Antes de chegar ao futebol praticou hóquei em patins…
DO GD SESIMBRA À SELECÇÃO NACIONAL DE FUTEBOL DE PRAIA E INGRESSO
NO SPORTING
A canção do Marco Paulo fala em dois amores mas Rodrigo
Pinhal chegou a ter três: o hóquei em patins, o futebol e o futebol de praia.
Nos dias de hoje, já com 22 anos, é altura de começar a pensar no futuro.
O jovem
sesimbrense, que representou sempre o clube da sua terra, chegou ao patamar
mais alto do futebol de praia e agora, tendo em conta o nível que atingiu, vai
ter que optar.
A decisão não é fácil de tomar por razões óbvias mas o mais provável
é que venha a abdicar do futebol para se dedicar por inteiro ao futebol de
praia para poder corresponder às exigências da alta competição.
O futebol praia começou a ser transmitido pela televisão e isso fez com que despertasse ainda mais interesse. Posteriormente, surgiu a oportunidade de jogar federado, não hesitei e acho que foi das melhores coisas que fiz
Em entrevista ao nosso jornal Rodrigo Pinhal conta tudo
ao pormenor, fala dos seus amores, da chamada à selecção nacional, do ingresso
no Sporting e do percurso do GD Sesimbra no campeonato Distrital de Futebol da
1.ª Divisão.
Considerando aquilo
que foi esta época, fica a ideia que tens dois amores: o futebol de 11 e o
futebol de praia. Verdade?
Sim
é verdade, são duas modalidades que gosto imenso de praticar. Comecei a jogar futebol
antes dos 7 anos numa altura em que já praticava hóquei em patins, que por
acaso também conciliei até aos 13 anos, modalidade em que praticamente toda a
minha família jogou, tendo o meu pai e os meus tios jogado pelo Sesimbra na
primeira divisão. Na altura optei pelo futebol que se estende até aos dias de
hoje onde já tive grandes momentos colectivos e individuais. Quanto ao futebol
praia o bichinho foi crescendo durante os verões em que passava dias inteiros a
jogar com os meus amigos no campo da praia. Depois, o futebol praia começou a ser
transmitido pela televisão e isso fez com que despertasse ainda mais interesse.
Posteriormente, surgiu a oportunidade de jogar federado, não hesitei e acho que
foi das melhores coisas que fiz.
Tem sido possível
conciliar as duas coisas?
Não
é fácil porque existe alturas em que as duas modalidades se realizam ao mesmo
tempo e nesses períodos tem que haver uma melhor gestão da minha condição
física para que consiga dar o melhor de mim em ambas. Mas quem corre por gosto
não cansa, como se costuma dizer!
As tuas exibições
pelo Sesimbra valeram a chamada à selecção nacional e o ingresso no Sporting.
Consideras que isso foi o reconhecimento do teu valor?
Apesar
de esta época não ter corrido muito bem porque descemos de divisão, penso que
todos os jogadores saíram valorizados. Muitos já vinham sendo acompanhados não
só pela selecção nacional como por vários clubes da divisão de elite mas apesar
de ter um amor enorme pelo clube, pela equipa e pelo staff, achei que não podia
recusar o convite do Sporting por ser um clube de dimensão mundial. Sei que
também ao aceitar o convite vou evoluir muito mais e assim sendo espero elevar
o meu nível para ser convocado mais vezes à selecção nacional.
Qual foi o teu
sentimento quando recebeste a primeira convocatória para a selecção nacional?
Foi
um sentimento inexplicável porque ia realizar o sonho de jogar ao lado dos
melhores jogadores do mundo. Fui juntamente com mais três jogadores de Sesimbra
e amigos muito próximos; Diogo Formiga, Hugo Mafra e Gonçalo Marques (Mantorras).
Acho que vou ter que optar por uma das duas modalidades e se assim for escolherei o futebol praia pelo nível que consegui atingir. Para continuar nesse nível vou ter que me focar a 100%.
E sobre a ida para o Sporting, ficaste surpreendido pelo convite?
Esperava
um dia chegar a um grande na modalidade mas é verdade que fiquei surpreendido
pela altura em que surgiu. Fui convidado pelo Madjer - que na altura era o
coordenador da modalidade e jogador, após o último estágio antes do mundial. É
evidente que fiquei super contente pelo clube em questão e por ter sido
convidado por um ídolo, que é considerado o melhor de sempre.
Achas que vais conseguir
desenvolver a tua actividade nestas duas vertentes?
Até
hoje foi possível conciliar, apesar de haver momentos em que não foi fácil, mas
sinceramente acho que vou ter que optar por uma das duas modalidades e se assim
for escolherei o futebol praia pelo nível que consegui atingir. Para continuar
nesse nível vou ter que me focar a 100%.
Voltamos ao futebol.
Como analisas a carreira do Sesimbra no campeonato que foi dado por concluído
de forma inesperada?
Acho
que estávamos a fazer uma grande época. Temos uma equipa muito boa tanto a
nível individual como colectivo e muito unida, não dávamos um jogo por vencido.
Penso que no final podíamos ter razões para sorrir com a conquista na Taça de
Setúbal e com o apuramento para a Taça de Portugal da próxima época. Quanto ao
campeonato sinceramente acho que o Oriental mais tarde ou mais cedo ia ser
campeão, quanto a isso não haveria dúvidas pela época que fez.
Queres acrescentar
algo mais?
Sim
queria apelar a todas as pessoas para que cumpram as regras impostas pela DGS
porque só assim estaremos a fazer o que gostamos mais depressa. Queria
agradecer o convite que fez para esta entrevista e desejar que continue com o
bom trabalho no distrito de Setúbal e não só!