Por Miguel Portela (artigo da Revista Visão)
POR QUE RAZÃO SE MANTÉM A PROIBIÇÃO DAS
COMPETIÇÕES JUVENIS?
Tenho, nos meus últimos artigos,
defendido a importância do Desporto como um elemento decisivo no combate, a
todos os níveis, a esta malfadada e híbrida Pandemia.
O tempo e os exemplos práticos têm-me
dado razão.
Na verdade, o Desporto, tem sido um meio
importante no regresso das pessoas à actividade física, ao regresso ao espectáculo
desportivo (com todos os benefícios económicos e sociais), etc.
Os Clubes (quer amadores que
profissionais) têm sido, também, um importante meio de controlo da elaboração
de testes à COVID-19 assim como de controlo da sua propagação da doença.
Os milhares de testes que já foram
realizados por Clubes e as exemplares medidas de contenção que têm sido
aplicadas aos casos (raros) em que foram testados atletas positivos são um
verdadeiro serviço público, muito dele feito com dinheiro particular dos
próprios Clubes ou Federações.
Chegados aqui e sem necessidade de mais
argumentos, aumenta a minha incompreensão quanto à manutenção de tantas
restrições quanto à prática do Desporto e, no caso em concreto deste artigo, do
Desporto Jovem.
Ora, analisando os muitos e bons
exemplos que o Desporto tem dado; tomando os dados científicos quanto à
propagação da COVID-19 nos jovens; considerando também as ínfimas
probabilidades de um jovem ser gravemente afectado pela COVID-19; considerando
que os jovens andam junto todos os dias e, até, praticam actividades
desportivas em conjunto fora dos Clubes; considerando que esses mesmos jovens
fazem mil e uma coisas juntos no seu dia-a-dia, pergunto: por que razão se
mantém a proibição das competições juvenis?
Meus caros decisores: acreditem que a
energia, entusiasmo, dedicação e criatividade daqueles que heroicamente têm
lutado contra tamanha cobardia está-se a esgotar….
Está-se a acabar a capacidade para
adaptar desportos às regras que se inventaram como boas para o combate à
doença; está-se a acabar a capacidade de manter o entusiasmo de milhares de
jovens, desertos por competirem, em treinos sem nenhum objectivo concreto;
está-se a acabar a capacidade de dedicação de tantos treinadores, educadores e
formadores de bons seres humanos numa sistemática e diária criação de treinos
virtuais ou similares que, na sua substância, retiram ao desporto aquilo que o
mesmo tem de tão importante: colocar o individuo à prova na sua capacidade de
superação, na sua capacidade de controlar momentos de pressão, na sua
capacidade de resistir à dor…
E, quando se esgotar a capacidade de
manter estes milhares de jovens numa realidade quase virtual, será enorme o
risco de se quebrar uma cultura desportiva que, felizmente, tem vindo a crescer
no nosso país.
Caros dirigentes… cabe-vos evitar esse
desastre…. É vossa responsabilidade.
Porque o Desporto é essencial, porque a
competição é algo intrínseco ao Desporto, lutemos pelo regresso das competições
no desporto jovem.
Tenhamos essa CORAGEM!
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