Luís Raposo, presidente da direcção explica porquê…
“O CAMPEONATO AINDA NÃO FOI HOMOLOGADO É COMO NÃO TIVESSE TERMINADO”
Se a situação do Cova da Piedade ocorrer antes da homologação da classificação da 1.ª Divisão Distrital, o União Sport poderá não descer, dizem os alentejanos.
Terminou o campeonato na
zona de despromoção mas em Santiago do Cacém ainda existe a esperança que o
clube pode ficar na 1.ª divisão porque o campeonato ainda não foi homologado.
Luís Raposo, o presidente da
direcção que se prepara para deixar o cargo, na entrevista que concedeu ao
nosso jornal emitiu a sua opinião sobre o facto, fez o balanço da época desportiva
e abordou o futuro.
Como
presidente do União Sport sente-se desiludido com a descida de divisão da
equipa de futebol sénior?
Qualquer dirigente, seja de que clube
for, deseja os melhores resultados e sucesso do seu clube e, eu, obviamente,
fiquei desiludido com a suposta descida de divisão do União SC. Digo
"suposta" descida porque ainda há esperança de podermos ficar na 1.ª
Divisão. Enquanto a classificação não for homologada, no prazo de 30 dias após
a última jornada, é como se o campeonato não tivesse terminado e até lá, se a
decisão da FPF sobre a situação do Cova da Piedade ocorrer antes da homologação
da classificação do Campeonato da 1.ª Divisão Distrital, o União poderá não
descer. É certo que o Regulamento da competição refere que em caso de
desistência ou saída de equipas da 1.ª Divisão, esses lugares são ocupados
pelas equipas da 2.ª divisão. Esta regra é aplicável quando o Campeonato da 1.ª
Divisão está concluído mas a conclusão com efeitos administrativos práticos não
é após a última jornada do campeonato, mas sim com a homologação dos
resultados. Caso as decisões ocorram após a homologação da classificação do
campeonato da 1.ª Divisão, aí sim, aplicar-se-á o que está estipulado no
regulamento, a subida de equipas da 2ª Divisão.
Foi uma época incaracterística para o
União SC. Iniciámos com um plantel de jogadores de qualidade reconhecida no
futebol do distrito de Setúbal, as expectativas eram muito boas, mas não começámos
bem o campeonato. Os resultados não eram positivos e isso criou alguma
instabilidade na equipa e quando jogo após jogo as vitórias teimavam em
aparecer, criou-se o estigma fantasmagórico dos maus resultados, o que
ocasionou nervosismo, instabilidade e desilusão no seio da equipa. As razões
podem ser várias, desde a metodologia de trabalho, falta de liderança, as
mudanças de treinadores, o desgaste dos atuais dirigentes que se reflectia numa
falta de acompanhamento mais assíduo à equipa. Mas, para mim a maior razão foi
a fraca performance dos jogadores e opções técnicas que não foram as mais
assertivas no aproveitamento das potencialidades dos jogadores.
No
futebol sénior as coisas não correram bem mas na formação parece ter sido uma
época positiva…
Ao contrário do futebol sénior, na
formação os objectivos foram alcançados e podemos afirmar categoricamente que a
época foi positiva porque mantivemos os três escalões de futebol 11, iniciados,
juvenis e juniores na 1.ª Divisão Distrital. Apesar das dificuldades que
deparamos com a falta de jogadores na equipa de juniores, o excelente trabalho
de gestão do nosso Departamento de Futebol de Formação, conseguiram com atletas
juvenis responder às lacunas da equipa Júnior e com mais ou menos dificuldade
conseguimos atingir o objectivo, a manutenção. Nada a dizer, a formação está de
parabéns, cumpriu a sua missão.
Relativamente à próxima época, já está a
ser preparada com alterações na estrutura do futebol sénior e de formação, com
novidades e novas ideias de gestão que estão a ser delineadas. Pretende-se um
plantel sénior com jogadores oriundos da nossa região apostando em anteriores
jogadores que foram da formação do União, e que agora regressam após terem concluído
os estudos. Os objectivos serão sempre os melhores resultados possíveis. Na
formação será formar jovens atletas nas duas vertentes, a desportiva e a
humanista, manter os escalões do futebol 11 na 1.ª Divisão, e nos seniores tudo
depende das decisões que estão para sair. Se formos para a 2.ª divisão, o
objectivo será a subida.
No
próximo mês de Julho vai haver eleições. Está a pensar recandidatar-se?
Como tudo na vida, existe um princípio e
um fim, ela é feita de ciclos e o futebol não foge à regra. Há que dar lugar a
novas ideias, a pessoas com mais disponibilidade e dedicação ao clube, que
tenham novos projectos, uma nova frescura ao clube. Como presidente o meu
momento chegou ao fim. Desde 2012 que sou dirigente do clube, e neste momento o
desgaste e a minha actividade profissional não me permite exercer as funções
com a dedicação exigente de que o clube precisa. Estarei presente e darei o meu
contributo ao clube em outras funções, se a lista em que faço parte for eleita.
Assumi a presidência do clube em 2018, numa altura conturbada e de indefinição directiva,
com o objectivo do clube continuar com a sua actividade desportiva e evitando
nessa altura uma situação de crise e de indefinição. É o momento certo de
outros assumirem o leme deste clube histórico, que tem as suas contas
equilibradas e a parte desportiva preparada e encaminhada para a próxima época
desportiva.
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