Adi alvo de comentários racistas no jogo com o Santo
André…
“SE A AF SETÚBAL NÃO TOMAR MEDIDAS ISTO PODE ACABAR MAL
FORA DO CAMPO”
Waldir Barbeiro, mais
conhecido no futebol por Adi, jogador que representa o Brejos de Azeitão dá
conta de uma situação que classifica como racista, sem que a mesma fosse
devidamente punida pelo árbitro que dirigia a partida com o Estrela de Santo
André, e alerta o Conselho de Arbitragem e a Associação de Futebol de Setúbal
para problemas que, situações destas podem vir a causar no futuro fora do
campo.
Adi conta que “no passado
domingo fui alvo de comentários racistas feitos à frente do árbitro que nada fez,
alegando que não ouviu, apesar de se encontrar muito perto do jogador em causa (capitão
de equipa do Santo André)”.
E, especificando melhor, acrescentou:
“Fiz uma falta cirúrgica para não permitir a ligação para ala contrária. O
árbitro marcou falta. O jogador adversário no chão disse "oh AVATAR do
caralho". Depois de ter ouvido isto, o meu colega de equipa, Jamil Miranda,
que também é de origem africana, estava com a bola na sua posse e chutou-a contra
o adversário, recebendo ordem de expulsão. Ficámos indignados e dirigimo-nos ao
árbitro reclamando que o jogador do Santo André devia ser punido pelo
comentário racista. Nos minutos finais da partida, o capitão de Santo André admitiu
o comentário racista dizendo que o fez de cabeça quente e no final do jogo
voltou a pedir desculpa”.
No final do jogo, Adi foi falar
com o árbitro que continuou a dizer que não ouviu. “Perante a minha insistência
um dos árbitros assistentes disse que o assunto iria ser mencionado no
relatório mas para espanto nosso viemos a saber que o Jamil foi punido com dois
jogos e ao jogador do Santo André não aconteceu nada".
“Gostava de fazer publicamente
esta denúncia para que a Associação de Futebol de Setúbal tome medidas e o Conselho
de Arbitragem também, porque qualquer dia isto pode acabar mal fora do campo”,
alerta o jogador do Brejos de Azeitão.
“Depois de ter lido a
notícia de que o Yoruba foi afastado no Coruchense por defender o irmão alvo de
racismo, não podia ficar calado”, remata Adi.