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quarta-feira, 31 de maio de 2023

PINHALNOVENSE»» Coentro Faria deixou o comando técnico da equipa sénior

Jogadores foram exemplares pela dedicação ao clube …



“QUANDO UM TREINADOR FAZ BOM TRABALHO E SAI CAUSA SEMPRE ALGUMA SURPRESA”

 


Foi uma opção minha porque era director desportivo e estou no clube para ajudar com a minha experiência”, esclarece Coentro Faria.

 

 


Coentro Faria, actualmente com 71 anos, é uma personalidade que dispensa apresentações devido ao protagonismo que obteve no futebol, primeiro como jogador [com passagem por diversos clubes, CUF, Benfica, V. Setúbal, Barreirense, Estoril, Estrela da Amadora, só para citar alguns] e depois como treinador de norte a sul do país, incluindo Açores e Madeira, sempre como profissional.

 

Depois de um longo período de ausência, em grande parte devido a uma operação à cabeça do fémur e consequente recuperação, voltou à actividade no decorrer desta época sendo chamado para substituir Jaime Margarido no comando técnico do Pinhalnovense, na parte final da primeira fase do Campeonato Distrital da 2.ª Divisão.


 


Na Taça Distrital o trabalho realizado foi de tal ordem que a equipa de Pinhal Novo foi a vencedora da competição com cinco pontos de vantagem sobre o Paio Pires que foi o segundo classificado e com um registo notável; oito vitórias, um empate e uma derrota nos 10 jogos efectuados, com 22 golos marcados e apenas três sofridos (melhor defesa). Por isso, causou alguma estranheza o facto de ter anunciado a intenção de deixar o cargo de treinador.

 


Com o intuito de saber as razões que o levaram a tomar a decisão, o nosso jornal falou com o treinador.                         

 

O Pinhalnovense conquistou a Taça Distrital mas o Coentro Faria anunciou que iria deixar o cargo de treinador. Porquê?

Quando um treinador faz um bom trabalho e sai causa sempre alguma surpresa aos adeptos e simpatizantes do respectivo clube. Mas, neste caso não existe qualquer constrangimento no processo, foi uma opção minha, porque era director desportivo e estou no clube para ajudar com a minha experiência. Por isso, vou continuar como director desportivo.


 


Que análise faz a esta passagem pelo Pinhalnovense?

A passagem pelo Pinhalnovense foi positiva, porque fiquei a conhecer as dificuldades de treinar no distrital. Sempre treinei nos campeonatos nacionais e foram 16 equipas, desde o Norte ao Sul e Ilhas (Açores e Madeira). Consegui subidas em todas as regiões por onde passei e as diferenças são enormes: começando nos horários de treino, pelo compromisso dos jogadores com os treinos e jogos, embora o Pinhalnovense ofereça boas condições de trabalho. Quero enaltecer todos os jogadores pela entrega e resiliência, sem usufruírem qualquer verba foram exemplares pela dedicação ao clube.

 


O Coentro Faria é um treinador com muitos anos de futebol. Como vê a nova geração de treinadores? 

Eu sou um treinador que procura estar sempre actualizado, até porque faço parte do Núcleo de Setúbal (ANTF) e estou atento à nova geração de treinadores. O treinador de hoje é mais um objecto de interesse no espectro do futebol mundial. O treinador de hoje tem de estar preparado, não só no futebol, mas, ter outros conhecimentos que possam abranger o comportamento dos jogadores a vários níveis. O crescente mediatismo concedido ao treinador principal, a forma como centra atenções, antes, durante e após os jogos. Não tenho dúvidas que a nova geração de treinadores vai dar continuidade ao bom desempenho dos treinadores mais experientes. No entanto, não há treinadores experientes e treinadores novos, mas sim: competência.


 


Que opinião tem sobre os clubes da nossa região no que respeita à competição e aos campeonatos em que participam?

Os clubes da nossa região, são iguais aos das outras regiões, a diferença é a falta de dinheiro, a paixão em defesa dos clubes e não o aproveitamento de protagonismo. O distrito de Setúbal continua a ser um viveiro de jogadores que chegam no máximo a um Campeonato de Portugal. Alguns anos atrás tínhamos o V. Setúbal, Barreirense, Montijo, Amora e CUF onde a maioria dos planteis eram formados por jogadores da região. Quando joguei no V. Setúbal, o plantel tinha 14 ou 15 jogadores do distrito de Setúbal. Penso que quem dirige as instituições deve reflectir e não assobiar para o lado. O distrito precisa de uma ou duas equipas na 1.ª Liga. Caso curioso: a população na margem sul aumentou significativamente e os adeptos nos estádios baixou.

 

Na próxima temporada vai continuar no activo?

Vou continuar como director desportivo no Pinhalnovense, mas se surgir o convite de algum clube com um projecto credível poderei aceitar. 

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