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sexta-feira, 1 de maio de 2020

FUTEBOL DISTRITAL»» Guerra aberta com a FPF

Já se fala na demissão dos dirigentes associativos…
“ASSOCIAÇÕES NÃO REUNEM CONDIÇÕES PARA CONTINUAREM A ZELAR PELOS INTERESSES DOS SEUS FILIADOS”
Clubes estão a equacionar, individualmente ou em grupo, as medidas a adoptar, não descartando também a eventual não inscrição nas provas das respectivas associações


Os clubes dos distritais, classificados em primeiro lugar nas respectivas associações, revoltados, prometem lutar até ao fim contra a decisão da FPF pelo facto de não haver promoções ao Campeonato de Portugal.
Nesta altura, os clubes estão a ponderar a não inscrição nas respectivas associações, sugerindo mesmo a demissão dos seus dirigentes em virtude de, no seu entender, não reunirem condições para continuarem a zelar pelos interesses dos seus filiados.

Isto é referido pelos clubes de todas as associações do país, à excepção de Portalegre e Leiria, no comunicado que enviaram à FPF, Sindicato de Jogadores de Futebol Profissional e Instituto Português do Desporto e da Juventude, a dar conta da sua revolta.

Foi com profunda estranheza e revolta que tivemos conhecimento pela comunicação social que a Federação Portuguesa de Futebol em reunião de plenário de 29/04 se prepara para não convidar os clubes 1.ºs classificados nas provas distritais, ao Campeonato de Portugal 2020/2021.

Estranheza porque, após o Comité Executivo da UEFA ter dado orientações no sentido de que as provas suspensas e que não possam ser concluídas, serem dadas como terminadas e as classificações homologadas com base no mérito desportivo.


Estranheza porque, algumas das Associações Distritais e Regionais se preparam para convidar os clubes primeiros classificados das suas divisões inferiores a subirem de divisão.

Estranheza porque não entendemos como no meio de todo este processo, virmos a ser, caso se venha a verificar esta intenção da FPF, os únicos clubes a ser prejudicados gravemente.


Estranheza porque como é do conhecimento público todas as outras Federações (Andebol, Basquetebol, Patinagem e Voleibol) já decidiram que em relação há época 2019/2020 “aplicando-se quanto ao regime de representação em provas internacionais da EHF e regime de subidas um critério desportivo resultante da classificação e resultados desportivos validamente produzidos até à data da suspensão dos campeonatos”.

Revolta porque como facilmente podem perceber é toda uma época planeada, estruturada e orientada com objectivos bem claros, com milhares de euros de investimentos, por SAD’s, investidores e investidores anónimos que claramente deitaram o seu dinheiro à rua e que, com razão em nosso entender, questionam se neste momento valerá a pena continuar a investir no futebol em Portugal, questionando mesmo se não será melhor abandonar os seus projectos com todas as consequências que daí possam advir.



Revolta também porque até ao momento ainda não tivemos conhecimento de qualquer manifestação de interesse (a favor ou contra), quer do Sindicato de Jogadores que não serve só para defender os interesses dos jogadores profissionais de futebol (que os há em Campeonatos Distritais, como todos sabemos), mas também para defender todos os outros jogadores que depois de um dia de trabalho calçam as chuteiras e vão para dentro de campo treinar e deixar tudo e todos para trás, bem como do IPDJ que como todos sabemos é parte integrante de todo o desporto profissional e não profissional.

Queremos que fique bem claro que nada nos move contra ninguém, mas porque será que se irá beneficiar clubes que à data da suspensão dos campeonatos já poucas hipóteses tinham de fugir à despromoção e nós que na mesma data estávamos em posição de subida de divisão, havendo mesmo um clube com vantagem pontual suficiente para garantir o acesso há subida de divisão, e outros que essa mesma vantagem quase lhes garantia o mesmo acesso, teremos de ficar a marcar passo na mesma divisão distrital?


Não queremos, nem é nossa intenção ficar a aguardar que haja desistências de clubes do Campeonato de Portugal, para depois nos virem convidar, como quem dá uma prenda a uma criança; queremos sim ver reconhecido pelas Associações Distritais e Regionais e pela FPF o nosso mérito da posição que ocupamos, posição essa conquistada dentro de campo sem benefícios ou ajudas de qualquer ordem.


Dizer também que neste momento e caso a decisão da FPF venha a prevalecer, faremos tudo aquilo que estiver ao nosso alcance para reverter essa decisão, equacionando internamente, individualmente ou em grupo as medidas que iremos adoptar, não descartando mesmo a eventual não inscrição dos nossos clubes nas provas das respectivas Associações.

Por último deixar aqui bem claro que se a decisão da FPF se mantiver, não nos restam dúvidas que todas as direcções das Associações Distritais e Regionais de Futebol deveriam demitir-se imediatamente, uma vez que, entendemos nós, não estão reunidas as condições para que essas direcções continuem a zelar pelos interesses de todos os clubes seus filiados, já que todas as Associações manifestaram o interesse na subida de divisão dos seus primeiros classificados".