Sentia que o seu rendimento ia começar a cair…
“NÃO QUERO ACABAR A ARRASTAR-ME E A SER
ASSOBIADO POR QUEM ME APLAUDIU”
Márcio Madeira, jogador acima da média e um dos melhores futebolistas do campeonato distrital da 1.ª divisão da AF Setúbal, especialista na cobrança de bolas paradas e uma figura de referência do Vasco da Gama de Sines, colocou um ponto final na sua carreira.
O
anúncio feito através das redes sociais vem por um lado confirmar alguma
suspeitas e ao mesmo tempo desfazer alguns rumores que pairavam no ar sobre a
sua pessoa.
“Nada
na minha vida é oficial até ser dito ou escrito por mim.
Serve esta publicação para vos dizer que termino hoje a minha carreira
futebolística”, começou por dizer.
“A parte profissional terminou na época de 2014/2015.
As razões são sobejamente conhecidas e não interessam para agora. A outra parte,
a amadora, aquela que tanto gozo me deu, está finalizada. Os motivos, vou
tentar explicar de forma sucinta”.
“Sempre quis terminar com os meus números intactos
e com os meus registos altos, como sempre foram aqui. E a verdade é que
caminhava para a minha melhor época de sempre até ao início da pandemia. Este
ano fiz 18 golos em 19 jogos (24 possíveis) e no fim da primeira volta era o
melhor marcador do campeonato. Em alguns desses jogos tive que sair porque por
muito que me cuide não consigo tirar anos aos 35 que já faço”, fez questão de
salientar.
“No próximo ano sentia que o meu rendimento
ia começar a cair. Com naturalidade ia jogar menos. Por lesões que cada vez são
mais frequentes, mais vezes substituído ou suplente, ou ia jogar pelo estatuto
que tenho ou pelo respeito que me têm e isto sem treinar regularmente, pois já
não o consigo fazer. Desde a primeira hora defendo que quem treina mais, joga
mais. Os clubes amadores só sobrevivem assim, não existem melhores nem piores. Existe
compromisso”, realçou.
No
momento da despedida, Márcio Madeira deixou uma palavra de agradecimento a todos
os clubes que representou: Vasco da Gama, Sport Lisboa e Benfica, Vitória
Futebol Clube, União Micaelense, Operário Açores, Juventude de Évora, Nacional
da Madeira, Portimonense, Moreirense e Farense. E, fez o mesmo em relação aos treinadores,
directores, presidentes e a todos os staffs desde roupeiros a fisioterapeutas e
principalmente a todos os seus colegas de equipa.
“Não
vou referir nomes pois corro o risco de ser injusto ou esquecer alguém mas
quero também deixar uma palavra para os meus adversários porque ninguém evolui
ou joga sozinho. E, por fim, aos adeptos. Fui um privilegiado pois sempre me
trataram como um de vocês, e talvez fosse. O futebol deu-me tudo e eu devo tudo
o que sou ao futebol. Não me despeço de algo que vou amar para sempre e ao qual
vou estar sempre ligado, quanto mais não seja na bancada. Foi lindo, foi muito
mais do que alguma vez imaginei mas a minha história acaba aqui”, rematou.
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