Quer chegar longe e pisar os palcos com que sempre sonhou…
“ESPERO
UM DIA PODER VESTIR A CAMISOLA DA SELECÇÃO ANGOLANA”
O jogador, que foi o terceiro melhor marcador do campeonato, diz que gostava também de ser visto como uma referência pelos mais novos.
Rui Társio Alves Silva,
angolano, de 23 anos, apelidado de ‘Ruizinho’, joga futebol, é avançado e gosta
de marcar golos.
Em Portugal começou a jogar no Mafra, transferiu-se depois
para os Açores onde jogou no Prainha (Ilha do Pico) e posteriormente ingressou
no Alcochetense.
Na conversa que manteve
connosco o jogador revelou muita ambição, confessou que gostava de ser visto
como uma referência pelos mais novos e mostrou-se satisfeito por estar em
Alcochete onde trabalha afincadamente para dar o seu melhor com o objectivo de
um dia poder chegar à selecção do seu país.
Esta época marcaste
19 golos, 13 no campeonato, 4 na Taça AF Setúbal e 2 na Taça de Portugal. Quer
dizer que foi uma época positiva em termos individuais?
Sim,
foi uma boa época em termos individuais. Trabalhei muito para isso e tive todo
o apoio que precisava dos meus colegas, de toda equipa técnica e dos dirigentes
do Alcochetense. Quando trabalhamos num ambiente de harmonia, como era o do
Alcochetense, as coisas tendem a correr sempre da melhor maneira possível.
Andaste durante algum
tempo na frente da tabela dos melhores marcadores, depois foste ultrapassado
pelo Bruninho e pelo Márcio Madeira mas mesmo assim terminaste em 3.º lugar.
Alguma vez chegaste a pensar que poderias ser o melhor marcador?
Sim,
devo ter sido o jogador que mais tempo ficou no topo da tabela dos melhores
marcadores e sabia que a concorrência era forte. Quero parabenizar o Bruninho e
o Márcio pelo feito. Eu entro sempre em campo com o pensamento de ajudar ao
máximo a minha equipa, seja com uma assistência, com um corte, ou com um golo.
Nunca joguei apenas pelo golo, trabalhava sim para ser o melhor marcador, mas
acima de tudo o melhor jogador em todos os aspectos de jogo.
Esta foi a tua
segunda época no Alcochetense e pelos vistos correu muito melhor que a
primeira, pelo menos em matéria de golos…
Sim,
correu muito melhor. Na primeira época tive algumas lesões que me fizeram
perder alguns jogos. Nesta segunda época tive uma maior sequência de jogos e
fisicamente sentia-me muito bem. Foi uma época melhor não só pelos golos mas
sim em todos os aspectos de jogo, o grupo fez-me crescer como jogador. E só
tenho que agradecer aos meus companheiros de equipa.
O Alcochetense é uma casa onde quem entra nunca pensa em sair e quem sai deseja um dia voltar.
Já pensaste no teu
futuro. Ou seja, naquilo que vai ser a próxima época. Vais continuar em
Alcochete?
O
Alcochetense é uma casa onde quem entra nunca pensa em sair e quem sai deseja
um dia voltar. O ambiente do grupo e a humildade das pessoas faz com que te
sintas bem a todo instante. Neste momento, tenho pessoas que tratam desse tipo
de assuntos mas como é evidente ambiciono muito e sonho alto, mas sempre com os
pés no chão. Se for para sair de certeza que irei sair pela porta da frente e com
a liberdade de poder voltar um dia, caso fique no clube ficarei satisfeito na
mesma, pois sei que fico em casa.
O futuro a Deus pertence e acredito que o presente também, mas eu posso mudar o meu presente para melhorar o meu futuro. Então trabalho firme hoje para abrir outras portas amanhã.
Quais os teus
projectos futuros no futebol. Até onde esperas chegar como jogador?
Hoje,
aos 23 anos, continuo a sonhar da mesma forma como quando tinha 10/11 anos de
idade. Espero chegar longe e pisar palcos que sempre sonhei. Quero ser visto
como uma referência pelos mais novos e espero um dia poder vestir a camisola da
selecção angolana e defender as cores do meu país. O futuro a Deus pertence e
acredito que o presente também, mas eu posso mudar o meu presente para melhorar
o meu futuro. Então trabalho firme hoje para abrir outras portas amanhã.
Como estás a viver
neste período de pandemia, tens ficado em casa?
Não
está a ser fácil, principalmente por não poder jogar futebol, a pandemia
impediu-me de fazer aquilo que mais amo. Mas, agradeço todos os dias por estar
bem de saúde, e toda a minha família e amigos também. Quanto a minha rotina,
tenho um plano de treinos e tenho cumprido com rigor todos os dias, passo a
maior parte do tempo em casa na companhia da minha mãe. Tenho tido também aulas
online e tenho aproveitado esse tempo para capacitar-me em outras áreas e
aprender muita coisa nova.