Rodrigo Silva não poupa críticas à equipa de arbitragem…
“LAMENTO QUE SEJAM NOMEADOS ÁRBITROS QUE NÃO TÊM
CONDIÇÕES, NEM IDADE PARA ARBITRAR JOGOS DE EQUIPAS SENIORES”
Quem olhar para a ficha do jogo que se disputou no
passado domingo entre o Estrela de Santo André e o Zambujalense fica desde logo
com a ideia de que algo de anormal se passou porque por norma não acontece o
que na realidade aconteceu. Foi um jogo com três penaltis, oito cartões amarelos
e seis cartões vermelhos, esteve seis minutos parado, o árbitro deu 8 de compensação
e o golo que deu o empate ao Zambujalense foi marcado quando já estavam
passados sete. Foram de facto muitas as ocorrências registadas, ocorrências
essas contadas ao nosso jornal por Rodrigo Silva, treinador do Zambujalense,
que responsabiliza o árbitro pelo que aconteceu.
Dificuldades
na adaptação
“Este era um jogo que tinha um grau de importância muito
grande para ambas as equipas. Como tenho vindo a dizer aos meus jogadores ao
longo desta pré-época, a Taça serve para prepararmos o nosso campeonato. Temos
ambição de passar, mas agora as nossas hipóteses são extremamente remotas.
Foram dadas oportunidades a jogadores que ainda não tinham tido oportunidade de
jogar.
O Santo André a jogar em casa é sempre uma equipa
atrevida e agressiva e foi isso que aconteceu nos primeiros 20 minutos. Tivemos
alguma dificuldade em nos adaptar ao modelo de jogo do adversário. Sofremos um
penalti aos 11' (bem assinalado) e mais duas situações claras de golo eminente,
resolvidas pelo nosso guarda-redes e pelo Lucas Silvestre que fez um corte em
cima da linha de golo.
A partir daí, conseguimos adaptar e bloquear o estilo de
jogo do adversário. Fizemos a primeira substituição aos 30', quando já
estávamos por cima do jogo. Fomos para o intervalo com o sentimento que podíamos
dar a volta ao resultado, visto que nos encontrávamos melhor no jogo.
Foram
vários os lances que mudaram o jogo
Na 2ª parte entrámos mais fortes, e criámos situações que
nos podiam ter dado o empate. Aos 60' fomos mais uma vez inimigos de nós
próprios, e cometemos uma grande penalidade, que foi novamente convertida. Até
esse lance o Santo André nada fez para ampliar o resultado.
Aos 68', aconteceu um dos vários lances que mudaram o
jogo. Num canto a nosso favor, o Santo André recupera a bola para a zona do
meio campo, o nosso defesa, Stanislav Ivasenko, ganha a bola em antecipação ao
adversário e é pontapeado na perna pelo adversário. O árbitro nada assinala e o
Santo André parte isolado para a nossa baliza, o nosso guarda-redes, David
Sequeira num lance de 1x1 encurta o espaço para o avançado que lança a bola na direcção
da bandeirola de canto para tentar desviar do GR, que comete falta fora da
grande área. No entanto, com mais um defesa nas costas do GR e com a bola a não
ser jogada na direcção da baliza o árbitro decide pela expulsão com vermelho directo.
Este foi um dos vários erros cometidos pela equipa de arbitragem, com clara
influência no desenrolar do jogo.
Os
erros de arbitragem
Recomeçámos o jogo com 10 elementos e mesmo assim, sentíamos
que conseguíamos chegar ao empate. Com vários lances de perigo, com uma bola na
barra e com uma intervenção do GR adversário de nível muito elevado. Reduzimos
para 1-2 através de uma grande penalidade pelo Lucas Silvestre.
Aos 77', mais um lance onde um jogador nosso e outro do Santo
André são expulsos, com o jogo parado. Os dois jogadores envolveram-se numa
conversa mais acesa, e a equipa de arbitragem decidiu com o duplo amarelo aos
dois.
Aos 88', o momento do jogo, onde numa falta ofensiva
cometida pelo Pedro Canastro, junto à grande área adversário e quando se
prepara para regressar à sua posição, é agredido brutalmente nas zonas baixas
com um violento pontapé do adversário, e começaram as provocações de parte a
parte, com agressões físicas. A equipa de arbitragem aí esteve bem ao expulsar
determinados elementos.
O jogo esteve parado 6 minutos, foram dados 8 minutos de
compensação, mas apenas se jogaram 7 minutos, altura em que conseguimos empatar
o jogo.
As
bolas de jogo desapareceram muito cedo
Resumindo, foi um jogo muito fraco, num campo
extremamente difícil de jogar. A equipa da casa, quando se apanha cedo a
ganhar, consegue controlar o jogo fora do relvado, retardando a reposição das
bolas para dentro do campo. Fui admoestado com um cartão amarelo aos 15' por
querer fazer ver ao árbitro essa situação.
As bolas de jogo desapareceram muito cedo e cada bola
demorava cerca de 1' para ser resposta. Lamento também que sejam nomeados árbitros
que não têm condições, nem idade para arbitrar jogos de equipas seniores.
Compreendo que todos precisem de aprender, mas não é nestes jogos que vão
ganhar essa experiência, pois não existe protecção para os constantes erros de
julgamento e decisão. Quando, neste jogo o fiscal de linha se dirige a mim, a
dizer "tens razão, eu também não vejo falta, mas não posso fazer nada".
Assim, fica complicado pedir serenidade e controlo emocional aos meus
jogadores.
Quatro
golos anulados nos últimos três jogos
Não desculpo os resultados com a arbitragem, mas nos
últimos 3 jogos tivemos 4 golos anulados, um deles, com conhecimento meu andou
a circular em Núcleos de Árbitros e onde foi assumido o erro, temos que nos
sentir injustiçados. Não são apenas os treinadores e os jogadores que erram. É
de lamentar que a protecção seja apenas dada aos outros intervenientes do jogo.
Repudio as cenas lamentáveis que aconteceram no domingo à tarde em Santo André,
muitos dirigentes, treinadores, jogadores e árbitros devem mudar algumas
atitudes e maneiras de pensar. Seguimos a nossa preparação para o campeonato
que é o nosso objectivo principal".