Gonçalo Cruz fala noutro objectivo para alcançar …
“NUNCA SENTI QUE O CAMPEONATO PUDESSE FUGIR PORQUE CONHECIA BEM OS
JOGADORES”
Em duas semanas perdemos cinco pontos mas conseguimos aguentar a pressão, realça o técnico do Barreirense
Relativamente ao jogo realizado no Estádio da Medideira, o
treinador do Barreirense considera que “foi muito exigente porque o Amora tem
uma equipa com um grande potencial e jogadores muito capazes. Teve de tudo um
pouco, um penalti a nosso favor logo de início e a expulsão do Armando ainda na
primeira parte. Tivemos que saber sofrer porque queríamos muito poder festejar.
No fim, foi uma alegria tremenda e uma satisfação muito grande, sentimos que valeu
a pena os sacrifícios que fizemos durante toda a época”.
Gonçalo Cruz realçou que havia uma grande euforia à volta do
encontro e deixou uma palavra de apreço aos adeptos pelo apoio que deram à
equipa ao logo da temporada.
“Tivemos muita gente na Medideira e isso deixou-nos muito satisfeitos.
Depois, na chegada à rotunda perto da Verderena tínhamos muita gente à nossa
espera. Os jogadores mais jovens que não conheceram o Barreirense dos tempos da
1.ª Divisão e do Campo D. Manuel de Melo, ficaram surpreendidos pela positiva e
ao mesmo tempo honrados por perceberem o clube que representa para a cidade. As
pessoas do Barreiro fizeram ver que a paixão pelo clube não tem nada a ver com
a divisão em que se encontra porque acompanham a equipa para todo o lado”.
E continuando a descrever aquele dia inesquecível Gonçalo Cruz
adiantou que depois dos festejos “o clube foi recebido na Câmara Municipal do
Barreiro sendo felicitado pelas entidades máximas da autarquia. Foi também um
momento importante para todo o plantel porque estiveram lá os nossos adeptos a
entoar os seus cânticos”.
Agora que o título está conquistado interrogámos o treinador se
alguma vez temeu que não fosse possível conquistá-lo, principalmente quando a
equipa cedeu pontos em dois jogos consecutivos.
“Temos que pensar em tudo, isso é sinal de respeito pelos adversários com quem travámos uma luta intensa, principalmente o Comércio Indústria e Olímpico do Montijo. Mas, confesso que nunca senti que o campeonato pudesse fugir porque conhecia bem os meus jogadores. É certo que, contra as nossas expectativas, perdemos em Sines mas quando perdemos um jogo em que sentimos claramente que o adversário foi superior, só temos que meter a viola no saco e regressar a casa. A equipa controlou a situação de forma muito interessante e nunca sentimos qualquer tipo de desconfiança sobre aquilo que queríamos. Na semana seguinte defrontámos o Olímpico do Montijo que tem jogadores de muita qualidade e empatámos, resultado que talvez tenha sido ajustado, mas onde sentimos que fomos superiores a maior parte do tempo e isso deu-nos boas indicações para o jogo seguinte frente ao Comércio Indústria que nos dava a possibilidade de ficar com seis pontos de vantagem, como realmente aconteceu. Fomos claramente superiores e ficámos tranquilos. É verdade que em duas semanas perdemos cinco pontos directamente para o Comércio Indústria que fez o seu trabalho e o levou a pensar que poderia chegar ao primeiro lugar, mas nós conseguimos aguentar a pressão”
Apesar do título conquistado nada vai mudar até ao fim em termos de ambição. “Temos que ser sérios e vamos querer continuar a vencer porque temos outro objectivo que queremos alcançar, ser a equipa com maior percentual de vitórias. Creio que o recorde está na equipa que foi campeã com o mister Pedro Duarte [de quem sou amigo]. Assim sendo, tencionamos vencer todos os jogos até ao fim para conseguir ultrapassar essa marca para poder continuar a fazer história”.
Sobre a próxima época, Gonçalo Cruz, diz que é ainda prematuro
falar disso mas ainda assim adiantou que “existe a intenção das pessoas que
estão no Barreirense, onde eu me incluo, de estruturar o clube no sentido de
não continuar a ser o elevador que sobe e desce. Na nossa região não é fácil
ter equipas no Campeonato de Portugal, na próxima época vamos ter três
históricos, todos eles com condições para estarem noutros patamares, o Vitória
FC que é um clube de primeira divisão, o Fabril que tem uma enorme história e o
Barreirense, que não é o do tempo do D. Manuel de Melo, mas tem uma estrutura
que pensa no futuro e deseja o crescimento, só que isso não se consegue do dia
para a noite porque não existe nenhum investimento milionário vindo de outras
regiões do globo. Creio que o próximo passo será dado no sentido de consolidar
o clube no contexto nacional e melhorar as infra-estruturas. A questão da
equipa técnica é o facto menos relevante nesta altura, o mais importante é a
reestruturação do clube para evitar o sobe e desce”.
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