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domingo, 5 de abril de 2020

OLÍMPICO DO MONTIJO»» Jogadores vivem situação dramática

Orgulho Aldeano organizou-se e entregou alimentos…

NÃO RECEBEM HÁ TRÊS MESES E ESTÃO SEM DINHEIRO PARA COMER

Segundo foi reveledo o problema está no facto da presidente da SAD estar a aguardar pelo visto da embaixada portuguesa em Pequim, desde Outubro.



O Olímpico do Montijo está a passar por graves problemas de ordem económica e alguns dos seus jogadores estão sem receber há três meses. O caso mais preocupante tem a ver com os quatro estrangeiros que vivem em constante sobressalto num apartamento alugado pela SAD que não tem pago a renda. E, a situação torna-se mesmo dramática porque os jogadores em questão, que não têm outro meio de subsistência, estão sem dinheiro para pagar a água, a luz e até para a própria alimentação.

O director desportivo, Paulo Ribeiro, que tem procurado ajudar da forma como pode, na tentativa de minimizar a situação, há dias atrás deu 100 euros a cada um mas o dinheiro esgotou-se e mais recentemente foi a claque “Orgulho Aldeano” que lhes valeu ao angariar alguns alimentos para os ajudar.

Os jogadores tinham um restaurante onde iam almoçar e jantar no âmbito de um protocolo estabelecido com a SAD mas o problema é que devido ao Covid-19 o restaurante fechou e a partir desse momento ficaram sem acesso à alimentação, situação muito preocupante porque em causa está a sua própria sobrevivência.


SAD tem estado incontactável  

O treinador, David Martins, que tomou conta da equipa em Janeiro adiantou ao nosso jornal que “até aos dias de hoje não recebi qualquer cêntimo e o mesmo aconteceu com os restantes elementos da equipa técnica e alguns jogadores. E o mais grave de tudo isto é que não há qualquer tipo de previsão para o pagamento”.

Segundo David Martins, “o director desportivo Paulo Ribeiro tem feito grandes esforços, mandando mensagens e telefonando para as pessoas que estão no topo da hierarquia da SAD, que neste caso são chineses, mas nem resposta obtém porque não respondem às mensagens nem retornam as chamadas”.


“Não sabemos muito bem porque deixaram de pagar. Esta gente pode ter muitos defeitos a nível da visão do que é o futebol e da gestão de uma equipa, mas não costumam ser maus pagadores. A justificação que dão tem a ver com o facto da dona da SAD, que é uma senhora, não estar em Portugal e não conseguir obter visto de entrada. Segundo consta, esta é uma forma de pressionar as autoridades portuguesas para a obtenção do visto”.

Sobre a indecisão que existe relativamente à competição o treinador do Olímpico do Montijo, refere que em sua opinião “nestes campeonatos amadores não faz sentido reatar a competição. A decisão deve ter em conta o interesse e a saúde pública para que toda a gente possa sair imune desta pandemia e que não haja uma catástrofe ainda maior do que aquela que já existe. É preciso ter em conta que independentemente de sermos jogadores ou treinadores somos todos seres humanos”.

“Há que tomar uma decisão quanto antes para os clubes poderem começar a pensar aquilo que vão fazer na próxima época. Até porque no Campeonato de Portugal há clubes que já dispensaram jogadores e dizem que não vão pagar mais até ao final da época. Sendo assim, acho que não faz qualquer sentido continuar em competição”, acrescentou David Martins.

Pelo que sabemos, os jogadores do plantel solicitaram que fosse accionado o fundo de garantia salarial do Sindicado tendo recebido cada um o equivalente a um mês de salário, ate ao limite e 700 euros.


Clube presta esclarecimentos


Entretanto, em comunicado, a direcção do clube presidido por João Monteiro, que detém apenas 20% do capital social da SAD, adianta que só teve conhecimento do incumprimento salarial no início do mês de Março mostrando desde logo a sua preocupação, posteriormente foi informado que o facto se devia à dificuldade na transferência de verbas para assegurar a actividade regular da SAD porque a investidora aguardava desde Outubro pelo visto da embaixada portuguesa em Pequim.

Deste modo a direcção do clube informa que “tem vindo a trabalhar para que a situação, em geral se resolva, e no caso dos jogadores deslocados tal como fizemos no passado, dentro das actuais possibilidades, não os vamos abandonar. E, por fim, dizer que não recebemos lições de ninguém, nem em relação a “olhar para o lado” ou “estarmos escondidos”. Por um, lado temos um percurso, ainda recente, que comprova que encarámos sempre as situações de frente pegando “o touro pelos cornos” e neste contexto queremos enaltecer o trabalho desenvolvido pelo actual director desportivo (Paulo Ribeiro) o qual tem demonstrado ser um “homem do futebol” agindo com grande profissionalismo, ao contrário de outros que por aí circulam travestidos de directores desportivos, mas que mais não passam de pseudo agentes de jogadores e que vão parasitando e infectando o mundo do futebol. O qual, é para nós tão-somente “o nosso belo jogo” e daí estarmos neste mundo como grandes adeptos do jogo, associados de alma e coração do Olímpico do Montijo e dirigentes desportivos voluntários sempre prol do futebol montijense”.