A notícia foi avançada esta tarde pelo DN…
PLANTEL EM GREVE, JOGADORES EM DIFICULDADE E SAD EM RISCO
Jogadores decidiram parar de treinar devido aos ordenados em atraso. Insolvência da SAD pode colocar a época em risco no Campeonato de Portugal. Reunião dos capitães com o presidente esta tarde e Assembleia Geral podem mudar o rumo dos acontecimentos.
O Vitória de Setúbal está a ferro e fogo. Agora foi a vez de o plantel fazer greve aos treinos devido a ordenados em atraso. A época só agora começou, mas a situação já se arrasta desde o final da temporada passada e diz respeito aos sub-23 incluídos no plantel principal, com o rebaixamento ao Campeonato de Portugal.
Os capitães resolveram tomar
uma posição de força e informar a equipa técnica, liderada por Alexandre
Santana, da decisão de faltar aos treinos, uma vez que não conseguiam respostas
do presidente Paulo Gomes, que colocou o lugar à disposição depois do Conselho
Fiscal e Disciplinar ter apresentado uma queixa-crime contra a direcção do
clube por suspeitas de desvio de dinheiro numa transferência.
Depois de o grupo recusar
treinar, o líder sadino aceitou reunir com Semedo para ouvir as queixas dos
atletas, sendo que há futebolistas a passar dificuldades. O Sindicato de
Jogadores já pediu inclusive para ser feito o levantamento da situação, de
forma a accionar o plano de ajuda aos mais carenciados.
Com 110 anos de história, três Taças de Portugal (1964-65, 1966-67, 2004-05), uma Taça da Liga (2007-08) e 77 presenças no escalão principal, o Vitória atravessa uma crise desportiva e financeira e enfrenta mesmo algumas penhoras. O treinador Lito Vidigal, que salvou a equipa de descer de divisão em campo, antes de o clube ser condenado ao rebaixamento ao terceiro escalão na secretaria, accionou a justiça para receber os cerca de 200 mil euros em salários e prémios.
O próprio plano de
recuperação financeira está em perigo e pode mesmo levar à insolvência da SAD,
uma vez que os pressupostos que levaram à sua aprovação assentavam numa
presença na I Liga e não no Campeonato de Portugal, para onde foi rebaixado por não ter preencher os
requisitos financeiros para a inscrição no campeonato.
No total, a dívida da SAD
vitoriana é de 24 milhões de euros. Só a dívida ao Estado português é de
5,4 milhões de euros (3,4 à Autoridade Tributária e 1,8 à Segurança Social).
Dívida que os sadinos se comprometem a pagar em 150 prestações. A dívida a
fornecedores e a outros credores chega quase ao milhão de euros e os
financiamentos obtidos superam os 17,6 milhões de euros (3,8 no Banco Comercial
Português e 13,7 na Parvalorem, a entidade pública criada para gerir os activos
tóxicos do antigo BPN.
Esta terça-feira realiza-se
uma Assembleia Geral para decidir se os sócios aceitam dar o valor dos terrenos
do Estádio do Bonfim, adquiridos pelo município por 900 mil euros, como
garantia de dívidas da SAD. Se a proposta da direcção for chumbada, a SAD não
tem como fazer face à ameaça de penhora da Autoridade Tributária entre outras,
situação que pode levar à insolvência da Sociedade Anónima Desportiva e colocar
a presença da equipa no Campeonato de Portugal em perigo.
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