Na próxima época vai dar continuidade ao projecto...
“HÁ TREINADORES EM QUE O OBJECTIVO É A VALORIZAÇÃO
PESSOAL EM VEZ DOS CLUBES”
Renato Fernandes refere como exemplo o que se passou no Charneca de Caparica em relação à equipa de sub-22 que foi completamente isolada da equipa sénior.
O
treinador Renato Fernandes explica porquê, confirmou a sua continuidade no
clube, falou na saída de alguns jogadores para patamares mais elevados e teceu
duras críticas ao que se passou com a equipa sub-22 do seu clube.
A classificação
obtida está dentro daquilo que foi perspectivado no início da época?
Sim,
o oitavo lugar que alcançámos está dentro daquilo que foram as nossas perspectivas
de início de época. O Charneca é um clube com recursos limitados, com dificuldades
que outros clubes da 1.ª divisão não têm, com orçamento muito aquém daquilo que
15 ou 16 equipas do nosso campeonato têm. Portanto, ficarmos nos oito primeiros
é algo que nos deixa satisfeitos, mas não eufóricos porque achamos que podemos sempre
fazer melhor.
O Charneca foi a seguir
aos três primeiros classificados a equipa que obteve mais pontos fora de casa.
Que explicação pode dar sobre este facto?
A
situação explica-se pela forma como olhamos para o jogo e como queremos que a
equipa jogue. Não termos mais pontos em casa é responsabilidade nossa mas isso
acontece porque queremos que a equipa jogue um futebol atractivo, que permita
promover jogadores, mas isso consegue-se através de uma ideia de futebol que o
nosso campo prejudica muito. Mesmo assim, nós insistimos e assumimos perante o
grupo que iríamos perder pontos em casa mas que a responsabilidade era única e
exclusivamente minha. O campo do Charneca é limitado em termos de dimensões e
como a maioria dos campos adversários são conseguimos dar uma boa resposta,
fazer bons jogos e ser elogiados por muita gente. Os jogadores saíram muito beneficiados
com isso porque realizaram jogos de grande qualidade e muitos deles têm
recebido convites para outros patamares.
E o menor rendimento
nos jogos em casa, porque aconteceu?
Tínhamos
um estilo de jogo é um estilo de jogadores que privilegiavam um fio de jogo
mais apoiado um futebol mais atractivo muitas vezes demasiado ofensivo projectávamos
muita gente nas zonas de finalização da decisão e isso no nosso campo paga-se
muito caro porque é um campo que privilegia com um jogo mais directo mais
físico e nós não tínhamos essas características nem nunca fomos à procura à
procura delas porque isso não valorizavam os jogadores de futebol acho responsabilidade
dos pontos em casa é meu e o mérito é todos os jogadores de terem conseguido
fora de casa fazer jogos bons resultados e jogos muito bem conseguidos de terem
conseguido fora de casa fazer jogos bons resultados e jogos muito bem
conseguidos
Sim,
vamos continuar. A decisão já estava tomada há algum tempo atrás, cerca de 7 ou
8 jogos antes de terminar o campeonato. Era algo que queríamos porque acreditamos
muito no projecto que é de formação e potenciação de jogadores, e isso agrada-me
muito. Como é evidente, estamos satisfeitos porque continuamos a merecer a
confiança da direcção que está agradada com o trabalho que desenvolvemos que é
também das pessoas que estiveram connosco no dia-a-dia. Nos últimos dois anos
os campeonatos não tiveram o seu normal funcionamento, por força da Covid, e
havia uma dívida de gratidão. Este ano as coisas acabaram por correr dentro do que
planeámos e achámos que era importante manter na próxima época esta linha condutora.
Quais são então as
perspectivas?
Não
prevemos muitas alterações no plantel. Há jogadores que vão sair para patamares
diferentes mas nós ficamos satisfeitos por isso porque o nosso objectivo é
potenciar e projectar jogadores jovens vindos da nossa formação e integrá-los
nos seniores. Em relação à próxima temporada, vamos manter grande parte do
plantel e contratar poucos jogadores para posições muito específicas, pretendemos
ter um plantel muito à imagem daquilo que foi o ano passado para dar
continuidade ao projecto.
Para finalizar há alguma
mensagem que queira deixar?
Quero
dizer que os clubes têm que ter muito cuidado com os treinadores que colocam à
frente das suas equipas em final de formação e nos seniores. E, refiro como exemplo
o que se passou este ano no Charneca que teve um treinador na equipa sub-22 que
tinha um projecto pessoal que passava pela sua valorização individual e à conta
disso trucidou a formação dos jogadores que ao longo da época foram isolados da
equipa sénior. Ficaram impedidos de treinar com a equipa principal porque lhes
foi dada uma imagem de que a equipa principal os podia prejudicar e para os
afastar do título de campeão de sub-22. Isso fez com que na preparação da época
não pudéssemos contar com nenhum jogador dos sub-22 que nem sequer atendiam o
telefone aos treinadores, aos directores e até mesmo ao presidente. Como é
óbvio, isto é claramente prejudicial e nada tem a ver com o projecto de
formação do Charneca de Caparica e certamente de outros clubes. Era esta a
mensagem que queria deixar, para terem muito cuidado com este tipo de
treinadores em que o objectivo deles é a valorização pessoal e não a
valorização do projecto dos clubes.
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