Um ano
depois está de volta ao Campeonato de Portugal…
“TÍNHAMOS
CONSCIÊNCIA QUE IA SER DIFÍCIL MAS ACREDITÁMOS SEMPRE NO NOSSO TRABALHO”
Derrota com os Pescadores foi o momento-chave da época. Houve uma conversa dura com os jogadores e a partir daí seguiram-se 22 vitórias e um empate.
“Sabíamos
que o jogo com o C. Piedade nos poderia dar (ou não) o título porque o Comércio
Indústria iria ter um jogo muito difícil na Moita, como nós também tivemos.
Mas, apesar disso, a única coisa que tínhamos em mente era fazermos o nosso
trabalho e tentar ganhar o jogo. Isso aconteceu e felizmente conseguimos o objectivo
para o qual muito trabalhámos ao longo do ano”, começou por dizer João Nuno, o
treinador da equipa campeã, sem esconder a sua satisfação.
“Este
é um sentimento de enorme alegria e grande satisfação para os jogadores e para o
clube, que está de volta a um patamar de onde nunca deveria ter saído. Na época
passada os últimos minutos vividos nos Açores foram de grande desilusão porque
não nos permitiram continuar no Campeonato de Portugal, este foi um assunto
falado muitas vezes nas palestras com os jogadores. Tinha que estar na nossa cabeça
para que a alegria pudesse ter agora um sabor especial. Acreditámos sempre no
que estávamos a fazer e um ano depois tivemos a recompensa. Estamos muito
felizes”, realçou.
Reforços trouxeram
mais experiência
O
plantel à partida já era forte mas mesmo assim foi reforçado em determinada
altura e o treinador explica porquê.
“Eu
e o presidente tivemos uma conversa muito importante no início da época. Permitiu
que eu construísse totalmente este plantel e pediu-me para formar a equipa com
jogadores jovens mas com potencial. De início tínhamos muita juventude e
durante várias jornadas [quando o Ivan Reis se lesionou] os jogadores mais
velhos que chegámos a ter em campo tinham 24/25 anos. Isto é, a equipa tinha miúdos
com qualidade, que nós conhecíamos muito bem porque tinham sido meus jogadores
noutros clubes [Cova da Piedade e Barreirense], mas quando chegámos a meio do
campeonato sentimos que precisávamos de reforçar algumas posições. O Fabrício
que já estava connosco foi inscrito em Janeiro e vieram outros, nomeadamente o
França e o Amândio Ramião, que se revelaram muito importantes porque trouxeram
mais experiência e acrescentaram mais qualidade ao grupo”.
“O
campeonato é longo. Vamos fazer 38 jogos o que para atletas não profissionais é
demasiado e houve alturas, devido ao Covid-19, que tivemos de jogar ao domingo
e à quarta-feira. Sabíamos que era determinante ter um plantel com soluções,
foi isso que eu disse ao presidente e o balanço que faço é extremamente
positivo porque fizemos um excelente campeonato. Começámos o campeonato com
bons resultados, andámos na frente e ganhámos alguns jogos com boas margens,
mas a derrota com os Pescadores foi o momento-chave da época porque percebemos
que para chegarmos ao objectivo tínhamos que levar o campeonato muito a sério dado
que havia outras equipas de qualidade a lutar pelo mesmo objectivo e que a
tarefa iria ser muito difícil. Tivemos uma conversa dura, uma conversa que
tinha que ser feita naquela altura com os jogadores e relembrá-los para que
tinham sido contratados e qual era o objectivo do clube. A partir desse jogo,
nos 23 que fizemos a seguir ganhámos 22 e empatamos um”.
Renovação à vista
“Temos
andado numa luta tremenda e o nosso foco total passava por ganhar esta época,
que estava a ser muito difícil. Em nenhum momento falámos sobre o futuro. Sei que
existe vontade da direcção em contar com a nossa equipa técnica e nós também nos
sentimos bem no clube. Portanto, acredito que nos próximos tempos iremos falar
para acertar as coisas”, referiu a propósito o treinador campeão que aproveitou
também para deixar algumas palavras de agradecimento.
“Quero
agradecer ao presidente Faustino Mestre a confiança que teve no meu trabalho.
Foi-me buscar na época passada quando estava no Campeonato de Portugal, fizemos
uma excelente recuperação e estivemos muito perto da manutenção mas, antes
disso, renovou comigo para a próxima temporada. Não podia deixar de lhe
agradecer a confiança, assim como ao Vicente o director da equipa que está sempre
mais perto de nós, aos jogadores, à minha equipa técnica, à minha família e ao meu
pai, a pessoa mais importante da minha vida que deve estar a sorrir lá em cima”.
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