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quinta-feira, 30 de abril de 2020

PELEZINHOS»» Treinador deixa clube ao fim de 10 anos

Pedro Rosa sai com a consciência do dever cumprido…

“TREINEI TODOS OS ESCALÕES, À EXCEPÇÃO DOS INICIADOS, E COMECEI A SENTIR UM CERTO DESGASTE”

Pedro Rosa, que vinha realizandor um excelente trabalho no Clube Desportivo “Os Pelezinhos” surpreendeu tudo e todos com o anúncio da sua saída do clube. Neste sentido, o nosso jornal foi ao encontro do treinador para esclarecer a situação e aprofundar um pouco mais a questão. Eis o resultado da nossa conversa…


Depois de vários anos a treinar no CD “Os Pelezinhos” anunciou a sua saída do clube. Que razões o levaram a tomar esta decisão?
Esta decisão já está tomada há algum tempo. A razão que me leva a sair dos “Pelezinhos” é, essencialmente, o facto de achar que o meu ciclo no clube, neste momento, chegou ao fim. Estive no clube 10 anos, treinei todos os escalões, à excepção dos iniciados e comecei a sentir um certo desgaste, principalmente, a nível psicológico. Acho que chegou a altura de parar, reflectir e abraçar outros projectos.

Sendo a carreira de treinador algo ingrata. Alguma vez pensou que pudesse vir a estar tanto tempo no clube?
Sinceramente nunca pensei nisso. Nunca fiz planos a longo prazo. Na vida de treinador sabemos quando chegamos, mas nunca sabemos quando partimos. Quando cheguei aos “Pelezinhos” tinha terminado a carreira de jogador há dois anos e tinha concluído o curso de treinador há uns meses, vinha com ilusão e cheio de vontade de treinar. As coisas correram bem, os resultados apareceram, fui ficando, e, entretanto, passou uma década.

Guarda bons momentos nesta sua passagem pelo CD “Os Pelezinhos”?
Claro que sim. A melhor coisa que guardo são as amizades criadas e que ficarão para a vida. A este nível acho que o melhor que o futebol nos dá são as pessoas, e nesta passagem pelos “Pelezinhos” conheci pessoas fantásticas. Guardo histórias e estórias fantásticas, vividas com os meninos/jovens/homens que comigo conviveram, para além dos momentos de aprendizagem que todos eles me proporcionaram.



Em termos desportivos o balanço que faz é positivo?
Em termos desportivos o balanço que faço é positivo, pois cumprimos com o que nos foi pedido. Durante estes 10 anos as “minhas” equipas lutaram sempre pelos primeiros lugares. Subimos a equipa de juniores à 1ª divisão distrital, um desejo do saudoso Mário Mestre, e que, felizmente, conseguimos alcançar. Fomos sempre das equipas com mais golos marcados. Tentámos jogar um futebol positivo. Ajudámos a potenciar jogadores e, acima de tudo, ajudámos a formar jovens. Saio com a consciência de dever cumprido.



Houve alguma coisa que tenha idealizado e que não tenha conseguido concretizar?
A subida ao campeonato nacional. Depois de ter alcançado a subida à 1ª divisão distrital de juniores na época 2016/2017, eu e quem comigo trabalhava, sempre sonhámos em subir ao campeonato nacional. Sempre tive os pés assentes no chão, mas trabalhámos, semanalmente, com esse objectivo. Sei que não é uma tarefa fácil, especialmente, num clube como “Os Pelezinhos”, porque todos os anos saem jogadores iludidos com projectos que muitas vezes não são aquilo que parecem, e a cada nova época temos de começar o trabalho praticamente do zero. Na época 2017/2018 estivemos perto e, na minha opinião, com mais um pouco de competência e maturidade competitiva nos momentos decisivos podíamos ter conseguido.



E agora, como vai ser o futuro. Já tem algo em vista para a próxima temporada?
Neste momento estou em reflexão. Não vivo obcecado pelo treino e não vou treinar só por treinar. Gostava de regressar à actividade num projecto sustentado, onde possa trabalhar com alguns dos jogadores que ajudei a formar e que hoje são seniores. Posso dizer que, felizmente, já houve contactos, o que me deixa extremamente satisfeito, uma vez que as pessoas reconhecem o trabalho realizado. Vou ponderar e decidir em consciência.


Há algo mais que queira acrescentar?
Quero agradecer a todos, desde os massagistas aos directores que trabalharam comigo ao longo destes anos. Quero agradecer aos meus adjuntos e essencialmente aos atletas, porque como costumo dizer: os jogadores são o melhor que o futebol tem. Finalmente, quero agradecer ao José Pina por tudo o que tem feito em prol do futebol no distrito de Setúbal.