AF SETÚBAL»» Grandolense contesta início dos campeonatos a 4 de Outubro - JORNAL DE DESPORTO

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domingo, 6 de setembro de 2020

AF SETÚBAL»» Grandolense contesta início dos campeonatos a 4 de Outubro

 

Clube esclarece a sua posição, em comunicado…


ALENTEJANOS NÃO CONCORDAM COM A DECISÃO MAS VÃO ACATÁ-LA

 

 

Ausência de público, balneários sem condições, testes aleatórios de despiste pagos pelos clubes, jogos adiados só com 50% de atletas infectados e dúvidas sobre o que acontece caso o campeonato seja suspenso, são apenas algumas das condicionantes referidas pelo clube, que coloca a saúde de todos em primeiro lugar .

 

 



Na passada quarta-feira a Associação de Futebol de Setúbal reuniu-se com os clubes para decidir a data para o início das competições.

 

Por maioria, foi decidido que o início seria a 4 de Outubro. O consenso não foi geral e o Grandolense foi um dos clubes que manifestou o seu descontentamento porque “preservamos em primeiro lugar a saúde de todos” adiantando que “discordamos desta decisão mas vamos acatá-la”.

 

Como forma de justificar a sua posição o clube resolveu lançar um comunicado onde esclarece a sua posição, para que não fiquem dúvidas no ar.

 

Eis o comunicado:

 

A direcção do Clube Recreativo O Grandolense vem por este meio comunicar a sua discordância com a decisão tomada pela maioria dos clubes inscritos na 1.ª divisão da AFS, época 2020/2021, ou seja, iniciar a competição no próximo dia 4 de Outubro de 2020. Contudo, e uma vez que prezamos a democracia, não vivêssemos nós na denominada “Terra da Fraternidade”, aceitamos a decisão tomada, afirmando desde já que não “jogaremos a toalha ao chão”, mas que tudo faremos para defender não só a nossa instituição, mas, acima de tudo, a saúde e integridade dos nossos atletas!

 

Através deste comunicado, gostaríamos de explicitar a todos a nossa posição, pois consideramos que as condicionantes ao início das competições seniores amadoras da AFS são várias, sendo muitas delas prejudiciais para os clubes, tais como:

 

•A ausência de público nos jogos, priva os clubes de uma receita de extrema importância para a sobrevivência das equipas seniores, pois em muitos casos (como o nosso) a actividade do plantel sénior é coadjuvada pela bilheteira e bar dos jogos realizados em casa, jogos esses não só do plantel sénior como sobretudo dos escalões do futebol juvenil. De referir que as mensalidades pagas pelos nossos atletas do futebol juvenil são única e exclusivamente para pagamento dos subsídios dos treinadores desses escalões;

 


•Os balneários da esmagadora maioria dos campos actuais não oferecem condições para 18 jogadores tomarem banho após os jogos. Em muitos deles é igualmente incomportável estarem 20 pessoas no seu interior para dar uma palestra antes do jogo. Cumprindo com rigor as regras de distanciamento sugeridas pela DGS, em muitos dos balneários apenas poderão permanecer 4 ou 5 atletas de cada vez. Além disso, após cada utilização os balneários deverão ser desinfectados;

 

•A medição da temperatura aos atletas, antes dos treinos e dos jogos, além de ser mais uma responsabilidade para os clubes, não garante qualquer segurança aos intervenientes, pois como sabemos, a maioria dos infectados com COVID-19 são assintomáticos;


 

•Não é aceitável que tenham que ser os clubes a pagar os testes aleatórios de despiste COVID-19, quando os jogos se realizam com equipas de zona de risco, pois será mais um encargo para os clubes, quando estes já sobrevivem com extremas dificuldades financeiras. Por outro lado, não faz sentido que estes testes sejam aplicados 48 horas antes dos jogos, pois trata-se de jogadores amadores que têm a sua vida profissional à parte, não podendo ser garantido que um atleta após um teste negativo 48 horas antes, não contraia o vírus no dia seguinte e não vá jogar infectado;

 

•Segundo as informações fornecidas pela AFS na última reunião, consideramos inaceitável que para adiar um jogo por motivo de infecção com COVID-19, tenha obrigatoriamente o clube que ter 50% de atletas infectados, pois, por exemplo, se um clube tiver os seus GR infectados, terá que ir a jogo com jogadores de campo a jogar na posição de GR. Se as regras hoje em vigor forem correctamente aplicadas, no caso de haver um teste positivo de um jogador, todos os seus contactos directos (ou seja, o plantel) terão que ficar de quarentena. Não esquecer que os sintomas de COVID-19 podem surgir até 14 dias após o contágio, o que quer dizer que será muito fácil um jogador infectado poder jogar num jogo oficial. Por outro lado, verificamos que, por exemplo, na AF de Évora os jogos são adiados pela própria associação e existirem 3 casos de infecção confirmados num plantel (ponto 3 do artigo 11.º do regulamento COVID-19 para a retoma da prática competitiva de futebol e futsal, o que vinca que a opção da AFS é incoerente;

 

•A solução apontada para a realização de jogos do campeonato a meio da semana (no caso de adiamento dos mesmos) não nos parece viável, pois poucos clubes têm iluminação homologada para a realização de jogos oficiais à noite. Não nos parece coerente que campos que não foram aprovados para a realização de jogos à noite, por falta de condições, possam a partir de agora fazê-lo.


 

•Não está explícito nem documentado o que irá acontecer caso o campeonato seja suspenso, como na última época. Imaginemos  que    decorrem  4  ou  5  jornadas,  descem  ou  sobem  os clubes que estiverem nessa posição? Mesmo com poucos jogos realizados? Os clubes vão fazer um investimento enorme para poderem vir a ser prejudicados por o campeonato não poder terminar? Repudiamos o facto de se estar a colocar o “negócio” à frente da saúde, colocando em risco não só atletas, técnicos e dirigentes, mas também todas as suas famílias!

 

No caso de vir a existir um surto dentro de um clube, impedindo alguns dos intervenientes de poder trabalhar, quem irá assumir o pagamento dos ordenados a essas pessoas? Somos amadores e, como tal, todos vivemos do nosso trabalho e não do futebol...

 

A nossa proposta seria que não se determinasse neste momento qualquer data para início da competição. Durante o(s) próximo(s) mês(es) iriamos avaliando a evolução da pandemia em Portugal, para mais tarde poder decidir de consciência tranquila, protegendo assim a saúde de todos nós. Por tudo o referido anteriormente, o Clube Recreativo O Grandolense não pode de forma alguma assumir a responsabilidade por algum problema, relacionado com contágio por COVID-19, que possa vir a acontecer no futuro. Alguém terá que assumir essa responsabilidade, mas não nós! Assim, e apesar de contestarmos a decisão tomada, informamos que iremos acatar a mesma e participar no Campeonato Distrital da 1.ª divisão da AFS, de forma a não sermos derrotados na secretaria.

 

Atentamente,

 

A Direcção do Clube Recreativo O Grandolense

 

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