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quinta-feira, 5 de dezembro de 2019

VASCO DA GAMA»» Jorge Coelho em entrevista

Treinador realça o amor à camisola…

“JOGADORES SENTEM-SE ACARINHADOS E PROTEGIDOS NUM CLUBE QUE NÃO PAGA QUALQUER TIPO DE SUBSÍDIO”



O Vasco da Gama de Sines está a passar por uma fase de reorganização devido à entrada de uma nova direcção, nova equipa técnica e alguns jogadores. A época até começou bem, com resultados positivos na Taça AF Setúbal e na Taça de Portugal, mas depois tudo se alterou. Os resultados negativos deixaram a equipa fora daquelas competições e no campeonato só agora, na 8.ª jornada, conseguiu uma vitória.

Para fazer uma análise ao que tem sido a carreira da equipa até ao momento o nosso jornal falou com o treinador Jorge Coelho, a quem colocou algumas questões…


Início de um novo ciclo

Considera que a vitória sobre o U. Santiago no dérbi pode funcionar como o click que faltava para que tudo entre devidamente nos eixos?  
Sabíamos que este ano era o início de um novo ciclo, com muitas mudanças quer ao nível da equipa técnica bem como mudanças profissionais na vida de muitos jogadores, temos quase 40% dos jogadores a trabalharem por turnos, o que nos limita as opções e impede que exista uma estabilidade no 11 base. Sabia de antemão todas estas dificuldades, o que não sabia era que iria apanhar um grupo de jogadores com um carácter tão grande e com uma vontade enorme de trabalhar e de jogar, prejudicando tantas vezes a sua vida pessoal e profissional para estarem ao serviço do clube do seu coração. Começámos bem, com uma vitória na taça sobre um dos candidatos à subida de divisão, o Oriental Dragon em que com menos um jogador em campo conseguimos, com uma exibição personalizada, ser superiores a essa equipa. Seguiram-se os jogos da Taça de Portugal onde orgulhosamente, e por mérito próprio, chegámos à 2.ª eliminatória onde fomos eliminados pelo Cova da Piedade, deixando uma excelente imagem em termos exibicionais. 

“Estamos aquém do que merecíamos”


Que explicações encontra para justificar o que tem acontecido neste início de campeonato?
No campeonato estamos em termos pontuais aquém daquilo que merecíamos. Nos jogos com o Beira Mar de Almada e com o Cova Piedade B sofremos golos no último minuto dos descontos, perdendo pontos em ambos os jogos. Com o Comércio Indústria e com o Moitense merecíamos pelo menos um ponto, pois foram jogos intensamente disputados e a partilha de pontos teria sido o resultado mais justo. Com o Grandolense posso dizer que foi a pior exibição que fizemos e a vitória do Grandolense não sofre qualquer contestação. Na casa do Barreirense, um dos grandes do nosso campeonato, fizemos uma grande exibição trazendo da Verderena um mais que justo ponto. Este fim-de-semana em Santiago num dérbi, muito bem disputado estivemos 60 minutos por cima do jogo, após chegarmos ao segundo golo baixámos um pouco a guarda e entregámos a iniciativa do jogo ao União para depois explorarmos o adiantamento da equipa adversária com transições rápidas, e apesar de um maior ascendente da parte do União no fim do jogo ainda chegámos com perigo em situação de finalizar, por três vezes. É um resultado justo para o que se passou dentro de campo.


Reforços são apostas de futuro

Costuma-se dizer que o que conta é como o campeonato acaba e não como começa. Até onde pode ir este Vasco da Gama?
As ambições do Vasco da Gama passam pela manutenção no escalão principal da AF Setúbal e queremos assegurar o mais rápido possível a tranquilidade, num ano em que o equilíbrio no campeonato é a nota principal. Como disse acima, este é o ano zero de um projecto, apesar da base da equipa ser a mesma, todas as alterações profissionais dos jogadores alteraram-se e consequentemente a equipa sofre com isto. Os reforços que vieram são apostas de futuro, são excelentes jogadores que vêm acrescentar outra identidade à equipa, são o futuro do Vasco da Gama e com eles, e a par do excelente trabalho que está a ser desenvolvido nas camadas jovens (comprovado com as classificações das várias equipas do Vasco), dão-nos a certeza que o futuro está bem entregue.

Amor pelo clube


Como se está a dar no novo clube?
Para mim é um regresso a um clube que representei como jogador há 25 anos atrás, um dos maiores clubes da zona sul do país. Um clube que oferece todas as condições aos seus jogadores e nos quais eles se sentem acarinhados e protegidos, um clube que ao contrário do que muita gente pensa não paga qualquer tipo de subsídio ou prémio de jogo aos seus jogadores, onde estes com um grande carácter e amor ao clube, trocam o dinheiro que os outros clubes oferecem, para jogar no clube da sua terra e do seu coração.

O apoio da direcção

Quer acrescentar algo mais ao que foi dito?
As últimas palavras vão para a direcção deste clube, que nunca deixou de apoiar esta equipa e nunca deixou faltar nada a este grupo de trabalho, que teve a coragem de assumir as rédeas do clube quando tantos se afastaram, pela coragem que tiveram são já uns vencedores. Não podia deixar também passar em claro um agradecimento público a quem tem feito tudo para que nunca nos falte nada, aos alicerces deste trabalho todo, ao Filipe Guerreiro, ao Filipe Pires, ao David Januário ao Zé Manel e ao Mário Santos que tem feito um espectacular trabalho na recuperação dos nossos atletas, só com um trabalho de equipa é que podemos conseguir os nossos objectivos e neste capítulo estamos bem entregues