Treinador realça o amor à camisola…
“JOGADORES SENTEM-SE ACARINHADOS E PROTEGIDOS NUM CLUBE
QUE NÃO PAGA QUALQUER TIPO DE SUBSÍDIO”
O Vasco da Gama de Sines está
a passar por uma fase de reorganização devido à entrada de uma nova direcção,
nova equipa técnica e alguns jogadores. A época até começou bem, com resultados
positivos na Taça AF Setúbal e na Taça de Portugal, mas depois tudo se alterou.
Os resultados negativos deixaram a equipa fora daquelas competições e no
campeonato só agora, na 8.ª jornada, conseguiu uma vitória.
Para fazer uma análise ao
que tem sido a carreira da equipa até ao momento o nosso jornal falou com o
treinador Jorge Coelho, a quem colocou algumas questões…
Início
de um novo ciclo
Considera
que a vitória sobre o U. Santiago no dérbi pode funcionar como o click que
faltava para que tudo entre devidamente nos eixos?
Sabíamos que este ano era o
início de um novo ciclo, com muitas mudanças quer ao nível da equipa técnica
bem como mudanças profissionais na vida de muitos jogadores, temos quase 40%
dos jogadores a trabalharem por turnos, o que nos limita as opções e impede que
exista uma estabilidade no 11 base. Sabia de antemão todas estas dificuldades,
o que não sabia era que iria apanhar um grupo de jogadores com um carácter tão
grande e com uma vontade enorme de trabalhar e de jogar, prejudicando tantas
vezes a sua vida pessoal e profissional para estarem ao serviço do clube do seu
coração. Começámos bem, com uma vitória na taça sobre um dos candidatos à
subida de divisão, o Oriental Dragon em que com menos um jogador em campo conseguimos,
com uma exibição personalizada, ser superiores a essa equipa. Seguiram-se os
jogos da Taça de Portugal onde orgulhosamente, e por mérito próprio, chegámos à
2.ª eliminatória onde fomos eliminados pelo Cova da Piedade, deixando uma
excelente imagem em termos exibicionais.
Que
explicações encontra para justificar o que tem acontecido neste início de
campeonato?
No campeonato estamos em
termos pontuais aquém daquilo que merecíamos. Nos jogos com o Beira Mar de Almada
e com o Cova Piedade B sofremos golos no último minuto dos descontos, perdendo
pontos em ambos os jogos. Com o Comércio Indústria e com o Moitense merecíamos
pelo menos um ponto, pois foram jogos intensamente disputados e a partilha de
pontos teria sido o resultado mais justo. Com o Grandolense posso dizer que foi
a pior exibição que fizemos e a vitória do Grandolense não sofre qualquer
contestação. Na casa do Barreirense, um dos grandes do nosso campeonato,
fizemos uma grande exibição trazendo da Verderena um mais que justo ponto. Este
fim-de-semana em Santiago num dérbi, muito bem disputado estivemos 60 minutos
por cima do jogo, após chegarmos ao segundo golo baixámos um pouco a guarda e
entregámos a iniciativa do jogo ao União para depois explorarmos o adiantamento
da equipa adversária com transições rápidas, e apesar de um maior ascendente da
parte do União no fim do jogo ainda chegámos com perigo em situação de
finalizar, por três vezes. É um resultado justo para o que se passou dentro de
campo.
Reforços
são apostas de futuro
Costuma-se
dizer que o que conta é como o campeonato acaba e não como começa. Até onde
pode ir este Vasco da Gama?
As ambições do Vasco da Gama
passam pela manutenção no escalão principal da AF Setúbal e queremos assegurar
o mais rápido possível a tranquilidade, num ano em que o equilíbrio no
campeonato é a nota principal. Como disse acima, este é o ano zero de um projecto,
apesar da base da equipa ser a mesma, todas as alterações profissionais dos
jogadores alteraram-se e consequentemente a equipa sofre com isto. Os reforços
que vieram são apostas de futuro, são excelentes jogadores que vêm acrescentar
outra identidade à equipa, são o futuro do Vasco da Gama e com eles, e a par do
excelente trabalho que está a ser desenvolvido nas camadas jovens (comprovado
com as classificações das várias equipas do Vasco), dão-nos a certeza que o
futuro está bem entregue.
Amor
pelo clube
Como
se está a dar no novo clube?
Para mim é um regresso a um
clube que representei como jogador há 25 anos atrás, um dos maiores clubes da
zona sul do país. Um clube que oferece todas as condições aos seus jogadores e
nos quais eles se sentem acarinhados e protegidos, um clube que ao contrário do
que muita gente pensa não paga qualquer tipo de subsídio ou prémio de jogo aos
seus jogadores, onde estes com um grande carácter e amor ao clube, trocam o
dinheiro que os outros clubes oferecem, para jogar no clube da sua terra e do
seu coração.
O
apoio da direcção
Quer
acrescentar algo mais ao que foi dito?
As últimas palavras vão para
a direcção deste clube, que nunca deixou de apoiar esta equipa e nunca deixou
faltar nada a este grupo de trabalho, que teve a coragem de assumir as rédeas
do clube quando tantos se afastaram, pela coragem que tiveram são já uns
vencedores. Não podia deixar também passar em claro um agradecimento público a
quem tem feito tudo para que nunca nos falte nada, aos alicerces deste trabalho
todo, ao Filipe Guerreiro, ao Filipe Pires, ao David Januário ao Zé Manel e ao
Mário Santos que tem feito um espectacular trabalho na recuperação dos nossos
atletas, só com um trabalho de equipa é que podemos conseguir os nossos objectivos
e neste capítulo estamos bem entregues