Treinador está orgulhoso dos seus jogadores…
GARANTIU A
MANUTENÇÃO UMA ÉPOCA DEPOIS DE TER SUBIDO DE DIVISÃO
Nunca antes tinha acontecido no clube com qualquer equipa dos escalões de formação.
A tarefa não se apresentava fácil devido ao número de equipas participantes e também devido ao número de equipas a despromover mas o treinador Ricardo da Silva aceitou o desafio e acabou por ganhar a batalha, graças também a prestação dos jogadores que foi exemplar, apesar de algumas limitações.
O nosso
jornal falou com o técnico a quem colocou algumas questões sobre o assunto…
A equipa de Iniciados da AD
Samouquense alcançou esta época um feito histórico. Quer explicar concretamente
o que se passou?
O vice-presidente lançou-me um desafio, ao qual sabíamos e
tínhamos a noção da enorme dificuldade, por várias razões. Pela dificuldade que
o clube tem em captar atletas, porque competir na 2.ª Divisão de Iniciados com
16 equipas (em que descem cinco), ia ser um desafio muito grande e porque a
quantidade e qualidade de atletas que o clube oferecia para a exigência do
desafio, era curtíssimo. O que me fez aceitar o desafio foi exactamente o objectivo
de atingir este “feito“. É um clube humilde que merece ser reconhecido pelo seu
trabalho e dedicação às crianças e jovens. As palavras foram: “Ricardo, nunca
neste clube subiu uma equipa e no ano seguinte se manteve, nunca conseguimos
uma manutenção“. Depois, após falar com o meu adjunto e fazendo alguns
contactos, resolvemos aceitar. Quando tu trazes atletas de vários locais e
fazes uma equipa toda nova, sendo que todos eles, derivado ao COVID-19, não tinham
tido transição para o futebol 11 e estavam há mais de um ano sem competir e
treinar, o desafio ainda se tornaria mais complicado.
Nada se consegue sem trabalho, terá
sido esse o segredo para o sucesso?
Sim, claro que sim. É o que digo aos meus jogadores, não só no
futebol mas na própria vida nada se conquista sem trabalho. Iniciámos o
processo e com muita resiliência, esforço, dedicação e superação, nunca
deixando de acreditar no processo e nos jogadores, fomos treino a treino e jogo
a jogo escrevendo a nossa história, errando e corrigindo. O caminho faz-se
caminhando, foi o que fizemos todos juntos. Obviamente que só quem presencia
diariamente tudo isto entende e percebe o que é feito para que o desafio se
torne a uma realidade para todos. Estou muito orgulhoso dos meus jogadores e da
equipa técnica, muito grato pela oportunidade e a todos os intervenientes, à
minha família, pais, staff, sócios e simpatizantes, senhoras da limpeza,
roupeiros e patrocinadores, sem eles não tinha sido possível alcançar este
“feito” e atingir os objectivos da época. Só quem acredita pode continuar e
fazer com que seja possível concluir o processo e alcançar objectivos. O
principal objectivo foi o crescimento individual e colectivo destes jovens
atletas, mas o sobretudo serem melhores pessoas no amanhã. E isso está bem visível.
Sim, encontro pessoas dedicadas e humildes neste clube. Escalões
de formação “infantil“ dos quais faço parte com os sub-13 (infantis). Temos equipas
e atletas com muito talento e treinadores e staff competentes. Fomos campeões
dos complementares nos escalões de Benjamins e Infantis e isso só se consegue
porque existe condições e uma gestão que faz tudo para que isso aconteça.
Há quem diga que nas camadas jovens
o mais importante é a formação. Partilha desta opinião?
Sim, concordo. Tem de existir uma base para sustentar as
modalidades em que estás inserido. No caso do futebol, os jovens têm de
aprender o jogo. Não podemos construir a casa pelo telhado. O prazer e a
alegria de jogar este jogo só tens quando o entendes e percebes. Não vamos
todos entender e perceber o futebol da mesma forma, mas isso é o que torna
interessante esta modalidade. Agora quanto mais tiveres formação, mais estás preparado
para quando tiveres que jogar o jogo.
Quer salientar algo mais que tenha
ficado por dizer?
Ficou por dizer o nome de algumas pessoas e pormenores que davam
conversa para muito. Gostava de dizer que estes clubes como a AD Samouquense deveriam
ter mais ajudas e uma maior visibilidade. Sigam o trabalho destes clubes que
tanto dão aos chamados grandes das suas regiões. E, obviamente dizer que quero continuar
a fazer o que mais adoro nesta vida, estar no futebol, porque a minha carreira só
agora começou.
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