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quinta-feira, 9 de julho de 2020

LUVAS PRETAS»» Projecto de João Alves chega ao fim 11 anos depois

Em Santiago do Cacém…

 

ADVERSÁRIO INVISÍVEL CAUSA UMA BAIXA NO FUTEBOL DE FORMAÇÃO

 

Falta das condições mínimas de protecção e segurança dos atletas foram questões essenciais. A decisão foi anunciada em carta enviada aos encarregados de educação.

 



A Associação Desportiva Luvas Pretas, fundada em Santiago do Cacém no ano de 2009 com o objectivo de proporcionar a prática do futebol aos jovens da região numa altura em que o U. Santiago não tinha escalões de formação, cessou a sua actividade devido ao Covid-19. A decisão foi comunicada por João Alves, principal mentor do projecto, em carta enviada aos encarregados de educação.  

 

“A AD Luvas Pretas sempre foi um clube familiar, de caras amigas, de cumplicidades, onde a opinião dos pais dos atletas sempre foi ouvida e respeitada. Talvez em virtude do contexto em que vivemos, o feedback dos pais que nos chegou em relação à próxima época foi, manifestamente, reduzido, não nos dando garantias de conseguir proporcionar aos atletas, aos miúdos, as condições adequadas para uma participação condigna nas competições. Assim sendo, após uma avaliação ponderada deste enquadramento, considero que não estarão reunidas as condições mínimas de protecção dos atletas e das equipas técnicas que garantam a entrada das nossas equipas em competição em total segurança. Por este motivo tomei hoje, e apenas hoje, a decisão de cessar a actividade da AD Luvas Pretas, orgulhando-me do brilhantismo do caminho que percorremos durante estes anos e com o sentimento de termos ajudado no crescimento dos nossos atletas enquanto pessoas”, refere João Alves na missiva.


 

“O impacto no futebol em geral, e na área da formação em particular, foi brutal, como certamente é do vosso conhecimento. Quero acreditar que o futuro será risonho, mas na verdade ninguém sabe como será feita a retoma e que condições serão necessárias criar para garantir segurança para todos. Aliás, as informações que temos da AF Setúbal e outros reguladores apontam apenas num sentido – o da incerteza”, adianta o luvas pretas.

 

“Sei, no entanto, que os nossos atletas têm todos qualidade suficiente para dar continuidade à prática do futebol – caso contrário não estariam constantemente a ser assediados por outros clubes. Sei também que o futebol é a alegria deles e por isso não deixarei que a AD Luvas Pretas seja o impedimento desta continuidade. Assim, pensando primeiro nos atletas, nos miúdos, com sempre fiz, quero que com esta carta se sintam livres para seguir o seu caminho, continuando a jogar futebol”, realçou João Alves.


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