Carlos Henriques diz que
não há motivo para alarme…
“SAD FOI VENDIDA MAS OS
NOVOS INVESTIDORES JÁ COMEÇARAM A PREPARAR A NOVA ÉPOCA”
O grupo espanhol Odemira Capital, cujo presidente é José Maria Gallego, que desempenha funções de director no Bétis de Sevilha, é agora o detentor do capital social.
Os associados do Amora Futebol Clube, esta época promovido à Liga 3, têm manifestado alguma preocupação por estarem a ver sair jogadores, que foram fundamentais no excelente desempenho da equipa no campeonato da última temporada, e nada saberem em relação à nova época desportiva.
A situação passou a ser ainda mais preocupante quando começaram a surgir
rumores de que a SAD estava à venda e que até o capitão de equipa, Joca, que
está há mais de 20 anos no clube, tinha pedido para sair.
Neste sentido, e para esclarecer o que de facto se está a passar, o nosso
jornal falou com o presidente do clube, Carlos Henriques, que começou por
dizer-nos que não há motivo para alarme.
“Na próxima sexta-feira tudo vai ser esclarecido em Assembleia Geral, que
já está marcada. O que se passou é que a SAD foi vendida e que a partir de
agora temos um novo investidor. O acordo foi formalizado na passada quinta-feira
e a nova época começou de imediato a ser preparada. É certo que estamos a
começar tarde em relação à maioria dos nossos adversários e que na próxima
época vamos disputar uma liga quase profissional mas com os requisitos que vão
ser exigidos ficaremos mais fortes em alguns aspectos. Tudo se vai resolver a
devido tempo”.
O presidente do clube não entende por que razão os anteriores investidores
colocaram à venda a sua participação na SAD, depois de uma época bastante
positiva.
Opinião completamente diferente tem o presidente do clube em relação a
estes que chegaram agora. “Por aquilo que me apercebi vêm com outras ideias,
outros propósitos e outra disponibilidade. O Amora não quer de forma nenhuma
meter-se na vida da SAD porque é esta que tem a maioria do capital, só está
disposta a ajudar. A maioria dos clubes tem um investimento entre os 700 mil e
o milhão de euros para as suas equipas, como já aconteceu a época passada no
Campeonato de Portugal. O Amora, mesmo não investindo tanto conseguiu lá
chegar. Por isso, vamos acreditar nas pessoas que chegaram agora e no trabalho
que já começaram a desenvolver porque o objectivo é catapultar o clube para
aquilo que todos desejamos”.
A Liga 3 arranca no dia 15 de Agosto e o Amora só agora começou a trabalhar na construção do plantel, ou seja, o tempo de preparação é curto mas Carlos Henriques acredita na capacidade de quem está a tratar do assunto.
Devido às exigências da competição o Amora não vai poder utilizar o
velhinho Estádio da Medideira que vai dar lugar a um novo estádio a construir
brevemente mas isso não é problema para o clube porque já foi encontrada uma
solução.
“Na época passada estivemos impedidos de jogar no Estádio da Medideira
durante algum tempo por causa do relvado. Nas últimas vistorias realizadas a
FPF considerou o estádio incapaz de receber jogos da Liga 3 que obedece a uma
série de requisitos nomeadamente no que respeita a transmissões televisivas,
publicidade, estado da relva e iluminação. Neste sentido, tivemos uma reunião
com a Câmara Municipal, que também esteve presente nas vistorias e o presidente
Joaquim Santos dispôs-se a recuperar o Complexo Municipal Carla Sacramento em
termos de alargamento do relvado, e pelo que sei as obras já estão a decorrer.
Será aí que vamos fazer os nossos jogos agora e enquanto durarem as obras de
construção do novo Estádio da Medideira, que esperemos comecem em breve.
Nesta nossa conversa, Carlos Henriques deixou bem patente que os associados
não têm razões para estar preocupados.
“Já concorri a três mandatos e se analisarmos todos os objectivos posso
dizer que obtivemos 85 a 90% daquilo que nos propúnhamos fazer. Os associados
podem ter a certeza que eu estou sempre preocupado antes de a preocupação
chegar a eles. Por vezes não podemos tornar público o que nos vai na alma para
não prejudicar o clube, com tem acontecido com outros da região. Com a entrada
da nova SAD, vamos trabalhar com mais entusiasmo porque estes investidores têm
uma postura completamente diferente e demonstram grande interesse naquilo que é
o clube, já visitaram todas as nossas instalações, o Serrado, a Academia e revelaram
ter também um grande interesse na equipa de sub-19 que está na 1.ª Divisão
Nacional que é disputada em cerca de 70% por clubes da I Liga”.
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