Jogadores sempre tiveram vontade de continuar a treinar e
jogar…
“TRABALHAR NESTAS CONDIÇÕES DE PÁRA-ARRANCA NÃO É NADA
AGRADÁVEL”
Élio Santos, um dos treinadores mais experientes do futebol distrital, nunca pensou que uma situação como aquela que estamos a viver pudesse vir a acontecer. Mostra-se preocupado com os efeitos da pandemia mas revela que a sua maior preocupação sempre foi treinar e jogar e adianta que raramente o assunto foi abordado no balneário.
Na conversa que tivemos Élio Santos fez questão de
salientar o facto de no Grupo Desportivo de Alfarim não ter havido nenhum caso
positivo de covid-19.
“As regras de segurança impostas
pela Direcção Geral da Saúde foram sempre cumpridas e em consequência disso
nunca deixámos de trabalhar, excepto agora neste período porque fomos obrigados
a isso”, realçou.
“Tenho 28 anos de treinador
e nunca pensei que uma coisa destas pudesse vir a acontecer. Nós treinamos em
função do jogo porque é ele que nos dá alma. Trabalhamos diariamente para que
as equipas fiquem mais dinâmicas e para que o processo de sistematização seja
feito com rigor e, mesmo assim, já é difícil colocar a equipa a jogar aquilo
que queremos, para ganhar. Quanto mais agora com esta situação”, referiu a
propósito das consequências da paragem forçada.
Élio Santos adiantou que cumpriu
sempre as regras de segurança, uso de máscara e higienização, mas confidenciou
que “raramente falei no assunto aos jogadores, que mostraram sempre vontade de
continuar a jogar e treinar, para fazer esquecer a situação que é falada a todo
o momento, em todos os sítios”.
Sobre a pandemia e algumas das regras impostas pelo estado de emergência, o treinador do Grupo Desportivo de Alfarim mostra-se algo descontente.
“Acredito que não é fácil
lidar com a situação e decidir mas parece-me que há aqui algum jogo de
interesses. Há coisas que não dá para entender e cito apenas um exemplo. Ainda
hoje fui comprar o almoço e não pude comprar um sumo mas ao lado num
supermercado já o podia fazer. Portanto, em minha opinião temos que continuar a
vida como ela é, a ter preocupações garantidamente mas também temos que quebrar
esta onda que nos vai inundando diariamente através das notícias divulgadas
pela comunicação social”.
Voltando à vertente
desportiva, Élio Santos acrescentou que “trabalhar nestas condições de pára-arranca
não é nada agradável porque o processo de treino deve assentar sempre na
sistematização para que os seus jogadores a devido tempo possam ter
determinadas competências de forma estruturada e um maior entrosamento. Se o
campeonato recomeçar teremos que ter duas ou três semanas para poder aplicar as
ideias, mas é muito complicado, é um ano completamente estragado. Nada nos
garante que as coisas possam correr bem e que não haja mais casos de covid”.
E, a finalizar deixou a sua
opinião sobre a forma de resolver a questão da competição. “Se o campeonato
começou deve acabar. O Alfarim tem um orçamento modesto mas há que olhar bem e
respeitar os clubes que investiram muito neste campeonato. Sei que há gente
preocupada e eu se estivesse no lugar deles também estava”.
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