Competições
devem seguir o percurso inicialmente traçado…
“PARAGEM FORÇADA CAUSA
APREENSÃO MAS O PROBLEMA É COMUM A TODOS”
Presidente João Soeiro aborda a questão do coronavírus, dos efeitos negativos que pode causar e deixa algumas críticas aos méritos desportivos municipais.
Como é que o Moitense
está a viver esta situação causada pelo coronavírus?
Estamos a viver a situação de acordo com
a nossa postura, assente no sentido de responsabilidade, colocando acima de
tudo, os interesses do clube, interesses esses que são da salvaguarda da saúde,
bem-estar e segurança dos nossos atletas, assim como de todos os agentes
desportivos que no seu conjunto fazem acontecer diariamente este universo
chamado União Futebol Clube Moitense.
Está preocupado com
aquilo que poderá vir a acontecer a nível competitivo?
É com muito agrado que verificamos a
excelente qualidade do trabalho desenvolvido diariamente no Complexo Desportivo
do Juncal, e os frutos daí advindos. Esta paragem forçada, causa alguma apreensão,
face ao desejado, mas ainda incerto reinicio, no que concerne à continuidade do
nível competitivo das nossas equipas, demonstrado até aqui. Seja como for,
este problema é comum a todos, logo todos estão em igualdade de
circunstâncias.
“Só a morte não tem remédio”
Devido à incerteza
sobre o reinício das competições. Que opinião tem sobre a forma como os
campeonatos devem terminar?
Se os campeonatos terminassem agora, o
Moitense tinha garantida a permanência no Campeonato Distrital da 1ª Divisão (seniores).
Os juniores subiriam de divisão na condição de Campeões Distritais. Os Iniciados
venceriam a série no Complementar, que é a segunda prova oficial a seguir ao
campeonato. Muito bom, sem dúvida. No entanto, é nosso desejo que as diversas
provas, possam seguir o seu percurso inicialmente traçado. Se tal não for
possível, penso que devem ser os clubes no seu conjunto a assumir a
responsabilidade da solução. Aconteça o que acontecer, só a morte não tem
remédio, porque tudo o resto se resolve, mesmo que a solução não agrade a
todos, a maioria há-de decidir, é assim a democracia.
Para o Moitense esta
paragem tem efeitos negativos?
No início de cada época, os clubes
ajustam os seus orçamentos à medida da estimada entrada de receitas. Qualquer
paragem forçada altera toda a previsão. No caso do Moitense que tem
compromissos com a banca, por via dos empréstimos contraídos, para fazer face
ao auto financiamento na instalação dos relvados sintéticos, a inesperada
situação pode ter efeitos de alguma apreensão não propriamente para o clube,
mas para os seus avalistas (fiadores), tais como eu próprio, o tesoureiro Mário
Santos, e o sr. Hugo Almeida, proprietário da empresa que gere o Intermárche da
Moita.
Seja como for, mesmo que à partida
pudéssemos prever esta ou qualquer outra dificuldade no caminho, e porque a
vida não são só facilidades, e também porque o carácter também se vê nos
momentos menos fáceis. Nenhum de nós hesitaria fazer exactamente o mesmo pelo clube
do coração.
Mérito Desportivo
A CM Moita distinguiu
recentemente alguns clubes pelo seu mérito desportivo. O que tem a dizer sobre
a iniciativa?
Antes de prosseguir pretendo sublinhar
que não é esse evento que nos move e ou desperta interesse. Também não vai
beliscar as boas relações com a Autarquia. E por último, saudações desportivas
para os homenageados nestas 21 edições. Nada disto me impede de dizer que em
minha e nossa opinião, o evento assenta critérios desconhecedores da realidade
desportiva. Ao longo destes 21 anos, o Mérito Desportivo do União FC Moitense,
traduzido em resultados nunca foi reconhecido pelos promotores
desse evento. O clube sagrou-se seis vezes Campeão Distrital em vários
escalões, uma em infantis, que é o título máximo possível nesse escalão em que
não existe campeonato nacional, com final ganha em Sesimbra por 3 - 1 ao
Vitória de Setúbal. Venceu um torneio Internacional de Futebol Juvenil
"Aveiro Cup" em final disputada com o Beira Mar de Aveiro que na altura
militava no Campeonato Nacional da 1.ª Divisão de Seniores. Foi vice-campeão do
Torneio Internacional de Futebol Juvenil “Champions in Loures”, e atingiu a
meia-final no maior Torneio Internacional de Futebol Juvenil, GOTHIA CUP, na
cidade de Gotemburgo (Suécia) tendo sido o primeiro clube português a
participar nesse torneio.
Venceu também em vários escalões os Torneios
Complementares, que são as segundas provas da Associação de Futebol de Setúbal,
que conta com perto de 13 mil atletas inscritos. Vencer um campeonato distrital
de futebol, obriga a ser os melhores num conjunto de 16 equipas, cerca de 480
atletas e centenas de horas de treino e jogo. Não tive conhecimento que
algum clube do concelho da Moita tenha sido campeão nacional em basquetebol,
andebol, voleibol, hóquei em patins e futebol, também sabemos que não, isso é
só para os muito grandes. Tenho a certeza que esses critérios foram criados por
alguém que de desporto nada sabe e incompreensivelmente ainda não foram
corrigidos.