Jogadores têm receio de voltar à
competição…
“SÃO MAIS AS DÚVIDAS DO QUE CERTEZAS OU OPINIÕES SOBRE
A MELHOR SOLUÇÃO”
O Sindicato
dos Jogadores Profissionais de Futebol exigiu hoje a aprovação por parte da Direcção-Geral
da Saúde das condições delineadas para retomar as competições futebolísticas em
Portugal, após a suspensão devido à pandemia de covid-19.
Num
documento sobre os contributos desta estrutura para o regresso das competições,
o SJPF reiterou que “não é, nem nunca foi, contra a retoma e conclusão das
competições profissionais, o que exige é que sejam avaliadas as condições para
o fazer e que haja parecer favorável da DGS quanto ao protocolo a implementar”.
As
competições profissionais, I Liga e II Liga, estão suspensas desde 12 de Março,
após 24 das 34 jornadas – com o FC Porto na liderança, com um ponto de vantagem
sobre o campeão Benfica –, bem como a Taça de Portugal, que tem Benfica e FC
Porto como finalistas.
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As
preocupações do SJPF centram-se na capacidade e eficácia dos testes à covid-19,
os cuidados físicos e médicos no regresso aos treinos, a necessidade de
calendarizar uma curta pré-época e a possibilidade de os jogos decorrerem com
ou sem público, assim como questões relacionadas com a prevenção de lesões,
deslocações e alojamento, seguros dos jogadores e clima.
“O simples
risco de infecção após algum jogador ou membro do ‘staff’ ser testado positivo
torna difícil de prever qual será a eficácia do protocolo para isolamento dessa
pessoa e a capacidade de testar e colocar em quarentena outras com quem tenha
contactado, para minimizar o risco de contágio generalizado. Isto terá,
naturalmente, impacto na programação da actividade desportiva a ser feita pela
Liga de clubes”, assinalou o SJPF.
A estrutura
liderada por Joaquim Evangelista recordou que os jogadores “têm receio de
voltar à competição nestas circunstâncias e de viajar, aumentando
potencialmente o risco de contágio pessoal e da família”.
E, nesse
sentido, o SJPF admitiu que “são mais as dúvidas do que certezas ou opiniões
sobre a melhor solução”, acerca de “um tema sobre o qual os próprios
profissionais de saúde têm dificuldade em lidar e o método científico ainda
está em apuramento”.
“A DGS e o
próprio Governo terão de ter um envolvimento profundo, quer na definição do
protocolo para definir as condições de acesso ao recinto desportivo,
assegurando a exponencial necessidade de testar e monitorizar equipas e demais
trabalhadores necessários para colocar as 36 sociedades desportivas de volta ao
trabalho e os recintos desportivos operacionais para a realização de jogos”,
observou o SJPF.