Tem marcado golos em todos os jogos…
DA EQUIPA TÉCNICA ANTERIOR DO BARREIRENSE ÀS FUNÇÕES DE JOGADOR EM ALMADA
Actualmente com 34 aos, Bailão havia arrumado
as chuteiras como jogador para se dedicar à carreira de treinador, integrando a
equipa técnica liderada por David Martins no Barreirense, mas por força das
circunstâncias acabou por voltar a jogar futebol, ingressando no Almada que
disputa a 2.ª Divisão da AF Setúbal.
A sua qualidade é inegável como tem
ficado patente nos jogos disputados e em todos eles tem deixado a sua marca; ou
seja, em todos eles tem marcado golos e já lá vão seis.
Em entrevista ao nosso jornal Bailão
conta como tudo aconteceu.
Depois de teres feito parte da equipa técnica do Barreirense regressaste ao
futebol como jogador no Almada. Como surgiu esta hipótese?
As duas primeiras épocas como treinador
foram uma experiência muito marcante no meu clube do coração, com uma equipa
técnica fantástica. Mas, depois da nossa demissão no final de Janeiro, abriu-se
uma janela temporal para esta pequena aventura e então falei com a minha
família e decidi aceitar, até final da época. A verdade é que, desde que parei
em 2019, têm surgido vários convites para voltar a jogar, desde o Campeonato de
Portugal até esta divisão, sendo que esta hipótese do Almada surgiu por
intermédio do David Maside, que foi meu colega, e que me deu total liberdade
para enquadrar esta aventura com as minhas responsabilidades profissionais e
com a minha vida familiar.
Na equipa há gente conhecida e alguns ex-companheiros. Foi isso que te fez
voltar a calçar as chuteiras ou o prazer de vibrar com os golos?
O facto de ter muitos ex-colegas e
amigos no plantel e na equipa técnica pesou, sem dúvida, foi decisivo até
porque alguns deles fizeram também a sua pressãozinha. Ainda assim, quando se
trata de uma bola aos saltos sou como uma criança, eternamente apaixonado por
calçar as chuteiras e jogar. Felizmente tenho ainda conseguido associar isso
aos golos, que é um prazer único sem dúvida.
Estou a divertir-me e a ter prazer
Encontrei na equipa um grupo de rapazes
humildes e solidários mas também ambiciosos. Creio que há aqui matéria-prima
para divisões superiores, e falo de gente mais nova que não conhecia, efectivamente.
A equipa técnica também é jovem, metódica e ambiciosa. Estou certo que enquanto
nos for possível vamos acalentar o sonho da subida, as condições de trabalho
são as possíveis mas ainda assim penso que podemos derrotar qualquer adversário
e por isso obviamente lutaremos até ao fim.
Jogar na 2.ª Divisão Distrital não é desmotivante para um jogador habituado
a outras andanças?
Fiz um percurso no futebol que me deixou
satisfeito e realizado e deixei de jogar quando quis. Portanto, sinto-me livre
para aceitar este ou qualquer desafio como uma possibilidade de me divertir e ter
prazer. Estou a divertir-me e a ter prazer com estes treinos e jogos, com este
grupo, e isso é independente da divisão em que se compete, sendo que a
competição é algo que me alimenta e motiva naturalmente. Pode ver-se sempre o
copo meio cheio ou meio vazio e futebol é sempre futebol, em qualquer nível.
Nesta fase, há quem se vire para o padel, para o running, para o crosssfit ou
para outras modalidades, mas eu gosto é de futebol e de competir, sendo então
uma situação pontual e não me sentindo eu superior a ninguém nem a nada, não é
de todo desmotivante.
Já me sinto treinador
Sinto-me livre e isso é o mais
importante. Embora esteja agora a jogar, já me sinto treinador, estou a
terminar o UEFA C e é por aí, ou até pela direcção desportiva que certamente
darei seguimento à minha ligação ao futebol. Aliás, antes de abraçar este
desafio, conversei com o David Martins que me deu também o seu apoio no sentido
de o aceitar até final da época.
Há algo mais que queiras acrescentar?
Aproveito para paralelizar este espaço e
o José Pina pelo seu trabalho, que garante alguma visibilidade aos clubes e aos
intervenientes que, por gosto e paixão pelo jogo, conseguem algum
reconhecimento por aquilo que fazem, promovendo o futebol da nossa região. Aproveito
também para desejar um final de época sem "casos" com especial menção
aos meus desejos da permanência do Barreirense no Campeonato de Portugal, do
Alfarim na 1.ª Divisão Distrital e da subida do Vitória FC à Liga 2.
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