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sexta-feira, 10 de novembro de 2023

JOÃO MIGUEL PARREIRA E O SEU INGRESSO NO SEIXAL

   

 Projecto altamente motivador ...

 

“ENTRE OUTROS CONVITES QUE TIVE, ESTE PARECEU-ME SER O MAIS DESAFIADOR “

 


Treinador não esconde que o seu desejo passa por outros patamares mas neste momento está focado em ter sucesso nos juniores do clube ribeirinho

 

 


Depois de ultimamente ter andado pelo futebol sénior e ter treinado inclusivamente no Campeonato de Portugal, João Miguel Parreira, de 45 anos, voltou esta época ao futebol de formação para orientar os juniores do Seixal no Campeonato Nacional da 2.ª Divisão.

 


A mudança que causou alguma surpresa e nós falámos com o treinador que explicou as razões, do trabalho que está a realizar e também dos seus objectivos pessoais.


 

O que o levou a aceitar este desafio?

Logicamente que o meu objetivo passa por treinar equipas seniores, mas o projeto que me foi apresentado pelo Seixal 1925 motivou-me o suficiente para aceitar e liderar esta equipa no campeonato nacional. Entre outros convites que tive, este pareceu-me o mais desafiador e que melhores condições me dariam para realizar um trabalho de raiz. Como sou um treinador que acredita bastante no treino e no processo, é imperativo para mim ter um conjunto de atletas com compromisso e disponibilidade para treinar perto dos seus limites, com uma ambição natural para evoluir diariamente, em cada treino. Este projeto permitiu-me isso. Foi fácil de o aceitar. Por outro lado, a competitividade que encontramos num campeonato nacional de sub19 é bastante elevado. O ter que pegar num conjunto de atletas que nunca tiveram o privilégio de estar numa competição destas e fazê-los evoluir, penso ser um projeto aliciante e motivador para qualquer treinador.


 


No final da primeira volta a equipa encontra-se em 8º lugar com 9 pontos. A classificação está condizente com o real valor da equipa?

Construir uma equipa do zero com um conjunto de atletas que na sua grande maioria nunca tiveram o privilégio de estar numa competição desta dimensão nacional não é um trabalho fácil. Como todos os agentes desportivos ligados ao treino sabem, é um processo que demora o seu tempo. Temos que ser pacientes para com os atletas, que demoram a adaptar-se à competitividade presente nesta competição nacional. Foram necessários os primeiros três ou quatro jogos para os nossos atletas conhecerem esta realidade de perto, o de terem que decidir de forma mais rápida, onde a agressividade sobre a bola é muito superior e qualquer erro pode ser penalizado com um golo do adversário. Logicamente que isso levou-nos a não conseguir pontuar tanto como queríamos nas primeiras jornadas, enquanto esperávamos por esta adaptação dos atletas a um ritmo competitivo muito superior ao que estavam habituados. Após este tempo de adaptação, observámos uma evolução muito grande nos rapazes, começando a competir pelos três pontos em qualquer campo. Infelizmente não conseguimos tantas vitórias como merecíamos. Pelas nossas contas, deveríamos ter mais cinco pontos (no mínimo) do que temos nesta altura. Mas por razões que não controlamos, não o conseguimos. Pelo rendimento que a equipa demonstrou nos últimos jogos, estou certo que vamos pontuar muito mais do que o fizemos nesta primeira volta. Não vai ser fácil, nenhum jogo o será, mas contem connosco para competir pelos três pontos em cada um dos restantes nove jogos que faltam para finalizar esta primeira fase.


 



Quais as perspetivas para o resto da competição, incluindo a segunda fase?

As perspetivas são animadoras, visto o trabalho que temos realizado e a evolução que os atletas apresentam desde o início do campeonato. Estes dão-nos garantias para fazer uma segunda volta muito melhor do que a primeira. Estão a assimilar o processo, dia-a-dia, jogo a jogo, sendo isso reconhecido não só internamente, mas também pelos nossos adversários em campo. Nos primeiros jogos dava para observar que o adversário vinha com uma atitude de que mais tarde ou mais cedo, o jogo seria deles. Algo natural, por sermos uma equipa acabada de subir da distrital e sem presença assídua nesta competição. Felizmente conseguimos modificar isso. Nesta altura observamos um maior respeito por parte dos nossos adversários, muito derivado à evolução que esta equipa do Seixal 1925 apresentou em tão pouco tempo.


 

A nível pessoal nos seus horizontes não está o regresso a outros palcos?

Claro que sim. Sou um treinador ambicioso. Como bem sabem, já estive noutros patamares competitivos, onde já treinei as equipas seniores de clubes como: o Fabril, Barreirense, Amora, Cova da Piedade ou Fátima, em campeonatos nacionais ou 3ª divisões. É um objetivo meu voltar a treinar nesses patamares, definitivamente. Em especial voltar a sentir um jogo na Taça de Portugal, como aconteceu no encontro entre Fabril e o Futebol Clube Porto, onde fomos elogiados pela organização e competência que a equipa apresentou contra o campeão nacional da altura. Mas tudo a seu tempo, neste momento estou focado em conseguir ter sucesso nesta competição nacional com os Sub19 do Seixal 1925.


 


Quais são os seus objetivos como treinador?

Para mim é muito importante ser reconhecido por onde passo, pela minha competência no treino e na organização de uma equipa, seja a que nível competitivo for. Deixar esta marca de excelência e exigência no trabalho que realizo, é o meu principal objetivo como treinador. Mas também tenho a noção que não basta colocar uma equipa a praticar um bom futebol, é necessário um pouco de “muita” sorte. Neste momento contínuo à procura desta sorte (que também faz parte do jogo de Futebol) no campeonato nacional com a equipa de sub19 do Seixal 1925, mas como qualquer treinador, pretendo chegar o mais longe possível.


 


Presentemente há muitos treinadores portugueses a trabalhar no estrangeiro, nunca pensou nisso?

Sim, já pensei nisso e também faz parte dos meus objetivos voltar a treinar no estrangeiro novamente, como já tive a oportunidade e privilégio de o fazer por três ocasiões. Na minha última aventura fora de portas, na China, as coisas estavam a correr muito bem, mas infelizmente tive um problema familiar que me fez voltar a Portugal, pois para mim a família vem primeiro. Neste momento esses problemas estão resolvidos e estou disponível para voltar a trabalhar fora de portas e, como disse anteriormente, é uma das minhas ambições como treinador.


 

Há algo mais que queira acrescentar? 

Claro que sim. Gostaria de agradecer ao Sr. José Pina por esta oportunidade de partilhar as minhas palavras e pelo excelente trabalho que tem desenvolvido na divulgação das competições, jogadores e treinadores do nosso distrito. Também gostaria de deixar uma palavra de apreço e agradecimento aos elementos da minha equipa técnica que me têm acompanhado nos últimos anos. São de uma entrega e dedicação tremenda, com grande influência na qualidade do trabalho que temos realizado junto dos atletas que foram passando por nós.

 

 

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