Nunca conheceu outro clube na sua carreira…
“É PRECISO UMA PROPOSTA MUITO BOA PARA ME FAZER PENSAR EM
SAIR DO CLUBE”
Gaspar Penetra,
defesa-central de 25 anos, é um exemplo de dedicação ao clube. Começou a jogar
nas escolinhas do Alcochetense na época de 2004/2005 e até aos dias de hoje
ainda por lá se mantém, já lá vão 16 anos.
Normalmente é um dos jogadores mais
utilizados do plantel mas na época anterior não teve oportunidade de jogar
muitas vezes devido a uma terrível lesão que o obrigou a manter-se afastado dos
relvados durante bastante tempo. Com o problema resolvido, o jogador já está
apto e na próxima temporada vai voltar a ser opção no plantel que será
orientado por Djão.
Em entrevista ao nosso
jornal, Gaspar Penetra falou da actual situação do país, da falta que tem
sentido do futebol, dos 16 anos de Alcochetense, daquilo que foi o último
campeonato e por fim deixou uma mensagem aos adeptos do seu clube de coração.
A pandemia obrigou a uma mudança radical do
nosso estilo de vida. Como tem lidado com a situação?
Trata-se
de uma situação para a qual ninguém estava preparado, mudando assim a rotina de
toda a gente. No meu caso, tenho aproveitado para manter a forma e para estar
com a família e a com a namorada, visto que a minha actividade laboral ficou
interrompida.
Tem sido difícil viver sem a adrenalina do
futebol?
Sem
dúvida! Ainda por cima estava prestes a regressar de uma lesão prolongada, mas
foi por um bem maior. A saúde está sempre em primeiro lugar e penso que foi a
melhor decisão a ser tomada.
A sua carreira de jogador tem sido
desenvolvida sempre no Alcochetense. Há alguma razão especial para que isso
tenha acontecido?
É
verdade, já jogo no Alcochetense há mais de 16 anos. É o clube da minha terra,
o clube do meu coração, tratou-me sempre muito bem e é preciso uma proposta
muito boa para me fazer pensar em sair do clube.
Em termos pessoais a época não foi famosa
devido a lesão, ficou triste por isso ter acontecido?
Sim,
fiquei. Nas últimas épocas joguei praticamente os jogos todos e foi a primeira
vez que fiquei de fora por tanto tempo, não é fácil.
Relativamente ao campeonato, o Alcochetense
integrava o lote dos segundos classificados mas estava já a 11 pontos do líder.
No seu entender, o campeão já estava encontrado?
Ninguém
consegue prever o futuro, mas o Oriental Dragon já tinha uma grande vantagem,
por isso era provável acabar como vencedor. Foi uma época difícil para nós, com
as lesões prolongadas do Eze, do Fred, do Atalaia, a minha e mais algumas.
Houve várias semanas a treinarmos com poucos jogadores. Por isso, dadas as
circunstâncias, acho que fizemos uma grande época.
Concorda com a decisão que foi tomada
relativamente à competição?
Sim,
acho que foi a melhor decisão a tomar. Como referi anteriormente, a saúde vem
primeiro e o nosso campeonato, não sendo profissional, não fazia sentido continuar.
No que toca às subidas de divisão, foi um assunto muito delicado e uma decisão difícil
de tomar e de agradar a todos os clubes. Creio que a decisão final das
entidades foi a mais justa.
Com esta época terminada, já começou a pensar
na próxima?
Sim,
estou a aproveitar esta paragem para recuperar totalmente e preparar-me para
começar a próxima época na máxima força.
Quer deixar alguma mensagem aos adeptos?
Quero
agradecer todo o apoio que nos deram não só ao longo desta época, mas nos
últimos anos. Desde que o clube sofreu uma reestruturação, sinto as pessoas
mais próximas do Alcochetense e isso é muito benéfico para nós. Por último,
quero agradecer o grande trabalho que o Senhor José Pina tem feito pelo futebol
distrital e o convite pela entrevista.