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quinta-feira, 3 de outubro de 2019

ZAMBUJALENSE»» Treinador fala das ocorrências em Santo André


Rodrigo Silva não poupa críticas à equipa de arbitragem…

“LAMENTO QUE SEJAM NOMEADOS ÁRBITROS QUE NÃO TÊM CONDIÇÕES, NEM IDADE PARA ARBITRAR JOGOS DE EQUIPAS SENIORES”




Quem olhar para a ficha do jogo que se disputou no passado domingo entre o Estrela de Santo André e o Zambujalense fica desde logo com a ideia de que algo de anormal se passou porque por norma não acontece o que na realidade aconteceu. Foi um jogo com três penaltis, oito cartões amarelos e seis cartões vermelhos, esteve seis minutos parado, o árbitro deu 8 de compensação e o golo que deu o empate ao Zambujalense foi marcado quando já estavam passados sete. Foram de facto muitas as ocorrências registadas, ocorrências essas contadas ao nosso jornal por Rodrigo Silva, treinador do Zambujalense, que responsabiliza o árbitro pelo que aconteceu.


Dificuldades na adaptação

“Este era um jogo que tinha um grau de importância muito grande para ambas as equipas. Como tenho vindo a dizer aos meus jogadores ao longo desta pré-época, a Taça serve para prepararmos o nosso campeonato. Temos ambição de passar, mas agora as nossas hipóteses são extremamente remotas. Foram dadas oportunidades a jogadores que ainda não tinham tido oportunidade de jogar.

O Santo André a jogar em casa é sempre uma equipa atrevida e agressiva e foi isso que aconteceu nos primeiros 20 minutos. Tivemos alguma dificuldade em nos adaptar ao modelo de jogo do adversário. Sofremos um penalti aos 11' (bem assinalado) e mais duas situações claras de golo eminente, resolvidas pelo nosso guarda-redes e pelo Lucas Silvestre que fez um corte em cima da linha de golo.

A partir daí, conseguimos adaptar e bloquear o estilo de jogo do adversário. Fizemos a primeira substituição aos 30', quando já estávamos por cima do jogo. Fomos para o intervalo com o sentimento que podíamos dar a volta ao resultado, visto que nos encontrávamos melhor no jogo.


Foram vários os lances que mudaram o jogo

Na 2ª parte entrámos mais fortes, e criámos situações que nos podiam ter dado o empate. Aos 60' fomos mais uma vez inimigos de nós próprios, e cometemos uma grande penalidade, que foi novamente convertida. Até esse lance o Santo André nada fez para ampliar o resultado.

Aos 68', aconteceu um dos vários lances que mudaram o jogo. Num canto a nosso favor, o Santo André recupera a bola para a zona do meio campo, o nosso defesa, Stanislav Ivasenko, ganha a bola em antecipação ao adversário e é pontapeado na perna pelo adversário. O árbitro nada assinala e o Santo André parte isolado para a nossa baliza, o nosso guarda-redes, David Sequeira num lance de 1x1 encurta o espaço para o avançado que lança a bola na direcção da bandeirola de canto para tentar desviar do GR, que comete falta fora da grande área. No entanto, com mais um defesa nas costas do GR e com a bola a não ser jogada na direcção da baliza o árbitro decide pela expulsão com vermelho directo. Este foi um dos vários erros cometidos pela equipa de arbitragem, com clara influência no desenrolar do jogo.

Os erros de arbitragem

Recomeçámos o jogo com 10 elementos e mesmo assim, sentíamos que conseguíamos chegar ao empate. Com vários lances de perigo, com uma bola na barra e com uma intervenção do GR adversário de nível muito elevado. Reduzimos para 1-2 através de uma grande penalidade pelo Lucas Silvestre.

Aos 77', mais um lance onde um jogador nosso e outro do Santo André são expulsos, com o jogo parado. Os dois jogadores envolveram-se numa conversa mais acesa, e a equipa de arbitragem decidiu com o duplo amarelo aos dois.

Aos 88', o momento do jogo, onde numa falta ofensiva cometida pelo Pedro Canastro, junto à grande área adversário e quando se prepara para regressar à sua posição, é agredido brutalmente nas zonas baixas com um violento pontapé do adversário, e começaram as provocações de parte a parte, com agressões físicas. A equipa de arbitragem aí esteve bem ao expulsar determinados elementos.

O jogo esteve parado 6 minutos, foram dados 8 minutos de compensação, mas apenas se jogaram 7 minutos, altura em que conseguimos empatar o jogo.


As bolas de jogo desapareceram muito cedo

Resumindo, foi um jogo muito fraco, num campo extremamente difícil de jogar. A equipa da casa, quando se apanha cedo a ganhar, consegue controlar o jogo fora do relvado, retardando a reposição das bolas para dentro do campo. Fui admoestado com um cartão amarelo aos 15' por querer fazer ver ao árbitro essa situação.

As bolas de jogo desapareceram muito cedo e cada bola demorava cerca de 1' para ser resposta. Lamento também que sejam nomeados árbitros que não têm condições, nem idade para arbitrar jogos de equipas seniores. 

Compreendo que todos precisem de aprender, mas não é nestes jogos que vão ganhar essa experiência, pois não existe protecção para os constantes erros de julgamento e decisão. Quando, neste jogo o fiscal de linha se dirige a mim, a dizer "tens razão, eu também não vejo falta, mas não posso fazer nada". Assim, fica complicado pedir serenidade e controlo emocional aos meus jogadores.

Quatro golos anulados nos últimos três jogos

Não desculpo os resultados com a arbitragem, mas nos últimos 3 jogos tivemos 4 golos anulados, um deles, com conhecimento meu andou a circular em Núcleos de Árbitros e onde foi assumido o erro, temos que nos sentir injustiçados. Não são apenas os treinadores e os jogadores que erram. É de lamentar que a protecção seja apenas dada aos outros intervenientes do jogo. Repudio as cenas lamentáveis que aconteceram no domingo à tarde em Santo André, muitos dirigentes, treinadores, jogadores e árbitros devem mudar algumas atitudes e maneiras de pensar. Seguimos a nossa preparação para o campeonato que é o nosso objectivo principal".