Jogo com o Moncarapachense foi adiado…
DISSOLUÇÃO
DA SAD É A HIPÓTESE MAIS PROVÁVEL
“Até segunda-feira temos de tomar uma decisão e temo que seja drástica”, admite António Sousa, presidente do clube
Sem receber salários
desde o início da época, os jogadores e equipa técnica aceitaram aguardar até
16 de Janeiro por uma solução, indicaram fontes do plantel, mas o líder do
terceiro classificado da Série F aponta mesmo “segunda-feira” como data limite
para tomar uma decisão a nível directivo.
“Estamos a adiar para
ter mais dias, mas não estão a aparecer soluções. Temo que para a semana
tenhamos de tomar uma decisão jurídica, que passará por dissolver a SAD.
Estávamos convencidos que iríamos arranjar uma solução esta semana, mas não me
parece. Até segunda-feira temos de tomar uma decisão e temo que seja drástica”,
adiantou António Sousa.
Segundo o presidente
do clube, o anterior investidor da SAD, Leonardo Barros, “simplesmente
abandonou” a poucos dias do início da nova época, juntamente com outros “dois
administradores com quem tinha ligação” e deixou as acções da SAD na posse do
clube.
Só que o legado
deixado por Leonardo Barros tem dificultado o acordo com novos investidores,
apesar de já terem aparecido vários interessados desde o início da época.
“Corremos o mundo
inteiro, houve seis ou sete possibilidades. Da China, à África do Sul, Estados
Unidos, Canadá, Irão, Bélgica… Mas a gestão financeira deixada é tão confusa,
que qualquer investidor depara-se com um volume financeiro elevado e pouco transparente”,
apontou o dirigente.
Além disso, deixou um
imbróglio jurídico, uma vez que, com a saída de Leonardo Barros e dos seus dois
administradores, “neste momento existe apenas um administrador” da SAD, o
próprio António Sousa, “em representação do clube”, mas está presente “apenas
pela lei” e “nunca teve participação em decisões, conforme está registado na
Conservatória”.
“O clube vai ter de
decidir até segunda-feira, porque a situação mexe com pessoas, nomeadamente os
jogadores, que, heroicamente, se mantêm por aqui. Até essa questão jurídica se
põe. Ninguém sabe quem pode assinar as desvinculações dos jogadores. Já pedimos
um parecer, que está no gabinete jurídico da Federação Portuguesa de Futebol,
mas ainda não temos resposta”, frisou António Sousa.
“Há soluções para a
nova época, não há é para a presente. O problema é que a SAD pode não chegar à
nova época, mas o clube está sustentado financeiramente. Vamos ter falta de
objectivos desportivos em termos de equipa sénior e provavelmente vamos passar
alguns anos a procurar soluções, a não ser que aconteça um milagre nos próximos
dias”, concluiu o dirigente.
Apesar da crise que
atravessa, o Pinhalnovense segue em terceiro lugar da Série F do Campeonato de
Portugal, a um ponto do Moncarapachense e a quatro do Olhanense, com cinco
vitórias, quatro empates e uma derrota, em 10 encontros disputados.
O clube da margem sul
devia deslocar-se a Moncarapacho no domingo, mas chegou a acordo com os
algarvios para adiar o encontro para o final do mês, no caso de, entretanto,
surgir uma solução, algo em que o grupo de trabalho “não tem muita esperança
que possa acontecer”.
Fontes do plantel do
Pinhalnovense revelaram que “oito dos 23 jogadores que iniciaram a época”
abandonaram os treinos nas últimas semanas, pelo que o treinador, Ricardo
Estrelado, tem recorrido aos juniores para completar o grupo durante os
treinos.
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