MARCO VÉSTIA»» Foi o melhor marcador do Alcochetense

Jogador quer continuar a jogar e a marcar golos ...

 

“PRATICÁMOS O MELHOR FUTEBOL DO CAMPEONATO MAS FALTOU-NOS ALGUMA CONSISTÊNCIA”

 

 

O jogador considera que os pontos perdidos contra equipas do meio da tabela para baixo deixaram a equipa fora das grandes decisões

 

 

Marco Véstia foi esta época um dos jogadores mais influentes da sua equipa neste regresso ao Grupo Desportivo Alcochetense. Era um dos jogadores mais experientes do plantel e foi também um dos mais utilizados. Num campeonato de 30 jogos, falhou apenas um; ou seja, alinhou em 29, 19 como titular e 10 como suplente utilizado, sendo inclusivamente o melhor marcador da equipa com 17 golos marcados e o terceiro mais concretizador do campeonato, tudo isto aos 38 anos de idade.  

 

Deu início à sua carreira de jogador no FC Barreirense onde fez toda a sua formação até chegar aos seniores, depois surgiu a hipótese de ingressar no Alcochetense, seguiram-se duas épocas no Cova da Piedade, voltou ao Alcochetense, passou pelo Moitense, Fabril, Vendas Novas, Coruchense, Grandolense, CO Montijo e novamente Alcochetense.     

 

Nesta entrevista Marco Véstia fala do seu regresso ao clube, do gosto que tem em marcar golos e da vontade que tem em continuar a jogar.

 

Ficou satisfeito pela forma como decorreu a época neste seu regresso a Alcochete?

A nível individual penso que foi uma época muito boa, com muitos golos e sem lesões. Neste regresso a “casa” fui realmente bem recebido e acima de tudo muito feliz, mas a nível coletivo - que é o que realmente interessa, penso que poderíamos ter estado melhor e chegar aos momentos das decisões, visto que a qualidade que a nossa equipa tinha era incrível, demostrava isso em cada treino e jogo, mas no futebol as coisas não são assim tão lineares, é futebol.  

 

O quarto lugar obtido na tabela classificativa corresponde ao valor da equipa ou poderia ter sido ainda melhor?

Penso que, a tabela classificativa espelha o que realmente aconteceu. Praticámos quiçá o melhor futebol do campeonato, no entanto, penso que nos faltou alguma consistência, principalmente contra as equipas que estavam do meio da tabela para baixo, foi aí que perdemos pontos [que não se podiam perder] e que nos fizeram ficar fora das decisões, como referi acima. O futebol é isto mesmo, temos um plantel jovem que certamente irá crescer com o que se passou este ano e sermos muito mais fortes na próxima época.

 

O Marco Véstia é avançado e como tal o seu objetivo é marcar golos, conseguiu ficar no pódio, correspondeu às suas expectativas? 

Obviamente que um avançado vive de golos e ficar no pódio com o Gonçalo Dias e o Omar Alani é sempre bonito e lisonjeiro, pois são dois goleadores, mas ressalvo alguns jogadores que não ficaram no pódio, e são também tremendos craques como o Bruninho, o Galvão e o Filipe Maia, que caso não tivesse tido a grave lesão que teve, certamente iria estar na luta até ao fim, aproveito para lhe deixar uma mensagem de rápida recuperação. A minha expectativa era marcar o máximo de golos possível para ajudar a equipa, depois no fim logo se fazia as contas, foi o que realmente aconteceu.

 

Tem um vasto percurso no futebol da Região, considera-se um jogador de referência no distrito de Setúbal?

Não me considero um jogador referência. Sou apenas mais um jogador, que valho o mesmo que um menino, não sendo mais nem menos. O que eu tento é realmente ajudar os mais novos para que possam ser melhores como pessoas e como jogadores e que possam olhar para mim como um exemplo a seguir. Isso é o que realmente importa, porque sempre fui um jogador que colocou a equipa em primeiro lugar e só depois o individual, e quase sempre me dei bem com isso. Tento acima de tudo, por onde passo que todos olhem para mim como um jogador que sempre deu tudo em prol da equipa. Até ao final da minha carreira irá sempre ser assim.

 

Actualmente está com 38 anos, mas isso muito provavelmente não será problema para que continue a jogar futebol e a marcar golos? 

Continuo com a mesma vontade e paixão pelo futebol e enquanto me sentir bem mental e fisicamente, será sempre isso que me guiará, sendo isso o fundamental para que possa continuar a jogar futebol [e espero eu] a marcar golos.

 

Que opinião tem sobre a competitividade que existiu no campeonato este ano?

Penso que foi um campeonato muito competitivo e isso ficou provado com o facto de o título ter sido discutido até à penúltima jornada e o campeão ter terminado o campeonato em igualdade pontual com o segundo classificado, bem como o lugar de descida ter sido disputado até ao último minuto. Foi um campeonato com equipas que fizeram grandes recuperações e tiveram grandes prestações.

 

Há algo mais que queira dizer?

Agradecer o convite que me foi endereçado para esta entrevista e dizer o quão é importante existir este tipo de informação para que o futebol da região possa crescer e aproximar mais as pessoas, levando mais gente aos estádios porque o futebol jogado é bonito, mas cheio de pessoas nas bancadas, ainda se torna mais empolgante. Uma palavra também de agradecimento para os meus colegas de equipa, equipa técnica, todo o staff e direção do Alcochetense, que me ajudaram e acarinharam imenso neste regresso ao clube, sem eles todos os golos que fiz certamente não iriam acontecer. Por último uma palavra para a minha família que tanto abdica da minha presença, mas que está sempre comigo, sem ela esta caminhada não seria possível.