Foram duas épocas de muito trabalho e sacrifico, mas os resultados está à vista com números bem expressivos.


 




Em determinada altura do campeonato chegou a andar em
2.º lugar mas depois com alguns resultados menos positivos perdeu essa posição. O que se passou concretamente?

Durante 9 jornadas estivemos em segundo lugar e a 7 jogos do final só dependíamos de nós próprios, no entanto, o nosso plantel teve a meu ver dois problemas, ser demasiado curto e possuir uma faixa etária muito baixa, 31% dos atletas eram de primeiro ano e 4 deles pertenciam ao onze base. Pagámos caro em determinado momento do campeonato, em especial no último terço, a indisponibilidade por diversas razões de jogadores nucleares, a juventude do plantel pode também explicar alguma dificuldade em lidar com a pressão. No cômputo geral penso que realizamos um excelente campeonato, os jogadores deram tudo o que tinham com grande caráter até ao último minuto do último jogo.


 

Ficou desiludido por não ter conseguido a subida de divisão?

Ia mentir se dissesse que me é indiferente, no entanto, tenho que ficar orgulhoso pelo campeonato que fizemos, sou um apaixonado pelo jogo e tentei transmitir esse conceito aos meus jogadores, conseguimos implementar uma ideia de jogo que foi amplamente elogiada por treinadores, jogadores e adeptos adversários ao longo destes 10 meses. Claramente não tínhamos as mesmas armas que os nossos adversários, a título de curiosidade posso dizer que os nossos jogadores competiam unicamente por amor ao clube não auferindo qualquer valor monetário. Seria muito redutor e totalmente desajustado face ao contexto do clube no início da época, considerar que a não subida de divisão foi um mau resultado, porque esse objectivo nunca foi proposto pela direção, era um propósito unicamente da equipa técnica.  Considero que neste momento já está criada uma base de trabalho com este plantel para que o clube na próxima época possa atacar a subida de divisão.


 



Em termos competitivos que análise faz da forma como decorreu o campeonato?

Esta época foi sem dúvida uma das mais competitivas dos últimos anos, foram 7 equipas a lutar pela subida de divisão onde a competitividade atingiu níveis de divisões superiores, recordo-me de jogos absolutamente épicos com o final sempre imprevisível. Quem ficou a ganhar foi sem dúvida o futebol do distrito, é desta forma que nos tornamos melhores treinadores e consequentemente ajudamos a criar mais e melhores jogadores. Uma palavra também para as equipas de arbitragem, de uma forma geral fiquei surpreendido pela positiva, não esperava tanta qualidade do seu desempenho. Aproveito para felicitar o Sesimbra pela conquista do título, foi totalmente merecido, excelente trabalho dos jogadores e equipa técnica.


 

E agora qual vai ser o seu futuro como treinador. Já recebeu convites para treinar outros clubes?

Já recebi várias abordagens e estou a analisar cada uma delas com todo o cuidado, no entanto, ainda não tenho nenhuma decisão tomada sobre o meu futuro desportivo e continuo disponível para receber novas propostas.



Há algo mais que queira acrescentar?

Agradecer ao clube a oportunidade que me deu em fazer parte da sua história, foram dois anos fantásticos. Dar os parabéns aos meus jogadores pelo seu desempenho, um obrigado especial à minha equipa técnica e em especial ao mister Cláudio Pires, sozinho tinha sido impossível. E, agradecer  todos aqueles que ao longo destas duas épocas contribuíram com a sua dedicação e ajuda. Levo o Pinhalnovense no coração e vou sempre torcer para que seja cada vez mais forte e competitivo.

 

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