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quarta-feira, 10 de março de 2021

ANA DIAS»» Deixou o Amora para ingressar no Zenit

 


 

É a primeira jogadora portuguesa a actuar no futebol russo…

 

 

“ASSINEI O MEU PRIMEIRO CONTRATO PROFISSIONAL PELO AMORA ESTOU MUITO GRATA PELA OPORTUNIDADE”

 

 



Ana Dias, avançada de 23 anos, que esta temporada iniciou a época no Amora, deixou o clube da margem sul do Tejo para ingressar no Campeonato da Rússia.

 

A internacional pelas camadas jovens portuguesas foi apresentada no passado domingo como reforço do Zenit de São Petersburgo, assinando contrato como profissional, tornando-se assim a primeira jogadora portuguesa a actuar na equipa feminina do Zenit, formada no início de 2020.

 

Em Portugal, Ana vestiu a camisola do Cadima e A-dos-Francos, mas foi ao serviço do Condeixa, na época passada, que deu nas vistas. Ao serviço da formação de Coimbra, que na altura militava no segundo escalão, Ana marcou 40 golos em apenas 17 jogos e esta época, já na primeira liga, ao serviço do Amora, a jogadora de 23 anos marcou seis golos nos nove jogos que realizou.

 

A ambição de chegar à equipa principal da Selecção Nacional faz parte dos objectivos, numa fase de mudança em que o frio, a língua e as saudades da família são os principais entraves.

 

Ana Dias deu uma entrevista ao jornal “O Jogo” que transcrevemos na íntegra:

 

 


Como está a viver esta primeira experiência internacional?

Apesar da envolvência emocional estou a conseguir ajustar-me o mais possível à normalidade.

 

Quais são as maiores dificuldades?

Estar longe da família é sempre difícil porque eles são o meu alicerce e sem o apoio deles nada disto seria possível. Está a ser uma aventura, criar novas rotinas e sair da zona de conforto.

 

O frio e a língua são dois grandes problemas?

A língua não é propriamente fácil e o clima é rigorosamente frio. Depois há também a diversidade da cultura, por estar a conviver com pessoas totalmente diferentes, de outro país. Mas claro, a distância por estar longe dos meus, esse sim é o verdadeiro desafio.

 



Acredita que é um passo importante para conseguir cimentar a carreira?

Sem dúvida, é uma oportunidade que acrescenta na minha evolução e afirmação, sinto que pode ser o momento perfeito para dar o grande salto na minha carreira, enquanto profissional de futebol.

 

As oportunidades no estrangeiro são mais aliciantes do que em Portugal?

Sim, qualquer atleta procura experiências onde possam espreitar a sua evolução e o estrangeiro é um mercado que tem estrutura para responder a essa possível evolução.

 

Viver do futebol é o grande objectivo?

O futebol sempre foi uma paixão e se poder desfrutar dessa forma, tanto melhor.

 

Voltando agora à carreira, como é que tudo começou?

Começou por brincadeira, porque na altura jogava voleibol, mas depois não foi possível prosseguir devido à incompatibilidade das atletas, que seguiram outros caminhos. E eu, para manter a minha performance física, ingressei no clube da terra, o Vaguense. E a partir desse momento foi sempre em ascensão e no ano a seguir já estava a jogar a Liga BPI pelo Cadima.


 

Em que fase percebeu que o futebol seria uma escolha para o futuro?

A partir do momento que representei as sub-19 por Portugal, aí começou o gosto por querer mais e atingir novos patamares.

 

Passou por alguns emblemas, há algum que mereça um destaque especial?

Todos eles. Porque sempre me acarinharam, receberam e incentivaram-me a ser melhor, referindo sempre o meu potencial, contudo uns destacam-se pelo carinho e pela amizade e outros pelo profissionalismo e incentivo.

 

Sente que o Amora, o seu último clube, foi uma boa rampa de lançamento?

Sim. O Amora foi o clube com o qual assinei o meu primeiro contrato profissional e estou muito grata por essa oportunidade. E fica a admiração e um carinho especial por eles.


 

Para o futuro, ambiciona uma oportunidade na Selecção Nacional?

Penso que é o objectivo de qualquer jogadora representar o seu país. É uma possibilidade que me deixaria muito honrada.

 

O dia da mulher foi recentemente comemorado. Em algum momento viu o género como um entrave no futebol?

Não, antes pelo contrário. Sempre fui muito apoiada e acarinhada. A minha realidade como pessoa esteve sempre integrada no desporto, por isso, em momento algum senti qualquer tipo de preconceito ou motivos para desistir do meu sonho.

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