Jogador
quer continuar a ser feliz na Bela Vista…
“SONHO COM A CONQUISTA DA TAÇA AFS E COM A
SUBIDA AO CAMPEONATO DE PORTUGAL”
José Madruga nasceu em Setúbal há 35 anos, começou a jogar no Vitória, passou por outros clubes e ingressou no Comércio Indústria, clube que representa há 13 anos. É um exemplo de dedicação e vive o clube como ninguém, já teve algumas alegrias mas ainda não perdeu a esperança de ter mais...
Depois de ter feito
a sua formação no Vitória e ter passado por outros clubes fixou-se no Comércio
Indústria onde permanece há alguns anos e tem desempenhado também as funções de
treinador das camadas jovens. Que significado tem isto para si?
- Sim
é verdade, passei pelas camadas jovens do Vitória mas também passei pelos
Pelezinhos e Pinhalnovense, em juniores. A minha estreia como sénior foi no
Palmelense, onde estive três anos e fui sempre bem tratado, pela mão de um
treinador que me marcou muito, o Carlos Ribeiro. Depois voltei ao meu clube de
coração como profissional o Vitória B onde estive uma época e depois ingressei
num clube que me diz muito, o Comércio Indústria, ao qual me entreguei de alma
e coração numa ligação que já dura há 13 anos, com momentos bons e outros menos
bons, como a descida de divisão que me marcou imenso pela negativa. Prometi a mim
mesmo que não sairia do clube até voltar a subir à 1.ª divisão como aconteceu
na época passada que culminou com o título de campeão. Foi um dia inesquecível
por tudo o que o clube significa para mim, mas continuo a ter outro sonho, ver
este clube vencer a Taça da AF Setúbal ou subir ao Campeonato de Portugal. Em
relação ao cargo de treinador das camadas jovens tive que parar devido à minha
vida profissional. Tenho muita pena porque adoro treinar crianças e hoje é
curioso ver colegas meus nos seniores que foram meus jogadores em infantis,
isso deixa-me muito orgulhoso porque fiz parte do crescimento deles.
Prometi a mim mesmo que não sairia do clube até voltar a subir à 1.ª divisão como aconteceu na época passada que culminou com o título de campeão. Foi um dia inesquecível!
Esta época foi
utilizado poucas vezes como jogador. Porquê?
- De
facto não joguei como desejava, em 13 anos de clube jogava quase sempre. Este foi
o ano que menos jogue, mas respeito as decisões dos treinadores. O meu colega e
amigo Hélder Cabral, que jogava na minha posição, cumpriu bem a sua missão e
quando assim é, só tenho que aceitar e continuar a trabalhar arduamente como
sempre fiz. A trabalhar por turnos nem sempre conseguia treinar e assim ficava
naturalmente mais difícil de ser opção.
- Que análise faz ao
comportamento da equipa no campeonato?
Uma
análise muito positiva porque viemos da 2.ª Divisão, tínhamos uma equipa nova e
também um novo treinador que trouxe novas ideias. Temos um plantel de muita
qualidade com jogadores que já andaram noutros patamares, mas não é fácil
chegar, e com um plantel totalmente novo, conseguir-se tudo de uma vez. Acho
que com a continuidade deste plantel e com a vinda de mais alguns jogadores
poderemos concretizar o sonho de ver o clube no Campeonato de Portugal.
Tem sido difícil
viver sem futebol?
- Não
tem sido fácil porque desde que me conheço sempre estive ligado ao futebol a jogar
ou treinar, assistir pela TV ou ir ao estádio ver o Vitória que é meu clube do
coração e agora nos últimos anos a acompanhar os meus filhos que também jogam
futebol. Gosto imenso de os acompanhar, ver o crescimento e a evolução deles
num desporto que também amam.
- Concordo
plenamente com a decisão tomada porque em primeiro lugar deve estar a saúde de
todos nós. E, neste caso fomos um exemplo quanto às decisões tomadas. Quanto ao
resto, deixo isso para as entidades competentes.
Terminada esta época, já começou a pensar na próxima?
- Ainda
não pensei muito nisso até porque tinha como objectivo terminar este ano a
minha carreira de jogador mas a pandemia alterou tudo. Vou falando com alguns
colegas, e jogadores de outros clubes, que são da opinião que esta não é a
melhor forma de terminar um bom percurso. Ainda não falei com os directores do
Comércio mas isso não me preocupa muito porque confio nas pessoas que estão à
frente no clube.
O Comércio está no bom caminho, não só no futebol sénior mas também na formação. As pessoas que estão à frente do clube têm sido organizadas e estão aos poucos a conseguir fazer o que prometeram
Com a pandemia que surgiu, as nossas rotinas
diárias mudaram bastante nos últimos tempos. Como tem vivido esta situação?
- Ninguém
estava preparado para uma coisa destas. No meu caso, como estou em casa há imenso
tempo, tem dado para fazer outras coisas que antes não conseguia com tanta
intensidade, como por exemplo estar mais tempo com os meus filhos, ajudá-los
nas tarefas da escola, brincar com eles e desfrutar do convívio porque por
vezes não sabemos, nem nos apercebemos, quanto perdemos em relação a eles, devido
à nossa vida profissional e ao futebol, como é o meu caso. Pode ser que isto
que se está a passar sirva de exemplo para todos nós.
Para concluir quer
deixar alguma mensagem aos adeptos?
- Que
continuem a apoiar o clube e que acreditem porque o Comércio está no bom
caminho, não só no futebol sénior mas também na formação. As pessoas que estão à
frente do clube têm sido organizadas e estão aos poucos a conseguir fazer o que
prometeram. Basta olhar para o nosso estádio que tem um sintético novo e nos
últimos dias foram colocadas cadeiras para os associados, muitas mais novidades
estão certamente para vir. Por isso, continuem a apoiar um clube centenário, que
merece o respeito de toda a cidade de Setúbal. Por fim, quero agradecer ao meu amigo e grande senhor José Pina, primeiro
pelo convite para esta entrevista e depois felicitá-lo por todo o trabalho feito ao
longo destes anos, para que todos os amantes da nossa Distrital se mantenham
informados. Bem haja!