TRAFARIA»» Recurso às novas tecnologias - JORNAL DE DESPORTO

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segunda-feira, 1 de fevereiro de 2021

TRAFARIA»» Recurso às novas tecnologias

 

 

Dinis Rosa e os efeitos da pandemia…

 

“TEM SIDO A ÉPOCA DESPORTIVA MAIS DIFÍCIL DE GERIR QUE TIVE ATÉ AO MOMENTO”

 



O panorama do futebol amador em Portugal não está nada fácil devido à situação causada pela pandemia e todos aqueles que estão ligados à modalidade estão a sofrer; os clubes que não têm receitas, os jogadores que estão desmotivados e os treinadores que têm que inovar para manterem a união de grupo e os seus atletas minimamente preparados para a retoma, se ela vier a acontecer.


 

É o que se passa no Trafaria e em particular com o seu treinador, Dinis Rosa, como descreve na entrevista que deu ao nosso jornal.



 

Que está a ser feito no Trafaria para minimizar esta paragem forçada do campeonato?

Neste momento e tendo em conta a impossibilidade de podermos contactar presencialmente uns com os outros, temos recorrido a um conjunto de plataformas para podermos comunicar com todo o plantel. Através de reuniões via Zoom e através do WhatsApp, temos procurado orientar e motivar os nossos atletas para que, dentro do respeito pelas normas em vigor, não parem totalmente a prática de actividade física. Para tal, e à semelhança do que fazemos no período transitório, que antecede a pré-época, elaborámos um documento orientador com um conjunto de procedimentos que os atletas deverão seguir ao longo do tempo, e assim podermos minimizar os efeitos negativos desta paragem forçada. Para além disto, temos a ideia de aplicar alguns questionários digitais de resposta rápida, para assim podermos acompanhar com mais pormenor o que tem sido feito pelos atletas, bem como disponibilizar vários vídeos que representem alguns momentos do nosso modelo de jogo e que foram captados nos quatro jogos oficiais disputados até ao momento.



 

Nota nos jogadores alguma desmotivação pela forma como o campeonato tem decorrido?

Sim, temos uma equipa muito jovem, com uma média de idades de 20,8 anos e o facto de existir descontinuidade na competição, faz com que se desfoquem e direccionem o seu foco para outras actividades e interesses, também estes, característicos destas faixas etárias, algumas vezes em detrimento de uma presença contínua naquilo que foi a prática de treino.


 

Para o treinador esta situação também causa problemas? 

 Enormes problemas. No meu caso pessoal posso dizer que tem sido a época desportiva mais difícil de gerir que tive até ao momento, não pelos resultados, mas pelos problemas que esta pandemia nos tem levantado. A ausência de atletas nos treinos e até nalguns jogos oficiais, por questões desmotivacionais e laborais, motivadas pelas paragens constantes e pelo horário de realização dos jogos, tem sido um facto que com o surgimento desta pandemia tem aumentado. Quando assim é, tenho a sensação que quer treinadores, quer jogadores têm a percepção que têm estado a 50% das suas potencialidades. De qualquer das formas, e como treinador, apesar dos problemas, tenho tentado encarar esta situação como uma oportunidade para desenvolver recursos e ferramentas que permitam melhorar o meu desempenho como treinador, fundamentalmente nas novas questões motivacionais com que nos deparamos de momento. Esse trabalho está a ser feito, e pelo feedback que temos tido dos atletas, parece-me com resultados positivos.


 

Como vai gerir os tempos mais próximos?

Vamos tentar dentro das limitações contextuais que temos, procurar continuar a ser, dentro do amadorismo, o máximo profissionais possível, acompanhando e dando ferramentas aos atletas, para que possam não parar totalmente, propondo actividades que pensamos ser as ideais para a especificidade da modalidade.



 

Tendo em conta que não há qualquer tipo de previsão sobre o reinício das competições. Acredita que o campeonato vai chegar ao fim?

Sinceramente, não sei. Nós gostaríamos que sim e temos imensa vontade de dar continuidade ao trabalho que iniciamos na época passada e que nos permitiu atingir o 4.º lugar a seis pontos do segundo classificado e consequentemente do lugar de subida. Temos a perfeita noção que a situação de momento não se afigura nada fácil para que a retoma aconteça nos tempos mais próximos. O que sabemos é que tudo estamos a fazer, para que, caso esta tenha condições de regressar, nos podermos apresentar mais fortes do que estaríamos, se nada tivéssemos feito ou proposto.


 

Qual a sua maior preocupação neste momento?

Neste momento e no contexto Trafaria, a minha maior preocupação passa fundamentalmente pelas questões relacionadas com a saúde e com a manutenção dos postos de trabalho deste grupo de atletas. Depois, e num segundo plano de importância, que esta paragem se não for acautelada pelos atletas, possa hipotecar e ter consequências nefastas no crescimento e desenvolvimento destes atletas, na modalidade. Neste sentido, e no caso do Trafaria estamos a fazer de tudo para que tal não aconteça.


Se me permitir gostaria de agradecer e dar uma palavra de apreço a todos os atletas deste plantel, à minha equipa técnica (Desidério Pascoal, Aldo Lopes, Calita), ao coordenador técnico (Nuno Martins), ao presidente (Wilson Lima), ao vice-presidente (Barbosa) e ao Massagista (Fernando), pelo seu esforço, acompanhamento e dedicação, apesar de todas as dificuldades.

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