É proprietária da pista BA Moto Park a zona industrial de Paio Pires…
“O MEU SONHO COMO
ATLETA É IR AO DAKAR MAS ACHO QUE VOU FICAR PELO SONHO”
A atleta considera que a falta de dinheiro é o grande obstáculo por isso vai participando noutras provas e cuidando da sua pista onde possui uma escola de iniciação à modalidade.
Bruna
Antunes é uma jovem da margem sul do Tejo, tem 24 anos e é licenciada em
desporto, sendo praticante de motociclismo mais concretamente de Motocross e
Enduro, modalidades com algum risco por serem demasiado perigosas em alguns
pormenores.
Em
Portugal não são muitas as atletas do sexo feminino que se dedicam a esta
prática desportiva mas Bruna Antunes é um dos bons valores da modalidade e uma
das melhores atletas nacionais como se pode comprovar pelos vários troféus
conquistados não só a nível interno como também a nível internacional.
Mas
para além de ser atleta, Bruna Antunes é também proprietária de uma pista de
motocross, a BA Moto Park, onde os motociclistas podem fazer treinos e
aperfeiçoar algumas técnicas e onde existe também uma escola de iniciação à
modalidade tanto para jovens como para adultos. Este é um projecto que existe
ainda há pouco tempo mas tem vindo a correr bem.
A
pista fica situada na zona industrial de Paio Pires (Foros da Catrapona) num
espaço situado nas imediações do Complexo Ferroviário de Coina da Fertagus,
entre a auto-estrada do Sul (A2) e a A33.
O
nosso jornal foi ao encontro de Bruna Antunes que em traços gerais falou da sua
carreira, dos seus objectivos e do seu projecto pessoal.
Foto: Alberto Fernandes |
Tudo
aconteceu em 2014, foi quando me iniciei no motociclismo. Comecei a andar e de
forma muito rápida comecei também a fazer corridas. O gosto pela modalidade surgiu
por influências familiares.
Recentemente participou numa competição
oficial na zona de Torres Vedras mas ao que consta já tem alguma experiência em
campeonatos nacionais e até já foi a um mundial…
Sim, é
verdade. De 2014 até 2021 participei nos campeonatos nacionais de Enduro, em algumas
provas de Motocross e fiz também o campeonato mundial de Enduro na íntegra, onde
obtive o 9.º lugar. Representei também Portugal no Mundial de Enduro, onde a
selecção nacional portuguesa obteve o quarto lugar e há semanas atrás estive no
primeiro troféu de Motocross Feminino, que venci.
Há muitas mulheres a praticar este tipo de desporto?
Eu tenho-me
esforçado nesse sentido mas na verdade deveria haver mais. Tem havido alguma
evolução e nesta última prova em que participei estiveram 12 mulheres, número
que considero razoável mas seria desejável que nos próximos tempos pudéssemos
dobrar ou mesmo triplicar esse número. No mundial, porque participam mulheres
de vários países, o número é mais elevado.
Se fizer
a pergunta a qualquer pessoa que pratique enduro a resposta será certamente a
mesma, o sonho é ir ao Dakar. E, como é lógico o meu sonho também passa por aí,
mas acho que vou ficar pelo sonho porque há um grande obstáculo, sobretudo a
nível logístico e a nível financeiro. Para ir ao Dakar é preciso dinheiro que eu
não tenho e patrocínios que são muito complicados, eu tenho alguns mas não são
suficientes para poder participar no Dakar. Considero que esta é a minha única
barreira, se tivesse dinheiro tenho a certeza que iria estar presente e que
iria terminar a prova mas como não tenho apoios para isso, vou ficar pelo sonho.
Entretanto, para além da competição tem
também um projecto pessoal. Um espaço próprio onde se pratica a modalidade, a
pista BA MotoPark?
Eu já
tinha tudo isto em projecto, a pista de Motocross aqui no meu espaço e, depois,
abri também uma escolinha de iniciação ao Motocross e ao Enduro. Assim que terminei
a minha licenciatura em desporto iniciei a minha actividade.
Para utilizar
a pista é necessário ter moto e equipamento próprio de segurança, faz o aluguer
da pista e usufrui dela. O outro conceito que temos é a escolinha, que é completamente
diferente. Temos as motas, temos equipamentos, temos instrutor e fazemos aulas
para crianças e adultos dos 4 aos 75 anos. O objectivo da escola é mesmo a
iniciação à modalidade mas também temos alguns alunos que apesar de já andarem
de mota querem melhorar a técnica. Mas, como disse o principal conceito da
escola é mesmo a iniciação.
E em termos de aderência está a corresponder
às expectativas?
O projecto
é muito recente mas está a correr muito bem. O objectivo é ir evoluindo e tornar
este espaço cada vez mais acolhedor e com mais condições para quem a utiliza.
Na escola temos tudo o que é preciso, basta apenas trazer o corpo.
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