Dinis Rosa e os efeitos da pandemia…
“TEM SIDO A
ÉPOCA DESPORTIVA MAIS DIFÍCIL DE GERIR QUE TIVE ATÉ AO MOMENTO”
O panorama do futebol amador em Portugal não está nada fácil devido à situação causada pela pandemia e todos aqueles que estão ligados à modalidade estão a sofrer; os clubes que não têm receitas, os jogadores que estão desmotivados e os treinadores que têm que inovar para manterem a união de grupo e os seus atletas minimamente preparados para a retoma, se ela vier a acontecer.
É o que se passa no Trafaria e em particular
com o seu treinador, Dinis Rosa, como descreve na entrevista que deu ao nosso
jornal.
Que está a ser feito no Trafaria para minimizar esta paragem forçada do
campeonato?
Neste momento e tendo em conta a impossibilidade de podermos contactar presencialmente uns com os outros, temos recorrido a um conjunto de plataformas para podermos comunicar com todo o plantel. Através de reuniões via Zoom e através do WhatsApp, temos procurado orientar e motivar os nossos atletas para que, dentro do respeito pelas normas em vigor, não parem totalmente a prática de actividade física. Para tal, e à semelhança do que fazemos no período transitório, que antecede a pré-época, elaborámos um documento orientador com um conjunto de procedimentos que os atletas deverão seguir ao longo do tempo, e assim podermos minimizar os efeitos negativos desta paragem forçada. Para além disto, temos a ideia de aplicar alguns questionários digitais de resposta rápida, para assim podermos acompanhar com mais pormenor o que tem sido feito pelos atletas, bem como disponibilizar vários vídeos que representem alguns momentos do nosso modelo de jogo e que foram captados nos quatro jogos oficiais disputados até ao momento.
Nota nos jogadores alguma desmotivação pela forma como o campeonato tem
decorrido?
Sim, temos uma equipa muito jovem, com uma média de idades de 20,8 anos e o facto de existir descontinuidade na competição, faz com que se desfoquem e direccionem o seu foco para outras actividades e interesses, também estes, característicos destas faixas etárias, algumas vezes em detrimento de uma presença contínua naquilo que foi a prática de treino.
Para o treinador esta situação também causa problemas?
Como vai gerir os tempos mais próximos?
Vamos tentar dentro das limitações contextuais que temos, procurar continuar a ser, dentro do amadorismo, o máximo profissionais possível, acompanhando e dando ferramentas aos atletas, para que possam não parar totalmente, propondo actividades que pensamos ser as ideais para a especificidade da modalidade.
Tendo em conta que não há qualquer tipo de previsão sobre o reinício
das competições. Acredita que o campeonato vai chegar ao fim?
Sinceramente, não sei. Nós gostaríamos que sim e temos imensa vontade de dar continuidade ao trabalho que iniciamos na época passada e que nos permitiu atingir o 4.º lugar a seis pontos do segundo classificado e consequentemente do lugar de subida. Temos a perfeita noção que a situação de momento não se afigura nada fácil para que a retoma aconteça nos tempos mais próximos. O que sabemos é que tudo estamos a fazer, para que, caso esta tenha condições de regressar, nos podermos apresentar mais fortes do que estaríamos, se nada tivéssemos feito ou proposto.
Qual a sua maior preocupação neste momento?
Neste momento e no contexto Trafaria, a minha maior preocupação passa fundamentalmente pelas questões relacionadas com a saúde e com a manutenção dos postos de trabalho deste grupo de atletas. Depois, e num segundo plano de importância, que esta paragem se não for acautelada pelos atletas, possa hipotecar e ter consequências nefastas no crescimento e desenvolvimento destes atletas, na modalidade. Neste sentido, e no caso do Trafaria estamos a fazer de tudo para que tal não aconteça.
Se me
permitir gostaria de agradecer e dar uma palavra de apreço a todos os atletas
deste plantel, à minha equipa técnica (Desidério Pascoal, Aldo Lopes, Calita),
ao coordenador técnico (Nuno Martins), ao presidente (Wilson Lima), ao
vice-presidente (Barbosa) e ao Massagista (Fernando), pelo seu esforço,
acompanhamento e dedicação, apesar de todas as dificuldades.
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