Não tem sido fácil lidar com a situação…
“ESPERAMOS QUE NÃO SEJAM TOMADAS DECISÕES AVULSAS SE AS
PROVAS NÃO CHEGAREM AO FIM”
Presidente Joaquim Tavares diz que a ADQC foi na época passada a única equipa prejudicada, em todo o futebol distrital.
A Associação para o Desenvolvimento da Quinta do Conde ainda não esqueceu o que se passou a época passada com a sua equipa de futebol sénior que foi impedida de subir à primeira divisão devido a uma decisão algo controversa e o seu presidente lança o alerta para que esta época não voltem a haver prejudicados, se o campeonato não terminar.
Joaquim Tavares, nesta
entrevista, falou dos problemas que afectam o clube em tempo de pandemia, das
dificuldades sentidas para gerir a situação, da falta de receitas, da forma
como o campeonato tem decorrido e adiantou que não subscreveu nenhuma das duas
listas concorrentes às eleições da Associação de Futebol de Setúbal.
Quais são os maiores
problemas que estão a afectar o clube neste tempo de pandemia?
O
simples facto dos treinos terem que decorrer de forma limitada é desde logo um
problema complicadíssimo. No caso dos seniores, sub-22 e futsal, as
intermitências e agora a interrupção das competições representam um problema
acrescido e cujas consequências ainda se desconhecem, uma vez que não sabemos
se haverá condições para o recomeço das mesmas.
Certamente não terá
sido fácil viver com a situação?
Não
é nada fácil lidar com esta situação tanto do ponto de vista organizacional, como
emocional e competitivo. A falta de convívio quer de atletas quer de adeptos
prejudicam sobremaneira a ligação ao clube. Estes são efeitos tão nefastos que
vão perdurar muito para além da pandemia. Estamos a fazer treinos online,
sobretudo nos escalões de formação, de modo a que os atletas mantenham a
actividade física possível.
Como tem sido possível sobreviver sem a entrada de receitas?
Nos clubes portugueses já é difícil viver com as receitas habituais. Perdendo uma grande parte dessas receitas, torna-se quase impossível, sabendo que muitas despesas se mantêm. Não fossem os apoios que a Câmara Municipal de Sesimbra vai mantendo e seria de todo impossível superar esta fase.
Qual a sua opinião
sobre a forma como tem vindo a decorrer a época desportiva?
Estava
nas mãos dos clubes e da Associação de Futebol de Setúbal dar início ou não aos
campeonatos. O que nem clubes nem Associação poderiam controlar era a
actividade do vírus. Os atletas amadores comportam um risco de contágio e
propagação muito superior ao dos profissionais, na medida em que, para além do
círculo do clube e familiar inserem-se também no círculo profissional ou
escolar. Desde logo era previsível que vários jogos tivessem que ser adiados, o
que tem vindo a acontecer. Contudo, a grande maioria dos clubes, onde a ADQC se
incluiu, votaram pela realização dos campeonatos, a uma só volta. Portanto,
nada há a obstar em relação à realização das provas. Esperemos que as mesmas
possam chegar ao fim. No entanto teremos que ser corajosos, sensatos,
responsáveis e altruístas para só recomeçarmos as provas se estiverem reunidas
as condições sanitárias em que os intervenientes não sejam vítimas ou motores
de contágio e propagação do vírus.
As eleições e a
injustiça da época passada
Na Associação de
Futebol de Setúbal vai haver eleições. Que pensa sobre o facto de virem a ser
disputadas por duas listas?
É
sempre importante os eleitores poderem escolher entre duas ou mais
alternativas. Como é sabido, a ADQC não subescreveu nenhuma das listas. Assim
sendo esperemos que os clubes façam a escolha que melhor sirva os interesses do
futebol.
Quer salientar algum
facto importante que não tenha sido abordado?
Esperemos
que, caso as provas não cheguem ao fim, não sejam tomadas decisões avulsas, com
regras diferentes para cada um dos campeonatos, tal como sucedeu na época
passada. Se o campeonato tivesse chegado ao fim, teria havido uma descida da 1.ª
para a 2.ª divisão e uma subida para o Campeonato de Portugal. Logo dar-se-iam
duas vagas na 1.ª divisão. Como houve uma desistência na 1.ª divisão, teria
forçosamente que haver três subidas. Foi assim que se procedeu sempre na AFS e
foi assim que aconteceu nos escalões de formação, onde não houve descidas de
divisão e se fez um alargamento para permitir subidas. As desistências foram completadas
com subidas suplementares. Por exemplo no escalão de iniciados subiram cinco
equipas da 3.ª à 2.ª divisão e outros exemplos se poderiam dar. No caso dos
seniores, a AFS optou por não fazer descidas nem alargamento e usar um critério
de desempate diferente do usado para os escalões de formação. Aliás, sempre
defendi que não deveria haver descidas e deveria haver alargamento. Esta
decisão da AFS tornou a ADQC na única equipa desportivamente prejudicada, em
todo o futebol distrital, com o COVID 19.
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