Treinador Jorge Prazeres em entrevista …
“COM O BUDGET MAIS BAIXO DO CAMPEONATO A MANUTENÇÃO É O
PRINCIPAL OBJECTIVO”
O jogador que prefere ganhar mais 100 ou 200 euros na distrital não tem o perfil que procuramos refere o treinador a propósito da construção do plantel.
De
então para cá muita coisa se passou, o técnico andou por outras paragens e o
clube depois de ter voltado às competições domésticas regressou aos nacionais
com vontade de lá permanecer durante muito tempo. Na época passada garantiu a
manutenção e esta época vai tentar fazer o mesmo numa competição que se prevê
muito competitiva e ao mesmo tempo muito interessante devido à participação de
outros dois históricos do distrito, o Barreirense e o Vitória FC.
Com
o objectivo de saber como está a ser preparada a nova época e o que pensa o
treinador sobre o clube e o campeonato, fomos ao encontro de Jorge
Prazeres.
Está de regresso ao
Fabril onde foi feliz há cinco anos atrás. Como encontrou o clube passado este
tempo?
O
clube encontra-se basicamente com a mesma estrutura. A estabilidade decorre do
facto do clube ter uma postura séria e cumpridora. Precisa obviamente de
evoluir, algo que a direcção anterior tentou sob a forma de parceria de
investimento, ou participação no capital social da SAD, aprovada em assembleia
geral, mas ninguém demonstrou a idoneidade inquestionável que a direcção
liderada pelo presidente Faustino Mestre entendeu ser obrigatória.
O
presidente quando me contactou tinha claro que ia deixar o cargo que ocupava.
Procurou garantir uma equipa técnica experiente na divisão, que pudesse aportar
uma mais-valia de conhecimento, em função de um budget que seguramente é o mais
baixo do Campeonato de Portugal. Este valor tem como base a capacidade
objectiva do clube em gerar receita ordinária. Não quis deixar uma herança
financeira complicada para a actual direcção. Com a condicionante financeira
referida, a manutenção numa série brutal é o objectivo primário.
O plantel que tem à
disposição dá garantias para a realização de uma boa temporada?
O
plantel ainda está em construção. Sabemos o que queremos e necessitamos de
paciência e nervos de aço. Acima de tudo queremos atletas que apostem em si e
no seu futuro porque somos um clube sério e cumpridor. Temos um estádio
fantástico, onde dezenas de empresários e clubes procuram talento, é neste
contexto que trabalhamos. O jogador que prefere ganhar mais 100 ou 200 euros na
distrital, ou em clubes sem esta história e pedigree, não tem o perfil que
procuramos. Esta equipa técnica e administrativa já ajudou muitos atletas a
chegar ao rendimento. Se não têm fome e perderam a ilusão, não se enquadram no
nosso projecto. Como diz o meu amigo Patrick Morais de Carvalho, presidente do
Belenenses, nunca vi um saco de dinheiro fazer golos.
Não
tendo sido a primeira opção da direcção, a planificação está aquém do ideal. A saída
de 90% do plantel cria dificuldades na construção e adaptação de quem chega.
Era preferível ter ficado com a espinha dorsal do plantel anterior mas a decisão
foi de rotura e o fim de ciclo de um grupo. Vamos ter que lidar e montar uma
nova família. Esses são os valores fundamentais. Se analisarmos os plantéis das
equipas que subiram na época passada, não eram candidatos teóricos mas sim grupos
que quiseram mais, foram família. O Fabril tem de seguir esse caminho. Teremos
que fazer o mais rapidamente possível um grupo coeso onde a equipa seja maior
que individualidade.
O Campeonato de
Portugal não é novidade para si. Com que objectivo o Fabril vai entrar na
competição?
O
Fabril só pode jogar um jogo de cada vez. Irá lutar por cada ponto, porque no
fim, todos, e cada um, vão fazer a diferença.
Quer deixar alguma
mensagem aos adeptos?
Aos
adeptos peço para terem a coragem e a percepção que Roma e Pavia não se fizeram
num dia. Vai haver gente jovem e com ela erros, certamente. A nova direcção está
a fazer o que pode para aportar mais meios financeiros que nos permitam ser
mais competitivos numa série onde existem orçamentos seis vezes superiores.
Vamos a jogo para dar o nosso melhor. Vamos ter um arranque difícil, mas juntos
[sócios, direcção e plantel] vamos atingir os nossos objectivos.
PLANTEL ESTÁ AINDA EM FASE DE CONSTRUÇÃO
Dos 13 jogadores apresentados apenas
três são reforços
O trabalho já começou mas o
plantel ainda se encontra em fase de construção. Neste momento são 13 os
jogadores que foram oficialmente apresentados pelo clube.
Os
guarda-redes Tiago Jota promovido da equipa “B” e Rodrigo Santos que transita
da época passada; os defesas Fábio Marinheiro, Tiago Matos, Ryan Hirooka e
Rúben Ribeiro, de 27 anos, natural do Barreiro, que chega dos espanhóis do Racing
Rioja
depois de ter representado Sporting B, Santa Clara, Desp. Aves, Sintrense, B SAD,
Olímpico Montijo e Fátima; os médios David Kong e Marco Lopes (ex-Vitória “B”);
e os avançados Ivan Reis, Diogo Ramos, Fábio Dieb e Diogo Oliveira, ambos da
equipa ”B” e João Caminata (ex-Olímpico do Montijo).
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