Mais importante que a vida desportiva é a vida humana…
“SITUAÇÃO CAUSA TRANSTORNO MAS ESTAMOS
COMPLETAMENTE À VONTADE”
José Fernando Dias, presidente da direcção, vive o actual momento com grande preocupação mas concorda com a decisão da FPF de dar a época por concluída.
A Covid-19 continua a marcar a vida das pessoas e
a agitar o mundo do desporto que se encontra totalmente parado. Os clubes estão
preocupados porque o panorama não é animador e por essa razão dispostos a
acatar as regras impostas. É o que acontece com o Grupo Desportivo de Alfarim que
face ao sucedido já regularizou as contas com os seus colaboradores.
Em entrevista ao nosso jornal, o presidente da
direcção disse que não há condições para dar continuidade aos campeonatos,
mesmo os seniores, devido ao agravamento da situação e ao facto do pico da
pandemia estar previsto apenas para o final do mês de Maio.
Grande preocupação
Como está o GD Alfarim a viver esta situação de pandemia que levou à
paragem das competições desportivas?
Com grande preocupação. Fomos um dos primeiros
clubes a comunicar a suspensão da actividade desportiva, tanto nas modalidades
de pavilhão como no futebol. Ficámos na expectativa para ver no que isto ia
dar. Depois a AF Setúbal resolveu suspender as várias competições e eu acho
muito bem porque neste caso o mais importante é a saúde. É uma situação
bastante delicada porque os clubes fizeram os seus investimentos e são
obrigados a parar mas este é um mal menor porque nada é mais importante que as
nossas próprias vidas.
O Alfarim sente-se de alguma forma prejudicado com esta situação?
Creio que todos os clubes estão a ser afectados pela
pandemia. No caso do Alfarim não prevejo grandes consequências porque tínhamos
as despesas todas controladas. Neste caso, estamos completamente à vontade
porque toda a estrutura do clube está bem organizada e tem as contas
equilibradas, mas causa sempre algum transtorno não só ao clube mas também às
pessoas que com ele colaboram, nomeadamente professores, treinadores e
jogadores. No nosso caso, pagámos recentemente os 10 dias de Março tanto aos
monitores das modalidades de pavilhão como aos treinadores de futebol. É uma
situação com a qual temos que lidar. O que gostaríamos é que tudo isto passasse
o mais rapidamente possível.
A Federação Portuguesa de Futebol comunicou que a época estava terminada
para os escalões de formação. O GD Alfarim concorda com esta decisão?
Tendo em conta que a previsão do pico que
inicialmente era em Abril passou agora para o mês de Maio, creio que foi a
melhor solução. Como ainda faltam muitas jornadas, não vejo outra forma de
resolver o problema. Se os campeonatos prosseguissem depois de ultrapassada
esta onda pandémica só iriam terminar lá para Setembro; ou seja, na altura em
que a nova época deveria estar a começar. Concordo plenamente com esta decisão.
Não há condições para prosseguir com os campeonatos
E no que respeita às competições de seniores?
A situação é idêntica. A decisão pode não agradar
a todos mas em minha opinião também neste caso os campeonatos não devem
continuar porque mesmo que as coisas melhorem as pessoas estão desgastadas e cansadas
e os jogadores desmotivados.
Neste período de inactividade não tem havido conversações ou qualquer tipo
de diálogo entre os clubes na tentativa de chegarem a um consenso?
Não. Até ao momento, nenhum clube me contactou
nesse sentido. A única pessoa com quem falei foi com o presidente da Associação
de Futebol de Setúbal que estava também da expectativa sobre aquilo que a Federação
Portuguesa de Futebol iria fazer. Penso que irá seguir as recomendações da FPF
de terminar os campeonatos de formação e também os campeonatos de seniores.
A FPF abriu uma linha de crédito para apoio aos clubes. O GD Alfarim tem
necessidade disso?
Não vamos recorrer a isso porque não temos
necessidade e também porque não concordamos com as regras. Pagar o empréstimo
em apenas um ano não faz grande sentido, se o pagamento pudesse ser feito ao
longo de três ou quatro anos talvez fosse melhor para os clubes que vão passar
certamente por grandes dificuldades porque a economia vai ficar de rastos e as
empresas e até mesmo as autarquias vão sentir mais dificuldades em continuar a
dar o seu apoio.
Portanto, neste momento no GD Alfarim não há receitas mas também não
há despesas?
Exactamente. Não recebemos a mensalidade por
parte dos atletas porque a actividade desportiva está parada mas por outro lado
também não temos despesas com monitores e treinadores porque está tudo suspenso,
para bem de todos. Aliás nunca estivemos de acordo com aquela primeira medida
de suspender o futebol de formação e manter em actividade o futebol sénior.
Ainda bem que foi tudo rectificado a tempo.
Para concluir, quer deixar alguma mensagem neste momento complicado?
Sim, uma mensagem a todos, em geral, e em
particular aos órgãos sociais e associados do Grupo Desportivo de Alfarim bem
como aos nossos governantes, tanto a nível de estado como a nível autárquico, e
em especial à Câmara Municipal de Sesimbra na pessoa do seu presidente,
Francisco Jesus, para que tudo passe o mais rapidamente possível.