Presidente Sérgio Porfírio aposta num campeonato tranquilo…
“TEMOS UMA EQUIPA MUITO JOVEM, COM MUITA CAPACIDADE E MARGEM DE PROGRESSÃO”
O clube considera que não é coerente nem justo realizar um campeonato a uma só volta porque beneficia as equipas mais fortes, as que investiram para subir de divisão.
A direcção quer dignificar o clube e criar estruturas para que este regresso à 1.ª Divisão Distrital não seja apenas passageiro. Neste sentido, apesar da época atípica que vivemos, pretende fazer um campeonato tranquilo e incutir na equipa a mística criada pelo clube nos últimos tempos.Sérgio Porfírio, presidente da Direcção
Em entrevista ao nosso jornal, o presidente Sérgio Porfírio, fala dos
objectivos do clube e aborda também a rescisão unilateral do protocolo
estabelecido com o Vitória FC porque no seu entender “a nova direcção do
Vitória quebrou o protocolo pela falta de honestidade para com o Águas de Moura”.
O Águas de Moura, 40 anos depois, está de volta à primeira
Divisão da AF Setúbal, sente-se preparado para o regresso?
Sim, é um enorme orgulho, após 40 anos,
conseguirmos colocar o clube de volta à primeira divisão distrital. Representa
muito para esta aldeia que começou a reviver o desporto de outra forma. Foi um
dos objectivos quando entrámos para esta direcção, dignificar o clube e começar
a criar estruturas para que este regresso não seja apenas passageiro. Não nos
podemos esquecer de todos os jogadores que ao longo destes 3 anos ajudaram a
que isto fosse possível. Queremos também quando esta situação pandémica acabar
chamar todos os jogadores que foram campeões o ano passado e fazer a respectiva
homenagem. Infelizmente ainda não foi possível fazer isso, apenas fizemos um
acto simbólico com o número muito restrito de jogadores devido às limitações
impostas pela DGS.
O
arranque da nova época teve alguns avanços e recuos e vai ser completamente
diferente das anteriores, por razões óbvias. Concorda com a solução que foi
encontrada?
Realmente é uma situação atípica esta que
estamos a viver. Obviamente teriam de ser alteradas algumas situações em
virtude das regras impostas pela DGS. Relativamente ao formato do campeonato
achamos que beneficia as equipas mais fortes, as que investiram para subir de
divisão.
Como está o Aguas de Moura a perspectivar a sua participação no campeonato?
O Aguas de Moura pretende fazer um campeonato
tranquilo. É o nosso primeiro ano nesta divisão e pretendemos aprender muito
com esta realidade. Somos um clube humilde, mas muito ambicioso. A nossa missão
é incutir na nossa equipa a mística criada pelo Águas de Moura de há 3 anos
para cá. Lutar para disputar sempre os 3 pontos até à última gota de suor.
Temos uma equipa muito jovem, com muita capacidade e margem de progressão que
precisa de se afirmar. Não temos dúvidas que muitos dos nossos jogadores podem
para o ano estar num nível muito superior. A nossa equipa técnica está motivada,
é inteligente e está em sintonia com a direcção.
Recentemente
foram anunciadas alterações no regulamento de subidas e descidas concorda com
elas?
Como disse há pouco, muita coisa correu mal para
este início de campeonato. Sendo a nossa opinião que fazendo o campeonato a uma
volta, e para não prejudicar ainda mais as equipas supostamente mais fracas,
que se tomasse a mesma medida da época passada, não haveria descidas apenas
subidas. Como sabe existem diferenças enormes entre orçamentos nos clubes desta
divisão. Não é coerente nem justo, num campeonato com estas diferenças ainda
beneficiar mais os clubes, digamos "grandes". Esta foi a nossa
posição tomada na reunião da AFS e ouvida por todos os clubes.
Há
praticamente dois anos que o Águas de Moura e o Vitória FC mantinham um
protocolo de cooperação, segundo notícias vindas a público o Aguas de Moura
rescindiu unilateralmente o protocolo existente. O que tem a dizer sobre isto?
É verdade. Os protocolos de cooperação existem para as instituições cooperarem naquilo que são as mais-valias de cada um. Apesar do Vitória não conseguir cumprir com a sua parte, o Aguas de Moura sempre cumpriu, com maior relevo para o empréstimos das nossas instalações para que o Vitória conseguisse colocar todas as suas equipas de formação a jogar. Tínhamos o nosso campo repleto de crianças aos sábados e domingos. Criámos a escolinha do Vitória e dávamos oportunidade às crianças da nossa zona conseguirem praticar desporto e terem contacto com a marca vitória. Esta nova direcção do Vitória quebrou este protocolo pela falta de honestidade perante o Aguas de Moura. Somos um clube humilde, que representa uma região e não podemos admitir que um ex-treinador nosso, que agora representa o Vitória, passe todos os dias a aliciar os nossos jogadores. Esta situação foi comunicada directamente ao presidente do Vitória e ao director da equipa B, que nada fizeram. Ainda esta semana mais um jogador do Aguas de Moura foi representar o Vitória. Isto cria no grupo de trabalho enorme instabilidade. Não culpo directamente os jogadores, apesar do momento que assinam e dão a sua palavra têm de ser homens e capazes de a cumprir, mas sim alguém que tem à sua frente uma instituição como o Vitória que se deveria reger por valores básicos, como respeito e educação. Não percebe que antes de qualquer vitória no campo, o mais importante é a formação de jovens onde para além da parte desportiva tem de estar incluído valores como a ética, educação, sentido de responsabilidade entre outros. É assim que o Aguas de Moura pensa e como tal nunca iria manter um protocolo onde esses valores não estejam intrinsecamente incluídos.
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