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quarta-feira, 2 de fevereiro de 2022

DAVID MARTINS»» Explica as razões da saída

Os objectivos não estavam a ser cumpridos…



“CONTINUAREI A TORCER PELO BARREIRENSE E A QUERER QUE ELE TENHA SUCESSO”

 


O técnico, que ficou com alguma mágoa por não ter conseguido cumprir os objectivos, entendeu que esta era a altura mais adequada para sair.

 


 


David Martins, de 43 anos, é um treinador ainda jovem mas já com alguns títulos conquistados; uma taça AF Setúbal pelo Amora na época 2015 / 2016 e dois de campeão distrital, um pelo Olímpico do Montijo (2016 / 2017) e outro pelo Barreirense (2019 /2020). E era exactamente neste último clube que se encontrava até ao último domingo, dia em que se demitiu devido aos maus resultados da equipa no Campeonato de Portugal.

 

O nosso jornal falou com o treinador que explicou as razões por que pediu a demissão do cargo.  



“A minha saída do Barreirense teve a ver com a falta de produtividade e com a falta de resultados positivos. Como treinador tinha que assumir as minhas responsabilidades, que foram muitas. As coisas não estavam a correr bem e esta pareceu-me ser a altura mais adequada para apresentar a demissão”, começou por dizer.


De início as expectativas eram boas e a equipa até começou a ganhar, coisa que nunca mais voltou a acontecer.

“É verdade, ganhámos em Lagos onde fizemos um bom jogo mas depois sentimos sempre muita dificuldade em obter resultados positivos. Empatámos alguns jogos contra equipas de qualidade e mostrámos alguma competência mas nunca mais conseguimos ganhar. As coisas pioraram e algo tinha que ser feito. Tenho muito respeito pelo clube e pelas pessoas que o lideram. Mesmo saindo, continuarei a torcer pelo Barreirense e a querer que ele tenha sucesso, mas não dava mais”.

 

 

Plantel demasiado jovem

 


As razões para a carreira menos positiva da equipa podem ser várias mas há uma que sobressai, a demasiada juventude do plantel.

“Não quero justificar o meu insucesso com a juventude que existia. Contudo, recordo que acabámos a época passada no dia 4 de Julho e iniciámos a nova no dia 26; ou seja, tivemos apenas 15 dias para prepará-la e fazer o planeamento para o Campeonato de Portugal. Isso dificultou a formação do plantel mas ainda assim conseguimos recrutar jogadores com alguma qualidade, mas todos muito jovens. A juventude é importante porque é irreverente mas não é suficiente, tem que haver também alguma experiência e maturidade”, realçou o técnico.

 

Para colmatar essa lacuna o clube procedeu recentemente a alguns ajustes no plantel mas o plano não resultou porque a equipa foi goleada em Évora.

“Demos de facto uma imagem muito fraca daquilo que é o valor da equipa. O resultado expressivo espelha aquilo que foi o nosso jogo. Cometemos muitos erros e deixámos o adversário jogar à vontade. É evidente que uma derrota como esta, em termos anímicos causa efeitos adversos e difíceis de gerir. Não me restava outra alternativa e no final do jogo, ainda dentro do campo, reuni com os jogadores e com os dirigentes do clube que lá estavam, e comuniquei a minha decisão, que foi aceite”, contou David Martins que ficou com alguma mágoa por não ter conseguido cumprir os objectivos.

 

 


Ainda nada está perdido

 

“Queríamos fazer uma época tranquila que permitisse ao clube consolidar o seu estatuto e a sua posição nas competições nacionais, mas como não estava a conseguir dar resposta às pretensões do clube, só me restava apresentar a demissão, embora não estivesse ainda nada perdido porque para a segunda fase todas as equipas partem com zero pontos e tudo se resolve em apenas seis jogos”.


 


David Martins, agora sem clube, vai aproveitar para fazer uma retrospectiva dos últimos tempos. “É sempre importante haver um período de reflexão para se conseguir extrair algum ensinamento e alguma aprendizagem. A vida de treinador funciona assim, estamos constantemente em aprendizagem”.   

 

O ex-treinador do Barreirense, mais tarde ou mais cedo, vai querer voltar ao activo mas não está ansioso por isso. “Não sabemos o que o futuro nos reserva mas, como é óbvio, estarei disponível para ouvir propostas de clubes que estejam interessados nos meus serviços. Depois, decidirei em consciência”.

 

A finalizar a nossa conversa, David Martins deixou uma palavra de apreço às pessoas do Barreirense, nomeadamente da sua estrutura e da direcção, que se “mostraram sempre solidárias e muito ligadas àquilo que era a minha função de treinador”. Aos adeptos pede que continuem a acreditar no grupo de trabalho, “é importante que continuem a apoiá-lo para que no final seja possível alcançar aquilo que se pretende, a permanência no campeonato nacional”.

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