A grande novidade é a criação de uma equipa de
sub-15…
“ESTAMOS A CONSTRUIR UM PROJECTO DE FUTURO COM
CABEÇA, TRONCO E MEMBROS”
O Almada Atlético Clube, que esta época fez a sua
estreia no futebol feminino, vai fazer uma aposta mais forte na nova temporada,
não só a nível da equipa sénior que disputa a 2.ª Divisão Nacional mas também a
nível da formação com a criação de uma equipa de sub-15 e posteriormente outra
de sub-19.
O arranque da época foi complicado mas com o
decorrer do tempo as coisas foram-se compondo e os resultados positivos foram
começando a surgir deixando os mentores do projecto optimistas em relação ao
futuro.
Em entrevista ao nosso jornal, Rui Lourenço,
treinador da equipa da cidade do Cristo-Rei, falou das dificuldades que sentiu
no arranque do projecto, da forma como a época foi decorrendo e das
perspectivas para a nova temporada, que já começou a ser preparada.
Que balanço faz da época que assinalou o arranque da modalidade no clube?
Este era o ano zero de uma aposta que a direcção
tomou em boa altura. Sabíamos que o início iria ser complicado e de facto tivemos
alguma dificuldade na fase inicial em ter atletas, da publicidade feita para a
realização dos treinos de captação. Almada é uma cidade muito grande mas a
receptividade não foi muito grande. Conseguimos arranjar 10 atletas mas a maior
parte delas não tinham experiencia de futebol porque vinham de outras
modalidades, nomeadamente do andebol e basquetebol.
A direcção do clube esteve sempre connosco, nunca fez qualquer tipo de pressão, os sócios foram-se aproximando cada vez mais da equipa e não podíamos estar mais felizes.
Fomos formando o plantel com muita dificuldade mas
conseguimos trazer algumas atletas que estiveram comigo no Paio Pires e no
Amora que entraram na fase inicial e depois outras que que chegaram em
Dezembro. A pouco e pouco fomos formando um plantel de 23 jogadoras que
formaram um balneário muito forte e coeso. As que entraram em Dezembro vieram
trazer mais qualidade ao plantel, nomeadamente a Dina Almeida que veio do
Cadima e algumas atletas que vieram dos Pescadores. Fomos somando derrotas mas
sabíamos que as vitórias mais tarde ou mais cedo iriam aparecer e conseguimos
vencer os Pescadores e logo a seguir o Barreirense.
A direcção do clube esteve sempre connosco, nunca
fez qualquer tipo de pressão, os sócios foram-se aproximando cada vez mais da
equipa e não podíamos estar mais felizes. Os resultados não foram aqueles que desejávamos
mas o importante era mesmo começar a casa pelos alicerces e não pelo telhado.
Portanto, o balanço é bastante positivo.
Quer dizer que foi uma experiencia motivante?
Como já disse, sabíamos que o início não iria ser
fácil porque aconteceu o mesmo quando há 10 anos iniciei o projecto de futebol
feminino no Paio Pires. Só tínhamos derrotas e mais de 100 golos sofridos mas
com uma vitória para a Taça de Portugal, tudo mudou. E aqui no Almada foi a
mesma coisa. Acredito que na Taça de Promoção iriamos ter uma palavra a dizer
porque é muito mais fácil trabalhar sobre vitórias do que sobre derrotas.
Quando se começa do zero é sempre assim, mas foi bom ver a equipa crescer e as
atletas evoluírem.
E em relação à próxima época já foram definidos os objectivos?
Sim, temos tido todo o apoio da direcção e
principalmente do Presidente João Vieira assim como do nosso principal
patrocinador, Carlos Abrantes, que tem sido o garante da nossa sobrevivência. A
grande novidade para a próxima época, que está a ser preparada em conjunto,
será a criação de uma equipa de sub-15 que irá competir nas provas
associativas. Dentro de pouco tempo irão ser dadas mais informações acercadas
captações que iremos fazer. Em relação à equipa de futebol sénior vamos fazer
uma aposta mais forte. Cerca de 70% do plantel vai continuar mas haverá também
algumas entradas, estamos atentos às dispensas de alguns clubes da região,
fomos contactando algumas atletas que se encontram insatisfeitas e já temos
cinco ou seis jogadoras novas para lugares essenciais que precisávamos para
ficarmos com uma espinha dorsal mais forte e temos também garantido o regresso
da Ana Rita Zorrinho que havia saído no início da época para uma equipa da 1.ª
Divisão. Contamos ainda poder contar com mais dois ou três reforços para
completarmos um plantel de 24 ou 25 jogadoras.
Iremos ter de certeza uma equipa competitiva que vai deixar os almadenses orgulhosos porque queremos dignificar a camisola que representamos
As perspectivas para o futuro são animadoras?
O futebol feminino hoje está num plano bastante
elevado mas nós não vamos dar o passo maior que perna, queremos subir um degrau
de cada vez. Daí a aposta que vamos fazer na equipa de sub-15 e na época seguinte
procuraremos criar uma outra de sub-19. Estamos a criar um projecto de futuro
com cabeça, tronco e membros. Por isso, não vamos dizer que teremos uma equipa
para subir ou para ir à fase final mas iremos ter de certeza uma equipa
competitiva que vai deixar os almadenses orgulhosos porque queremos dignificar
a camisola que representamos.