Nuno Ferro, o treinador da equipa…
“ESTAMOS NO BOM CAMINHO MAS
PODEMOS FAZER AINDA MAIS E MELHOR”
O Brejos de Azeitão que
passou recentemente por momentos de grande turbulência, como foi amplamente
divulgado pelo nosso jornal, caminha agora para a estabilidade.
Nuno Ferro, de 39 anos, foi
o treinador escolhido para dar sequência ao trabalho anteriormente iniciado por
Lívio Semedo que abdicou do cargo, na sequência da crise instalada.
O novo treinador, com trabalho
realizado no Ginásio de Corroios e ultimamente nos Iniciados do Amora que
disputavam o Campeonato Nacional, aceitou o desafio e, segundo adiantou ao
nosso jornal, está satisfeito como tudo tem vindo a decorrer.
- Como está a decorrer esta sua experiência no Brejos de Azeitão, provavelmente não terá sido fácil de princípio…
Está a ser uma experiência
bastante agradável. Não foi, nem está a ser fácil. Claro que, quando cheguei
estava um pouco mais difícil, dado tudo o que tinha acabado de acontecer, mas
as vitórias ajudam a fazer frente às dificuldades.
-
Os últimos resultados têm sido bons, isso quer dizer que os jogadores já estão
adaptados aos seus métodos de trabalho?
Com o decorrer do tempo é
normal os jogadores irem assimilando cada vez melhor as ideias do treinador,
aqui não é diferente. Estamos a trabalhar todos para ficar mais clara a nossa
ideia do jogo. Os jogadores receberam-nos bem e com muita vontade de trabalhar,
eles querem cada vez mais, não se cansam.
-
No início da época o objectivo passava pela subida de divisão mas depois a
crise instalou-se no clube e saíram alguns jogadores. Esse objectivo deixou de
fazer sentido ou será que a equipa ainda pensa nisso?
Esse era o objectivo
definido inicialmente e não é fácil tirá-lo da cabeça mas quando aqui chegámos
sentimos que estava a prejudicar a equipa. O grupo estava ferido, como disse
saíram muitos jogadores, o treinador, o coordenador e o grupo abanou, são
humanos e isto mexeu muito com eles. Ouvi dizer que até se falou em acabar com
os seniores. Os que ficaram continuavam com a pressão da subida e isso afectava-nos
no jogo, psicologicamente os jogadores não estavam bem, queriam mas não
conseguiam fazer com que resultasse. Reunimos com o objectivo de lhes retirar
essa pressão, tem de ser só jogo a jogo. Eles têm muita qualidade, muita mesmo,
só que primeiro temos de estabilizar, arrumar a casa e depois o que tiver de
ser será. É o que temos feito, estamos no bom caminho mas podemos fazer mais e
melhor.
-
Quer acrescentar algo mais ao que foi dito?
Só de salientar que, o que
me fez aceitar este desafio foram os próprios jogadores. Antes de aceitar vi
este grupo a continuar a treinar (treinos dado pelo capitão João Vasco) com uma
garra enorme. Um grupo de 15/16 jogadores que continuaram a acreditar e a não
querer desistir, isso seria fácil mas preferiram o mais difícil, que foi
continuar com a equipa e levantar o clube, não viraram costas. Felizmente
conseguimos trazer alguns jogadores para o plantel, que estava curto, que
trouxeram ainda mais qualidade. Não me posso esquecer de um dia de temporal horrível,
em que haveria treino (iria ser cancelado dado a falta de condições) o grupo a
pedir por tudo para haver treino na mesma e houve. Eles têm muito potencial e
foi esta determinação que me fez aceitar este desafio. Não hesitei.