Da reunião do dia 16 de Outubro, poderá sair luz verde…
NA MELHOR DAS HIPÓTESES CAMPEONATOS
DISTRITAIS DE SENIORES SÓ DEVERÃO COMEÇAR EM NOVEMBRO
José Manuel Santos, presidente do Charneca de Caparica, revela pormenores sobre o que está a ser preparado. Disputa dos campeonatos a uma só volta começa a ganhar forma
Os clubes reunidos recentemente
com a AF Setúbal agendaram uma nova reunião para o dia 16 de Outubro onde, em
princípio, será avançada a data para o início dos campeonatos, se houver
condições para isso. Em discussão vai estar também a possibilidade dos
campeonatos se disputarem a uma só volta.
Estas informações foram avançadas
ao nosso jornal pelo presidente do Charneca de Caparica Futebol Clube, José
Manuel Santos, que abordou também a ausência do seu clube no Campeonato
Nacional de Futebol de Praia e as eleições da AF Setúbal que, em sua opinião,
deveriam ser adiadas.
Como
presidente do Charneca de Caparica, que tem a dizer sobre a actual situação do
futebol distrital e as dúvidas que existem em relação ao início das
competições?
A situação em que o País se
encontra, e em particular o nosso Distrito, é deveras preocupante e, em tudo o
que fizermos terá de ser sempre salvaguardada a saúde dos nossos atletas,
familiares e adversários. Nestes tempos tão complicados, a sensibilidade e a boa-fé
que se quer aplicar à realização das provas desportivas, também deve ser
aplicada aos clubes, porque são eles, em última instância, o baluarte do
futebol distrital e regional, assim com a verdadeira base estrutural das Associações
Distritais de Futebol.
Relativamente ao inicio dos
Campeonatos Distritais de Seniores da 1.ª e 2.ª Divisão, que já estiveram
agendados 13 de Setembro, depois a 4 de Outubro, ficou agora decidido, pelos clubes
em conjunto com a AFS, efectuar uma reunião que está agendada para 16 de
Outubro, para decidir ou não o seu inicio, consoante a situação que se viver na
altura. Sabemos que existem clubes cujas instalações são municipais e que os municípios
não autorizam treinos ou jogos, dai os adiamentos constantes da competição.
Isto acontece principalmente com as equipas do Alentejo, com as quais estamos
solidários, hoje por eles amanhã por nós.
Da proposta apresenta pela
AFS, a anulação da "Taça AF Setúbal" liberta algum tempo disponível
para a realização de jogos de campeonato, ideia com a qual concordo, uma vez
que não acarreta qualquer prejuízo ou benefício para as equipas que fariam
parte desta prova.
Já a ideia de realizar um
campeonato a uma só volta levanta questões de equidade, igualdade e justiça, não
sendo por isso mesmo a solução ideal. Contudo, porque este é um tempo de excepção,
não existem "soluções ideais". Por isso, defendo a definição de
regras de subida e descida mais "flexíveis" e "protectoras"
dos clubes com menos capacidade financeira. Não é aceitável, nem de
bom senso, defender um campeonato a uma só volta porque vivemos tempos de
dificuldade e ao mesmo tempo sujeitar as equipas mais "frágeis"
da 1.ª divisão a poderem descer em bloco, consoante os resultados daquelas que
estão no Campeonato Nacional de Seniores. Assim sendo, concordo que a
competição se realize a uma só volta, caso esta preveja, por exemplo, a descida
de apenas uma equipa. Permitia-se a subida ao CNS do campeão distrital e a
subida de duas equipas da 2.ª Divisão Distrital. Portanto sou apologista de se
criar um regulamento excepcional para um campeonato excepcional.
Compreendo a necessidade de
adaptar a prova a uma só volta, mas reitero igualmente que não é aceitável, que
uma prova destas características, tenha as mesmas regras de uma prova com 30
jogos, onde todos se defrontam mutuamente em condições de igualdade e
justiça. É uma questão de lógica, razoabilidade, bom senso e
altruísmo. Para tal, é necessário harmonia e bom senso entre os clubes, a AF
Setúbal e FPF.
Sabemos que existem clubes
em situação muito debilitada, com dificuldades em continuar a sua actividade.
Como tal, é imperativo o recomeço das provas de formação, mas com o cumprimento
das regras impostas pela DGS. Claro que, para isso, compete a cada um dos clubes
apresentar o seu plano de contingência dentro das suas capacidades e condições.
Segundo informação obtida, a DGS vai pronunciar-se sobre os escalões de
formação entre 10 e 15 de Outubro, o que é perfeitamente compreensível porque
já pode fazer o rescaldo do início das aulas.
Como
tem vivido o Charneca de Caparica com esta situação causada pela pandemia?
É de facto desagradável esta
situação, mas temos de saber lidar com ela. Como é do conhecimento geral houve
um caso positivo de Covid fora do clube, mas o atleta em questão esteve
presente num jogo que nos obrigou a cancelar treinos de seniores durante 15 dias.
O CCFC fez o seu plano de contingência, que temos vindo a cumprir com muito
rigor, quer na formação (treinos sem
contacto) quer nos seniores (treinos livres), seguindo as regras e normas da
DGS.
Recentemente
foram feitos alguns reparos sobre a participação dos clubes do distrito no
Campeonato Nacional de Futebol de Praia. Concorda com aquilo que foi dito e com
o protesto feito?
O Charneca de Caparica é
pioneiro no Campeonato Nacional, de Futebol de Praia, esta foi a primeira vez
que não estivemos presentes, pelo motivo que passo a explicar:
Em Abril foi criado pelo Madjer,
em nome da FPF, um grupo no WhatsApp do qual também fazemos parte. Após vários
diálogos, não conseguíamos obter respostas quanto ao início do campeonato e
isso para nós era importante porque grande parte dos jogadores pertenciam ao
futebol de 11. Chegámos a Agosto, com a pré-época á porta, sem qualquer
indicação e como o Campeonato da 1.ª Divisão Distrital estava agendado para 13
de Setembro, decidimos não participar na competição, até porque não havia
autorização da Policia Marítima para efectuar jogos ou treinos tanto em
Sesimbra como em Setúbal, mas apenas em Chelas. Penso que foi também por isso que
os restantes clubes não aderiram. Os clubes da AF Setúbal que participaram já
sabiam para o que iam, não podendo imputar culpas a terceiros. Se não houve
mais clubes foi porque decidiram não participar. No nosso caso, pensamos que no
futuro estaremos de novo na competição.
Para
este ano está prevista a realização de eleições para os órgãos sociais da AF
Setúbal que tudo indica irão contar com a participação de duas listas.
Considera benéfica para os clubes, esta concorrência?
Concorrência é sempre
benéfica em todos os aspectos, agora depende dos objectivos de cada um. Acho
que este ano nem deveria haver eleições, deveriam ser adiadas para a próxima
época. Todos sabemos que a actual direcção tem feito um esforço extraordinário
num momento complicado e com decisões importantes a tomar. Neste sentido,
entendemos não ser esta a altura certa para eleições devido à fragilidade que
os clubes e a própria Associação atravessam, mas sabemos que existem movimentos
em sentido contrário.
Há
algo mais que queira referir?
Quero aqui deixar um abraço
solidário a todos os clubes sem excepção. Este é o momento de nos unirmos em
prol da nossa sobrevivência, podem contar com o CCFC para qualquer situação,
juntos seremos mais fortes.
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