A decisão
foi devidamente ponderada…
“PREFERIMOS
FAZER ALGUNS MELHORAMENTOS PARA REGRESSARMOS NA PRÓXIMA ÉPOCA MAIS FORTES”
O clube estava preparado para continuar mas considera absurda a quantia que iria gastar em apenas dois meses. Assim sendo, optou por investir noutras áreas.
A notícia causa alguma estranheza por se tratar do clube com mais
presenças consecutivas na principal competição do futebol distrital
setubalense, que tem vindo a crescer de forma sustentável a nível estrutural e
perfeitamente estável a nível económico.
Mas, por que razão foi tomada esta decisão foi a questão que
colocámos ao homem que dirige o clube há mais de vinte anos.
“A decisão que tomámos foi devidamente ponderada. A direcção teve
uma conversa com a equipa técnica e com alguns jogadores e decidiu não retomar
a competição, tendo em conta a pandemia, a forma como as coisas estão a
decorrer e o ao facto de andarmos nisto há meses, sem encontrarmos uma solução.
Havia uma grande percentagem de clubes que não queria continuar e alguns que
agora deram o dito por não dito, mas cada um sabe de si”, explicou José
Fernando Dias.
“Na melhor das hipóteses, o campeonato iria começar no início de
Maio, ou seja teríamos apenas dois meses de competição e tínhamos que fazer
testes que custariam cerca de dois mil euros por mês, isto é de doidos”,
referiu para acrescentar logo de seguida: “como só vai haver subidas e esse não
é o nosso objectivo, depois de analisarmos bem a situação, tomámos a decisão
que entendemos ser a melhor para o clube”.
Nas reuniões havidas com os clubes foram avançadas algumas
hipóteses, “inicialmente queriam fazer a retoma com jogos à quarta-feira e ao
domingo mas isso não era viável por se tratar de um campeonato amador com
jogadores que trabalham durante a semana, depois porque nem todos os campos têm
condições para efectuarem jogos à noite e a juntar a tudo isto o facto de não
haver receitas. Eu sei muito bem quanto vai custar estes dois meses de
competição, para fazer apenas meia dúzia de jogos”, deixou bem patente.
Voltando à decisão de não continuar, José Fernando Dias fez
questão de dizer que “o Alfarim estava preparado para jogar e tinha tudo
organizado em termos financeiros mas, tendo em conta a situação, preferimos
fazer alguns melhoramentos para regressarmos na próxima época mais fortes,
provavelmente sem pandemia, na esperança de que grande parte da população já esteja
vacinada”.
Recentemente a FPF atribuiu uma verba para apoio às associações e
aos clubes mas a insatisfação é grande por ser irrisória.
“O apoio que nos dão a fundo perdido é de 500 euros e 1500 euros
de empréstimo que têm de ser pagos em dois anos. É evidente que isso não nos
interessa porque temos as contas todas em dia. 500 euros nem sequer dá para
pagar a luz. Participar na 1.ª Divisão Distrital, por muito pouco que se pague
aos treinadores, jogadores, massagistas, roupeiros, lavandaria, policiamento e
organização de jogos, não custa menos de 4000 euros por mês. Se a isto
juntarmos os testes, iriamos gastar cerca de 15 mil euros”, referiu.
Formação
e futebol de praia
Na conversa que tivemos falámos também nos escalões de formação e
do futebol de praia.
"Ao nível do futebol de formação, o clube continua a aguardar esclarecimentos mais concretos no que se refere à necessidade de testes obrigatórios em contexto de treino, pelo que não temos certeza da retoma dos treinos a 19 de Abril".
Relativamente ao futebol de praia, “temos tudo devidamente
organizado mas não sabemos ainda quando vai começar, só sabemos que tem que
terminar a 7 a 8 de Agosto. Queremos começar os treinos em Maio porque o
campeonato deve ter início em Junho ou Julho. Esperamos que este ano seja
diferente do ano passado que estivemos muito tempo sem treinar e depois fomos
os bombos da festa”.
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