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sábado, 14 de novembro de 2020

ÁGUAS DE MOURA»» Clube rescindiu unilateralmente protocolo com o Vitória FC

 

Presidente Sérgio Porfírio aposta num campeonato tranquilo…


“TEMOS UMA EQUIPA MUITO JOVEM, COM MUITA CAPACIDADE E MARGEM DE PROGRESSÃO”

 

O clube considera que não é coerente nem justo realizar um campeonato a uma só volta porque beneficia as equipas mais fortes, as que investiram para subir de divisão.

 

 

Sérgio Porfírio, presidente da Direcção
A direcção quer dignificar o clube e criar estruturas para que este regresso à 1.ª Divisão Distrital não seja apenas passageiro. Neste sentido, apesar da época atípica que vivemos, pretende fazer um campeonato tranquilo e incutir na equipa a mística criada pelo clube nos últimos tempos.


Em entrevista ao nosso jornal, o presidente Sérgio Porfírio, fala dos objectivos do clube e aborda também a rescisão unilateral do protocolo estabelecido com o Vitória FC porque no seu entender “a nova direcção do Vitória quebrou o protocolo pela falta de honestidade para com o Águas de Moura”.   


 

O Águas de Moura, 40 anos depois, está de volta à primeira Divisão da AF Setúbal, sente-se preparado para o regresso?


Sim, é um enorme orgulho, após 40 anos, conseguirmos colocar o clube de volta à primeira divisão distrital. Representa muito para esta aldeia que começou a reviver o desporto de outra forma. Foi um dos objectivos quando entrámos para esta direcção, dignificar o clube e começar a criar estruturas para que este regresso não seja apenas passageiro. Não nos podemos esquecer de todos os jogadores que ao longo destes 3 anos ajudaram a que isto fosse possível. Queremos também quando esta situação pandémica acabar chamar todos os jogadores que foram campeões o ano passado e fazer a respectiva homenagem. Infelizmente ainda não foi possível fazer isso, apenas fizemos um acto simbólico com o número muito restrito de jogadores devido às limitações impostas pela DGS.




O arranque da nova época teve alguns avanços e recuos e vai ser completamente diferente das anteriores, por razões óbvias. Concorda com a solução que foi encontrada?

 

Realmente é uma situação atípica esta que estamos a viver. Obviamente teriam de ser alteradas algumas situações em virtude das regras impostas pela DGS. Relativamente ao formato do campeonato achamos que beneficia as equipas mais fortes, as que investiram para subir de divisão.




Como está o Aguas de Moura a perspectivar a sua participação no campeonato?


O Aguas de Moura pretende fazer um campeonato tranquilo. É o nosso primeiro ano nesta divisão e pretendemos aprender muito com esta realidade. Somos um clube humilde, mas muito ambicioso. A nossa missão é incutir na nossa equipa a mística criada pelo Águas de Moura de há 3 anos para cá. Lutar para disputar sempre os 3 pontos até à última gota de suor. Temos uma equipa muito jovem, com muita capacidade e margem de progressão que precisa de se afirmar. Não temos dúvidas que muitos dos nossos jogadores podem para o ano estar num nível muito superior. A nossa equipa técnica está motivada, é inteligente e está em sintonia com a direcção.



Recentemente foram anunciadas alterações no regulamento de subidas e descidas concorda com elas?


Como disse há pouco, muita coisa correu mal para este início de campeonato. Sendo a nossa opinião que fazendo o campeonato a uma volta, e para não prejudicar ainda mais as equipas supostamente mais fracas, que se tomasse a mesma medida da época passada, não haveria descidas apenas subidas. Como sabe existem diferenças enormes entre orçamentos nos clubes desta divisão. Não é coerente nem justo, num campeonato com estas diferenças ainda beneficiar mais os clubes, digamos "grandes". Esta foi a nossa posição tomada na reunião da AFS e ouvida por todos os clubes.



Há praticamente dois anos que o Águas de Moura e o Vitória FC mantinham um protocolo de cooperação, segundo notícias vindas a público o Aguas de Moura rescindiu unilateralmente o protocolo existente. O que tem a dizer sobre isto?



É verdade. Os protocolos de cooperação existem para as instituições cooperarem naquilo que são as mais-valias de cada um. Apesar do Vitória não conseguir cumprir com a sua parte, o Aguas de Moura sempre cumpriu, com maior relevo para o empréstimos  das nossas instalações para que o Vitória conseguisse colocar todas as suas equipas de formação a jogar. Tínhamos o nosso campo repleto de crianças aos sábados e domingos. Criámos a escolinha do Vitória e dávamos oportunidade às crianças da nossa zona conseguirem praticar desporto e terem contacto com a marca vitória. Esta nova direcção do Vitória quebrou este protocolo pela falta de honestidade perante o Aguas de Moura. Somos um clube humilde, que representa uma região e não podemos admitir que um ex-treinador nosso, que agora representa o Vitória, passe todos os dias a aliciar os nossos jogadores. Esta situação foi comunicada directamente ao presidente do Vitória e ao director da equipa B, que nada fizeram. Ainda esta semana mais um jogador do Aguas de Moura foi representar o Vitória. Isto cria no grupo de trabalho enorme instabilidade. Não culpo directamente os jogadores, apesar do momento que assinam e dão a sua palavra têm de ser homens e capazes de a cumprir, mas sim alguém que tem à sua frente uma instituição como o Vitória que se deveria reger por valores básicos, como respeito e educação. Não percebe que antes de qualquer vitória no campo, o mais importante é a formação de jovens onde para além da parte desportiva tem de estar incluído valores como a ética, educação, sentido de responsabilidade entre outros. É assim que o Aguas de Moura pensa e como tal nunca iria manter um protocolo onde esses valores não estejam intrinsecamente incluídos.

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