Jogador
revela pormenores sobre a transferência para o O. Dragon…
“O FUTEBOL É A MINHA
PAIXÃO MAS EM PORTUGAL NÃO DÁ PARA VIVER SÓ DELE”
Goleador tem 30 anos e gostava de continuar por cá mas jogar no estrangeiro é uma forte hipótese.
Bruninho,
que iniciou a época no Campeonato de Portugal ao serviço do Desportivo Fabril e
depois se transferiu para o Oriental Dragon, foi o melhor marcador do
Campeonato Distrital da 1.ª Divisão.
O
avançado de 30 anos, que no seu curriculum de jogador conta com passagens pelo
Arrentela, Paio Pires, Amora, Benfica de Macau, Windsor (Macau), Monte de
Caparica e Desportivo Fabril, marcou 16 golos no principal campeonato do
futebol setubalense, em 12 jogos realizados.
No
Desportivo Fabril, onde começou a época, já havia marcado três elevando assim a
sua marca pessoal para 19. Convém entretanto dizer que na época anterior havia
marcado 35 golos em representação da equipa do Lavradio, que se sagrou campeã
distrital.
Bruninho
deixou a sua marca de goleador em praticamente todos os jogos que disputou. A
única excepção foi contra o Charneca de Caparica que terminou empatado a zero.
Estreou-se com a camisola do Oriental Dragon frente aos Pescadores da Caparica
com um golo, depois seguiu-se um hat-trick contra o FC Setúbal, um golo ao
Palmelense, dois ao Sesimbra, um ao Vasco da Gama, dois ao Beira Mar de Almada,
um ao Comércio Indústria e Grandolense, dois ao Moitense, um ao Cova da Piedade
“B” e um ao Barreirense.
Voltaste a ser o
melhor marcador do campeonato, mas esta época foi um pouco diferente das outras
porque começaste num clube e depois mudaste para outro!
Comecei
no Desportivo Fabril porque queria experimentar o Campeonato de Portugal e para
ser sincero gostei. Não tem nada a ver com aquilo que era há anos atrás em que
havia maior equilíbrio entre as equipas que treinavam na sua maioria ao fim da
tarde. Hoje em dia, as equipas que querem chegar aos primeiros lugares têm que
ser quase profissionais para não andarem na corda bamba, como aconteceu com o
Fabril. Ganhámos um jogo ao Lusitano de Évora (3-1) onde marquei dois golos e
fiz uma assistência, depois empatámos e o resto foi só derrotas. Tínhamos uma
excelente equipa mas não estava a ser fácil porque só treinávamos à noite e
mudámos de treinador.
O Oriental Dragon estava interessado em mim desde a época anterior mas a transferência para foi feita nas minhas costas e pelo que sei envolveu muito dinheiro
E daí a mudança,
claro!
Não
vou expor aqui a minha situação, só posso dizer que a minha transferência foi
muito chata. É verdade que eu queria sair porque fico doido quando perco e
perder todos os fins-de-semana não é fácil. O Oriental Dragon estava
interessado em mim desde a época anterior e o proprietário do clube que é amigo
do presidente do Desportivo Fabril acertou tudo com ele. Acabei o jogo com o
Loures completamente de ‘rastos’ e todo ‘partido’. Eles sabiam que era o meu
último jogo mas fizeram tudo nas minhas costas e pelo que sei envolveu bastante
dinheiro não só pela minha transferência mas também pela de outros colegas. O
mundo é bom para espertos.
Quando ingressaste no
Oriental Dragon alguma vez pensaste que poderias ser o melhor marcador?
Quando
cheguei a equipa já estava muito bem composta e com os reforços que iam chegar
ainda ficava melhor. Sabia que não era fácil apanhar o Ruizinho (Alcochetense)
que já tinha 9 ou 10 golos mas pela forma como trabalhávamos e pela qualidade
da equipa facilmente cheguei à conclusão que, com a ajuda dos meus colegas,
iria conseguir. E assim foi.
Qual a tua opinião sobre a indecisão que paira no campeonato em relação à subida de divisão?
Em
minha opinião, só têm que nos dar as faixas de campeão porque estamos no
primeiro lugar e tínhamos 11 pontos de vantagem, ninguém nos iria apanhar. Este
campeonato ganha-se na primeira volta e não na segunda. Temos todo o mérito
porque fomos realmente melhores. Se não subirmos de divisão é muito injusto
porque andámos sete meses a trabalhar forte deixando para segundo plano as
famílias. Mas temos fé que vamos subir, creio que está tudo bem encaminhado
neste sentido e que essa possibilidade está completamente em aberto.
Tenho umas coisas em vista para ir novamente para fora do país mas não convém muito porque tenho dois filhos e é neles que tenho que pensar. Prefiro ficar por cá, vamos ver o que vai aparecer.
E em relação à
próxima época qual vai ser o teu futuro?
Ainda
não tenho nada em mente. Vamos ver o que vai surgir. Tenho umas coisas em vista
para ir novamente para fora do país mas não convém muito porque tenho dois filhos
e é neles que tenho que pensar. Prefiro ficar por cá, vamos ver o que vai
aparecer. O futebol é a minha paixão mas em Portugal não dá para viver só dele.
Só com grandes conhecimentos ou com um bom empresário é que te consegues safar.
É esta a triste realidade em Portugal.
Como tens lidado com
esta situação de pandemia. Tens ficado em casa?
Não
é fácil lidar com esta situação. Sim, tenho ficado em casa mas de vez em quando
lá tenho que ir trabalhar. O mundo nunca vai ser o mesmo, muitas pessoas ainda
não têm a noção que este vírus é devastador e pensam que só afecta os outros.
Tenho feito exercícios com meu filho em casa, vou correr com ele, mas não é
mesma coisa. Tocar numa bola faz muita falta mas em primeiro lugar deve estar a
saúde porque sem ela não somos ninguém.